Eu estava a mais de três horas na sala de espera do hospital esperando alguma notícia do Thomaz.
Estou exausta, quero tirar o vestido, o salto, tudo. Queria que meus amigos estivessem aqui para me darem força mas achei melhor não. Pedi para que eles fossem embora junto com os amigos do Thomaz e que a qualquer notícia que fosse eu ligaria para eles. Era muita gente, muito tendel dentro do hospital e isso não era o que Thomaz precisava agora.
- Thay. - Alguém me chamou. Levantei os olhos e vi mamãe na porta da sala. Corri até ela e a abracei forte.
- Como ele está, mãe? - Eu já chorava.
- A cirurgia correu tudo bem, agora é só esperar para ver como ele reage a tudo isso.
- E quando eu vou poder ver ele?
- Não sei, querida. - Ela disse calma, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. - Prometo que assim que der, eu te levo até ele. Ok? - Confirmei.
- E o pai dele? Teve alguma notícia? - Perguntei a ela.
- Não. Joice, que é a recepcionista tentou entrar em contato com ele, mas nada. Vamos esperar até amanhã de manhã. - Disse pra mim.
- Ok. - Disse me soltando dela e me sentando no sofá novamente. Mamãe se sentou ao meu lado.
- Thay, querida. Não acha melhor ir para casa, tirar essa roupa, dormir um pouco. Você está exausta.
- Não, mãe. Não posso deixa-lo sozinho aqui. - Disse com os olhos lagrimejados.
- Meu amor. Ele está em boas mãos. O pior já passou. Vá para casa. Descanse. Eu cuido dele pra você. - Disse ela colocando seus braços ao meu redor.
- Promete que vai cuidar.
- Prometo. - Disse séria.
- Tá... Vou chamar um táxi. Mas amanhã bem cedo vou estar aqui. - Disse a ela.
- Como quiser, querida. - Disse me dando um beijo na testa. - Agora tenho que voltar. Te vejo amanhã. Se cuida. - Disse ela levantando.
- Ok, mãe. Te amo. - Disse triste.
- Também te amo, querida. - Me disse e saiu.
Chamei um táxi e fui para casa.
*
Já em casa, de banho tomado e roupa trocada fiquei deitada na cama pensando em tudo que havia passado nessa cidade desde que vim para cá. Dos amigos que fiz, dos risos que dei, dos choros... E do amor que redescobri. Fiquei pensando em como Thomaz tinha entrado na minha vida e em como tudo aquilo tinha acabado: com ele em uma cama de hospital.
Meus pensamentos foram à papai. Fique tentando imaginar o que ele diria para mim se estivesse aqui. Se ele me daria uma bronca e me deixaria de castigo ou ficaria do meu lado, me dando conselhos e dizendo para ser forte. Fiquei pensado que: Se ele não tivesse morrido, eu teria conhecido Thomaz, eu teria conhecido a Vic, o Cezar, a Camila e todo o resto dos meus amigos? Acho que não.... Os meus pensamentos me levaram a um sono profundo. Não sonhei nem nada, fiquei no escuro absoluto e só fui acordar com o telefone tocando.
- Alô. - Disse ainda sonolenta.
- Filha. - Mamãe me chamou do outro lado da linha.
- Mãe. Aconteceu alguma coisa de grave? - Minha garganta deu um nó.
- Não, não. - Disse ela e ali vi que eu estava prendendo a respiração. Dei um suspiro de alívio. - Ele acordou, filha. Ele quer te ver. - Disse ela. E meu coração bateu a mil.
- Chego ai em meia hora. - Disse e sem esperar respostas desliguei e fui correndo me arrumar.
Quando estava quase pronta dei por mim e vi que chorava. Não sei por que chorava, mas acho que era de alegria ao saber que Thomaz estava bem e que queria me ver. Ele não tinha me deixado.
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A Baixinha E O PlayBoy
RomanceThay, uma garota que já perdeu uma pessoa muito importante de uma forma horrível, encontra o amor naqueles olhos escuros como a noite de Thomaz. Thomaz, um garoto popular, um verdadeiro PlayBoy que faz tudo o que bem entende para se esconder dos se...