Naquele mesmo dia, após eu ter levado uma bronca de mamãe e ter ficado de castigo pelo resto do mês sem poder sair de casa, ao fim do dia liguei para Vic que quase me matou pelo outro lado da linha.
- Onde tu se meteu, garota!? - Gritou - Quando eu for sair contigo vou colocar um rastreador em você!
- Calma, Vic! - Ri - Está tudo bem. Eu acabei passando mal e o Thomaz me levou para a casa dele. - Fiquei esperando ela surtar.
- Sério isso? Ele te fez alguma coisa? - De raiva sua foz passou para preocupada.
- Serio. E não, ele não me fez nada. Fica tranquila. - A acalmei.
- Olha Thay, eu me preocupo com você e tudo, mas já que aquele idiota não te fez nada tô mais tranquila. O importante é que você está bem. - Disse. - Mas agora tenho que sair. Vou a igreja com meus pais. Até mais.
- Até mais, Vic. Beijos. - Desliguei.
Agora era só o que me faltava, mais uma mãe na minha vida.
Ri com meu pensamento.
- Thay, desce aqui. - Mamãe me chamou na escada.
Desci correndo indo de encontro a ela que se arrumava no corredor perto da porta.
- Sim, mãe. - Falei no último degrau da escada.
- Thay, amor. Tive uma chamada de emergência no hospital. Vou correr para lá. Acha que pode ficar em casa sozinha? - Disse ela agora me olhando.
- Mãe, eu tenho dezessete anos. Sei me cuidar. - Falei séria.
- Não foi isso que me mostrou na noite passada, não é?! - Disse. - Mas agora não é hora, você já tem o seu castigo. Qualquer coisa me liga, ok?
- Ok. Te amo. - Disse dando um beijo na testa dela que saiu logo em seguida.
Recém tinha começado a noite e como eu não podia sair por que estava de castigo resolvi assistir algumas series na tv. Fiz pipoca com calda de chocolate e um copo de coca-cola sentei em frente a tv começando a ver SPN. Quando já dava lá pelas 20:15 alguém bateu na porta e fui atender.
Me surpreendi ao ver Cezar, com uma calça jeans preta, uma camisa social lilás com as mangas dobradas até os cotovelos e um tênis todo arrumado na porta da minha casa. Ele estava divino, seu cabelo castanho escuro estava caído para o lado e seus olhos brilhavam.
- Cezar? O que faz aqui? - Disse olhando para Cezar que sorria sem jeito na minha frente.
- Oi Thay, vim me desculpar por ter saido ontem da balada sem falar nada com você. - Disse me olhando.
- Relaxa, sua irmã precisava de você.
- Como você sabe? - Ele me olhou em confusão.
- A Paula me disse. - Pisquei para ele.
- Ah sim! - Disse rindo. - Bom, mas não é por isso que vim aqui.
- Não? Então por que? - Fiquei curiosa.
- Queria te chamar pra sair. Um amigo meu tem um bar no centro da cidade, e super movimentado e tenho certeza de que você iria gostar. - Disse empolgado.
- Cezar, desculpa mas estou de castigo e não posso sair de casa a noite até o fim do mês. - Falei cabisbaixa.
Sério que eu tinha um gato lindo me chamando pra sair e eu tinha que dizer não na cara dele?
Ele caiu na gargalhada me fazendo ficar sem jeito mas rindo junto com ele.
- Você tem quantos anos? Dez? - Rui ainda mais.
- Não tem graça! E não, eu tenho dezessete. - Disse com uma raiva falsa na voz.
Ele ficou sério me olhando profundo.
- Bom, então eu acho que deveríamos deixar para a próxima. - Falou dando de ombros. Se percebia muito bem a decepção em sua voz.
- Bom, eu não posso sair com meus amigos, mas quem disse que meus amigos não podem vir até a minha casa? - Disse eu a ele com uma sobrancelha levantada. - A gente podia ficar aqui assistindo umas séries e pedir uma pizza. Se quiser, é claro. - Falei dando um sorriso empolgada.
Ele abriu um sorriso de orelha a orelha.
- É claro que eu quero. - Disse entrando na minha casa.
E assim foi feito, nós pedimos duas pizzas e ficamos conversando mais do que assistindo série. Cezar é um cara engraçado, faz a gente rir. Gosto disso. Ele também tem uma familia grande, ele é o único filho homem no meio de quatro mulheres. Enquando eu era filha única, não que eu tenha inveja dele, mas sempre desejei que mamãe divesse mais um filho.
- E agora minha irmã mais velha ganhou o segundo filho, uma menina. A Dhullya. - Riu.
- Que nome lindo. Sempre quis ter uma família grande. - Falei mordendo um pedaço da minha pizza.
- Por uma lado é bom, mas quando todas elas ficam na TPM eu saio de casa... - Caímos na gargalhada. - Fora isso é só bagunça.
E ficamos lá por horas conversando, rindo e contando historias de infância. Lógico que as dele eram mais engraçadas, ele tinha vivido em uma fazenda com quatro irmãs, tinha aprontado muito. Mas foi bom conversar com ele e rir, nunca tinha feito isso com ninguém, nunca tive amigos para isso e ele me faz sentir bem com sua presença e estar aqui, ouvindo suas variadas histórias me fez bem.
Quando já se passava da meia noite, ele se levantou para ir embora, infelizmente.
- Acho melhor eu ir, já está muito tarde. - Falou.
- Nossa! - Exclamei olhando no relógio. - Nem vi o tempo passar. Foi bom conversar com você. - Falei enquanto o acompanhava até a porta.
- Também gostei. - Sorriu. - Espero que possamos repetir isso.
- Eu também. - Falei abrindo a porta para ele.
- Tchau Thay. - Disse na porta.
Antes que eu pudesse responder sinto seus lábios quentes e carnudos nos meus. Retribui o beijo. E QUE BEIJO!!!! Assim que terminamos de nos beijar, sorrimos e pude responder:
- Tchau, Cezar. - Sorri sem jeito para ele que retribuiu o mesmo sorriso.
Assim que ele saiu da minha casa, subi para meu quarto o fui dormi. Adormeci pensando nos lábios de Cezar aos meus.
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A Baixinha E O PlayBoy
RomanceThay, uma garota que já perdeu uma pessoa muito importante de uma forma horrível, encontra o amor naqueles olhos escuros como a noite de Thomaz. Thomaz, um garoto popular, um verdadeiro PlayBoy que faz tudo o que bem entende para se esconder dos se...