Capítulo 9 - Cezar.

23.7K 1.4K 156
                                    

Naquele mesmo dia, após eu ter levado uma bronca de mamãe e ter ficado de castigo pelo resto do mês sem poder sair de casa, ao fim do dia liguei para Vic que quase me matou pelo outro lado da linha.

- Onde tu se meteu, garota!? - Gritou - Quando eu for sair contigo vou colocar um rastreador em você!

- Calma, Vic! - Ri - Está tudo bem. Eu acabei passando mal e o Thomaz me levou para a casa dele. - Fiquei esperando ela surtar.

- Sério isso? Ele te fez alguma coisa? - De raiva sua foz passou para preocupada.

- Serio. E não, ele não me fez nada. Fica tranquila. - A acalmei.

- Olha Thay, eu me preocupo com você e tudo, mas já que aquele idiota não te fez nada tô mais tranquila. O importante é que você está bem. - Disse. - Mas agora tenho que sair. Vou a igreja com meus pais. Até mais.

- Até mais, Vic. Beijos. - Desliguei.

Agora era só o que me faltava, mais uma mãe na minha vida.

Ri com meu pensamento.

- Thay, desce aqui. - Mamãe me chamou na escada.

Desci correndo indo de encontro a ela que se arrumava no corredor perto da porta.

- Sim, mãe. - Falei no último degrau da escada.

- Thay, amor. Tive uma chamada de emergência no hospital. Vou correr para lá. Acha que pode ficar em casa sozinha? - Disse ela agora me olhando.

- Mãe, eu tenho dezessete anos. Sei me cuidar. - Falei séria.

- Não foi isso que me mostrou na noite passada, não é?! - Disse. - Mas agora não é hora, você já tem o seu castigo. Qualquer coisa me liga, ok?

- Ok. Te amo. - Disse dando um beijo na testa dela que saiu logo em seguida.

Recém tinha começado a noite e como eu não podia sair por que estava de castigo resolvi assistir algumas series na tv. Fiz pipoca com calda de chocolate e um copo de coca-cola sentei em frente a tv começando a ver SPN. Quando já dava lá pelas 20:15 alguém bateu na porta e fui atender.

Me surpreendi ao ver Cezar, com uma calça jeans preta, uma camisa social lilás com as mangas dobradas até os cotovelos e um tênis todo arrumado na porta da minha casa. Ele estava divino, seu cabelo castanho escuro estava caído para o lado e seus olhos brilhavam.

- Cezar? O que faz aqui? - Disse olhando para Cezar que sorria sem jeito na minha frente.

- Oi Thay, vim me desculpar por ter saido ontem da balada sem falar nada com você. - Disse me olhando.

- Relaxa, sua irmã precisava de você.

- Como você sabe? - Ele me olhou em confusão.

- A Paula me disse. - Pisquei para ele.

- Ah sim! - Disse rindo. - Bom, mas não é por isso que vim aqui.

- Não? Então por que? - Fiquei curiosa.

- Queria te chamar pra sair. Um amigo meu tem um bar no centro da cidade, e super movimentado e tenho certeza de que você iria gostar. - Disse empolgado.

- Cezar, desculpa mas estou de castigo e não posso sair de casa a noite até o fim do mês. - Falei cabisbaixa.

Sério que eu tinha um gato lindo me chamando pra sair e eu tinha que dizer não na cara dele?

Ele caiu na gargalhada me fazendo ficar sem jeito mas rindo junto com ele.

- Você tem quantos anos? Dez? - Rui ainda mais.

- Não tem graça! E não, eu tenho dezessete. - Disse com uma raiva falsa na voz.

Ele ficou sério me olhando profundo.

- Bom, então eu acho que deveríamos deixar para a próxima. - Falou dando de ombros. Se percebia muito bem a decepção em sua voz.

- Bom, eu não posso sair com meus amigos, mas quem disse que meus amigos não podem vir até a minha casa? - Disse eu a ele com uma sobrancelha levantada. - A gente podia ficar aqui assistindo umas séries e pedir uma pizza. Se quiser, é claro. - Falei dando um sorriso empolgada.

Ele abriu um sorriso de orelha a orelha.

- É claro que eu quero. - Disse entrando na minha casa.

E assim foi feito, nós pedimos duas pizzas e ficamos conversando mais do que assistindo série. Cezar é um cara engraçado, faz a gente rir. Gosto disso. Ele também tem uma familia grande, ele é o único filho homem no meio de quatro mulheres. Enquando eu era filha única, não que eu tenha inveja dele, mas sempre desejei que mamãe divesse mais um filho.

- E agora minha irmã mais velha ganhou o segundo filho, uma menina. A Dhullya. - Riu.

- Que nome lindo. Sempre quis ter uma família grande. - Falei mordendo um pedaço da minha pizza.

- Por uma lado é bom, mas quando todas elas ficam na TPM eu saio de casa... - Caímos na gargalhada. - Fora isso é só bagunça.

E ficamos lá por horas conversando, rindo e contando historias de infância. Lógico que as dele eram mais engraçadas, ele tinha vivido em uma fazenda com quatro irmãs, tinha aprontado muito. Mas foi bom conversar com ele e rir, nunca tinha feito isso com ninguém, nunca tive amigos para isso e ele me faz sentir bem com sua presença e estar aqui, ouvindo suas variadas histórias me fez bem.

Quando já se passava da meia noite, ele se levantou para ir embora, infelizmente.

- Acho melhor eu ir, já está muito tarde. - Falou.

- Nossa! - Exclamei olhando no relógio. - Nem vi o tempo passar. Foi bom conversar com você. - Falei enquanto o acompanhava até a porta.

- Também gostei. - Sorriu. - Espero que possamos repetir isso.

- Eu também. - Falei abrindo a porta para ele.

- Tchau Thay. - Disse na porta.

Antes que eu pudesse responder sinto seus lábios quentes e carnudos nos meus. Retribui o beijo. E QUE BEIJO!!!! Assim que terminamos de nos beijar, sorrimos e pude responder:

- Tchau, Cezar. -  Sorri sem jeito para ele que retribuiu o mesmo sorriso.

Assim que ele saiu da minha casa, subi para meu quarto o fui dormi. Adormeci pensando nos lábios de Cezar aos meus.

A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora