Capítulo 24 - Meu Amor Acordou.

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- Cadê ele, mamãe? - Foi a primeira coisa que eu disse a minha mãe quando cheguei ao hospital.

- Ele está no quarto. - Disse ela. - Você está bem, filha?

- Vou ficar melhor quando eu ver ele, mãe. - disse suspirando.

- Você já comeu?

- Não. - Disse encolhendo os ombros.

Ela deu um suspiro e disse por fim: - Ok Thay, vou te levar lá e pegar comida para vocês dois, ok?

- Ok. Agora me leve até ele, mãe.

Ela suspirou mais uma vez. Parecia exausta.

- Vamos.

Ela me levou até o segundo andar onde ficava os quartos. Tudo era branco, perfeitamente limpo. Tudo era em um silencio total, só se ouvia o barulhos das maquinas dentro dos quartos. Até que ela parou de frente a uma porta e meu coração acelerou.

- Ele está nesse quarto. - Disse por fim.

- Obrigada, mãe. - Sorri fraco.

- Thay, só não canse ele muito, ok? - Perguntou e eu confirmei. - Vou pegar alguma coisa para vocês comerem. - Disse me dando um beijo na testa e saiu.

Suspirei fundo e entrei.

*

O mundo lá fora tinha ficado para trás. Só tinha eu ali em pé e Thomaz dormindo calmamente na cama. Na hora que o vi assim, na cama, parecendo tão frágil comecei a chorar em silêncio.

Me aproximei e pude ver alguns arranhões eu seu rosto que agora descansava perfeitamente. O resto do seu corpo parecia do mesmo estado de sempre, mas sabia que não era mais pelo fato de alguns tubos estarem ligados à ele.

- O que aconteceu com você? - Disse em sussurro em meio ao meu choro. Acareciei seu rosto com cuidado com medo de machuca-lo.

- Tha... - Disse ele abrindo os olhos lentamente e focando em mim. - É você?

- Sim. - Chorei ainda mais.

- Que bom que veio. Achei que não viria. - Disse dando um sorriso fraco.

- É claro que eu viria. Sempre. - Dei um suave beijo em sua testa.

- Thay, me perdoa. Por favor! Eu fiquei... - Ele ficou sem força.

- Ei, ei. Não diga nada, ok? Isso a gente resolve depois. O importante agora é você ficar bem. - Disse a ele.

- Isso tudo é culpa minha. Eu não insisti mais em você, te deixei ir. Te destruí naquela noite. E ontem, quando te vi linda, perfeita, com aquele seu amigo vi o quanto fui otário por te deixar ir. Sai do baile descontrolado, meus amigos tentaram me parar mas eu queria fugir, queria me punir por ser tão cretino com você. Aí peguei a moto... E tudo foi tão rápido, a batida, a dor, tudo. E meu único pensamento foi você, antes de tudo se apagar. - Disse ele com dificuldade.

Eu não conseguia ouvir mais nada, não suportava aquilo. Me joguei eu seu colo, o beijei com cuidado. Com medo de que ele sentisse dor, com medo de que ele se quebrasse.

- Não fala nada, por favor. Isso me mata. Achei que iria perder você. Apesar de tudo, você é importante para mim. - Disse ainda abraçada a ele.

- Eu nunca vou te deixar. - Disse ele. - Mas você está me machucando. - Riu.

- Aí, desculpa. - Me solteira dele sem jeito. - Você deixou seus amigos preocupados, sabia? - Disse a ele.

- Essa não era a minha intensão, juro. - Disse se desculpando. - Eu só queria fugir da tortura de ver você linda dançando com outro.

- Cezar é só meu amigo. - Disse a ele.

- Não importa. Era para você estar dançando comigo naquela noite, era para ser tudo perfeito. E eu estraguei.

- Para, ok? Você tem que melhorar. Não fique se lamentando.

- Ok. - Deu um suspiro. - Meu pai sabe?

- Não sei. - Encolhi os ombros. - Minha mãe disse que não conseguiram entrar em contato com ele, senão ele já estaria aqui.

- Duvido muito. - Deu um suspiro.

- Porque diz isso? - Perguntei.

- Não é o melhor momento de dizer isso. - Disse ele.

Antes que eu pudesse responder, mamãe entrou no quarto trazendo duas bandejas cheias de comida, frutas e sucos.

- Aqui crianças. Vocês precisam comer. Principalmente você Thomaz. - Disse ela colocando as bandejas em cima de uma mesa na extremidade do quarto. - Espera ai que eu vou te ajudar a se levantar, Thomaz. - Disse ela.

Me sentei em uma poltrona no canto e fiquei observando mamãe ajudar Thomaz a se sentar com dificuldade na cama. Eu não estava com fome e meu cansaço foi curado ao ver Thomaz bem. Ver ele assim, com o brilho do sol batendo em seu rosto e iluminado todo seu rosto angelical só fez concretizar o que eu sentia por ele. Não sei. Tive medo de perde-lo para sempre, tive medo de nunca ver meu sorriso preferido novamente. E ver que ele estava ali, sorrindo, olhando para mim como antes me fez querer lutar por o que quer que seje o que sinto por ele. Claro que me magoou o que eu tinha visto na festa. Claro que doeu. Mas sabe quando o que você sente pela pessoa é maior do que os defeitos e burradas que ela fez? É isso. E se eu for me machucar, chorar e tudo mais depois, bom, pelo menos terei orgulho de dizer que tentei.

A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora