Já faz uma semana que Thomaz está no hospital e eu não sei quando ele vai ter alta.
Para falar a verdade, nos últimos dias mamãe não tem deixado eu ir visita-lo, não sei o por que. Sabe quando você sente que as pessoas estão diferentes com você? Então, é isso que sinto nos últimos dois dias. Sei lá. Meus amigos estão cheios de segredos, saem e nem me chamam e tudo mais. Sei lá.
O telefone toca.
- Alô. - Disse seca.
- Oi, amiga. Então, vem aqui em casa rapidinho, por favor. - Disse Vic do outro lado da linha.
- Ah, agora lembrou que tem amiga, né Vic? - Disse seca.
- Desculpa, amor. Mas é que eu tinha que resolver uns problemas ai. Mas vem aqui em casa, por favor. - Disse ela.
- Não, está noite. Não posso sair de casa assim.
- Veeem! To sozinha aqui. Pedi uma pizza para a gente. - Implorou.
- Ok. Em uma hora estou ai. - Disse.
- Ótimo. Vem logo. - Disse. - Tchau.
- Tchau. - E desliguei.
*
A casa da Vic era um pouco longe da minha, por isso fui de táxi. E por incrível que pareça, mamãe deixou eu ir na casa da Vic, mesmo já passando das 20:30. Está tudo muito estranho.
Quando cheguei na casa da Vic, estava tudo escuro, estranhei a princípio mas olhando direito vi que tinha alguma luz lá dentro, por menor que fosse.
Quando me aproximei do porta parei. No chão, havia um caminho de pétalas de rosas com velas que levavam para dentro da casa. Olhei para os lados e não vi ninguém na rua. Achei perigoso ficar lá fora a essa hora e então segui o caminho de pétalas.
No lado de fora da porta havia um pequeno buquê de rosas e um bilhete que dizia assim: Thay, entre.
No lado de dentro havia mais um caminho de pétalas que levavam a sala de jantar. Estava tudo escuro, as únicas luzes que haviam no ambiente eram das velas espalhadas pela casa, elas que me guiaram até a sala de jantar e lá congelei.
Vi a coisa mais linda do meu mundo na minha frente de smoking segurando um buquê de rosas enorme. Thomaz.
Ele sorriu para mim, meu sorriso preferido e veio em minha direção. Ainda um pouco manco, vi que para ele era um grande esforço andar.- Oi, pequena. - Disse. - Pra você. - Disse me entregando o buquê.
Eu, sem dizer nada peguei o buquê e comecei a olhar ao redor. Por todos os lugares você via pétalas de rosas, o cheiro delas infestavam a casa. Havia balões em forma de coração vermelho espalhados pela sala.
- O que é tudo isso? - Perguntei.
- Bom, já que eu não fui ao baile da escola com você e que eu estraguei tudo aquela noite. Quis recompensar você. - Disse ele e meu queixo caiu.
- Uau! Quem te ajudou nisso tudo?
- Todos os meus e seus amigos. Ah, não posso me esquecer na minha maior aliada. Sua mãe. - Disse e riu.
- Minha mãe? - Perguntei incrédula.
- Sim. Ela que deu a ideia para falar a verdade. E eu amei.
- Não acredito. - Sorrio.
- Pois acredite. Tudo que fiz aqui foi por você. Pra te provar que o que eu sinto por você é verdadeiro. Na noite da festa, eu não quis beijar aquela garota, para falar a verdade, nem sei quem é ela. E quando eu te vi lá, chorando, me dizendo todas àquelas coisas horríveis, quis morrer. Mas quando eu acordei e vi você do meu lado, quis viver. Quis viver para você, para a gente. Então Thay, eu não fiz tudo isso só para me desculpar por ter estragado o noite do baile. Mas sim também, para pedir desculpas por ter te deixado lá no chão destruída. Por ter te abandonado. E por não ter cumprido a promessa que fiz. De nunca deixar você.
Eu o olhava com o queixo caido. Não acredito que ele se declarou pra mim. Eu queria gritar, espernear, voar nele e beija-lo até a morte. Mas antes disse ele continuou.
- Eu sei que fiz merda. Eu sei que eu sou filho do papai, como todos dizem. Mas você me mudou, eu pude ver algo de bom nas pessoas. Você é a minha cura no momento de dor. Minha calmaria no caos. Meu porto seguro na turbulência. Eu preciso de você para mim. Eu preciso te ter, nem que for só por um segundo. Mas que fosse inteiramente só para mim. - Nesse momento eu já chorava. Eu já queria estar nos braços dele. Mas ai veio o que eu nunca esperava. Ele se ajoelhou em minha frente, tirou uma caixinha de anel do bolso e olhou para mim. - Pequena, apesar de tudo, quero te pedir uma coisa. Quer ser minha? Minha cura? Minha calmaria? Meu porto seguro? Minha pequena?
Em meio as minhas lágrimas de emoção e felicidade disse: - Eu aceito ser tudo, o seu tudo. Ser sua calmaria, sua cura, seu porto seguro. Tudo por você.
E nisso ele colocou um anel em meu dedo e eu no dedo dele. Ele me puxou para si e me beijou como nunca. Me senti segura, feliz, bem... Completa. Vi que era com ele meu lugar, vi que era com ele que eu queria viver... Não importa para onde tudo isso nos leve, ele sempre estará comigo.
Ele de algum modo colocou uma música romântica para tocar e começamos a dançar calmamente. Agora estávamos na nossa bolha, no nosso mundo. Era só ele e eu. E que permanecesse assim para sempre.
- Não me abandone. - Disse no meu ouvido.
- Idem. - Respondi o abraçando. - Nunca me deixe. Não suportaria mais uma perda.
- Nunca farei isso, minha pequena. - E pousou um suave beijo em minha testa.
Ficamos lá, dançando, compartilhando segredos em silêncio. Sentindo nossos corações batendo em conjunto. Tudo o que eu queria era ser dele, tudo para ele. E mesmo que isso significasse cair e me machucar, estava disposta a isso.
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A Baixinha E O PlayBoy
RomanceThay, uma garota que já perdeu uma pessoa muito importante de uma forma horrível, encontra o amor naqueles olhos escuros como a noite de Thomaz. Thomaz, um garoto popular, um verdadeiro PlayBoy que faz tudo o que bem entende para se esconder dos se...