Capítulo 12 - O Lago.

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Não sabia para onde ele estava me levando, já fazia um tempo em que a gente havia deixado a civilização para trás e estávamos no campo.

A vista era perfeita, tudo parecia pintura, tudo se alinhava perfeitamente, como se fossem peças de um quebra-cabeça gigante e as peças já estavam todas juntas.

As montanhas pareciam namorar o céu que por sua vez estava sem nuvens. O aroma do campo chegava até minhas narinas me lembrando de quando papai e eu íamos pescar nos feriados. A lembrança fez com que meus olhos se enchesse de lagrimas. Passei meus braços com mais força pela cintura de Thomaz, encostando minha cabeça em suas costas fechando os olhos para tentar desfazer aquele pensamento importuno. Não sei por quanto tempo fiquei com os olhos fechados sentindo a brisa passar por nós, só os abri quando chegamos no nosso destino.

- Chegamos. - Disse ele parando a moto e desci rápido da mesma. - Vamos. - Disse ele apontando para uma trilha no meio do mato

- Você tem certeza que sabe para onde estamos indo? - Disse apontando para a trilha.

- Sei. Pode confiar! Não julgue o livro pela capa. - Disse ele indo pela trilha.

Confusa sobre suas últimas palavras o segui pela trilha em meio a mata. Em silêncio percorremos um caminho que me parecia que do nada ia na minha frente aparecer o homem da serra elétrica e matar nós dois. Antes que eu pudesse perceber o quanto meu pensamento foi idiota, Thomaz afastou um galho de uma  árvore abrindo caminho para mim passar.

Passei e paralizei. Era lindo! Era um campo aberto o equivalente a três campos de futebol. Havia um lago enorme bem ao centro, árvores lindas,  grandes e cheias de folhas e flores ao redor, o chão era como se fosse pintado de verde. Era tudo em uma arnonia incrível... Era como se eu tivesse em um conto de fadas.

Não consegui falar nada, só olhar ao redor, depois de algum tempo disse: - Isso é perfeito!

- É, eu sei. - Disse ele me dando um sorriso. O MEU SORRISO FAVORITO.

- Por que me trouxe aqui? - Quis saber sem conseguir conter o sorriso bobo em meus lábios.

- Não sei. Esse lugar parece sei lá, combinar com você. - Disse ele dando de ombros e indo em direção ao lago.

- Então é isso?

- Isso o que? - Ele parou, se virou e me olhou em confusão.

- É esse o seu jogo. Me trazer a um lugar perfeito, dizer meia dúzia de palavras perfeitas e me conquistar? É isso!? - Cruzei os braços, como se aquilo fosse me protejer de algo.

Ele veio até mim e quando ficou na minha frente suspirou fundo. Sentir seu corpo tão perto do meu levou arrepios por todo o mesmo.

- Eu disse e repito: não tem jogo nenhum aqui. Até por que eu nunca trouxe ninguém aqui. - Minha boca caiu.

- Nunca?

- Nunca.

- Por que? - Fiquei curiosa.

- Isso não vem ao caso. Agora vem. - Me pegou pelo braço e me levou em direção ao lago. - Tira a roupa. - Ordenou sério.

- OQUE!? - Gritei colocando meus braços ao redor de mim.

Ele caiu na gargalhada. Idiota!

- Calma, gatinha. A gente só vai nadar. - Disse ele piscando.

- Eu não vou nadar ai. Pode ser perigoso.

- Você vai sim. Por bem ou por mal. - Disse ele se despindo.

- Nem morta eu entro ai, isso deve estar... - Paralizei ao ver a vista de Thomaz somente de cueca na minha frente. Seu corpo malhado e suas tatuagens o deixavam irresistível. Ele é perfeitamente lindo, como se cada músculo do seu corpo fora desenhado só para ele. Ele percebendo que eu o olhava boquiaberta, riu.

- Apreciando a vista, gatinha? - Ele riu.

- Cala a boca. - Disse me virando.

- Vai entra por bem? - Perguntou.

- Não. - Gritei ainda de costas.

Antes que eu pudesse pensar, senti o impacto do meu corpo caindo sobre a água gelada e me levando até o fundo. Quando consegui subir até a superfície vi um par de olhos negros me olhando.

- SEU IDIOTA, OLHA O QUE VOCÊ FEZ! AGORA EU ESTOU TODA MOLHADA! O QUE EU DIGO PARA MINHA MAE? - Gritei para ele com raiva.

- Só dizer a verdade, gatinha. - Ele ria da situação. Eu o encarava com raiva e por alguns segundo o silêncio tomou conta.

De raiva o meu sentimento passou para alguma coisa mais leve. Ver ele sorrir assim pra mim como ele sorria naquela hora fez com que a raiva desaparecesse e desse lugar ao sentimento que tinha quando nos beijavamos. Sorri de volta ainda com o silêncio sobre nós, não era um silêncio constrangedor ou coisa do tipo, era como se nós estivéssemos nos comunicando de um modo diferente, de um modo em que nossas bocas não poderiam se comunicar.

- Idiota. - Quebrei o silêncio. Tentei soar brava ainda, mas falhou. Acabei caindo na gargalhada.

- Está rindo de mim, gatinha? - Disse ele jogando água em mim.

Revidei. - Não! Para com isso! - Disse rindo.

- Você estava rindo de mim e me chamou de idiota, então eu não vou parar. - Disse ele jogando mais água em mim.

E assim começou uma guerra de água. Meus braços já estavam cansados então me virei pra tentar me "proteger" de Thomaz me jogando água, até que ele cessou. Não me virei achando que quando me virasse ele iria jogar mais água na minha cara. Mas nada aconteceu, do nada senti duas mãos firmes em minha cintura me virando para encarar Thomaz que agora estava a centímetros de distância de mim. Ele me puxou para si fazendo com que o mundo ao nosso redor parasse. Seus lábios vieram de encontro aos meus e vi que não tinha palavras para aquele momento, nosso beijo já dizia tudo, já dizia tudo o que só nós dois precisávamos saber.

O beijo parecia durar uma eternidade e por mim que durasse muito mais. Ele me puxava para si, mas não como antes, dessa vez era como se ele estivesse com medo de que aquele momento fosse desaparecer, ele me segurava com delicadeza mas com precisão. Nossas línguas pareciam dançar juntas em um ritmo perfeito. Nossos corpos tinham o encaixe perfeito. Tudo era perfeito. Não conseguia pensar em nada, só em nossos corpos ligados cada centímetro um ao outro. Isso poderia durar a eternidade. Não sabia o que era o sentimento que sempre entrava em cena quando nossas bocas estavam juntas. Não sabia se ele estava curtindo com a minha cara, se estivesse, sabia que estava bancando a otaria e que iria sofrer depois, mas naquele momento isso não me importava. Eu só queria aproveitar essa ligação que a gente tem.

A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora