Fechei os olhos para tentar me concentrar no que ia dizer e para afastar as lagrimas dos meus olhos. Tomei varias respirações profundas e comecei a contar.
- Bom, - Respirei fundo mais uma vez. - Papai era policial, o melhor que eu já tinha visto. - Deixei escapar um sorriso triste com a lembrança. - E isso fazia com que ele fosse adorado e odiado ao mesmo tempo no seu trabalho. Ele era a pessoa que eu mais era apegada...
- Era?... - Thomaz me perguntou confuso.
- Vou chegar lá... Eu era uma criança muito fechada e só ele consegui me tirar do meu mundo paralelo, só que tiraram ele de mim. - Sinti as lagrimas descerem pelo meu rosto, respirei fundo. - Um dia, a mais ou menos 6 anos atrás, papai e eu fomos na praia. Ele tinha tirado folga e me levado pra lá, onde eu queria ir a muito tempo. - Coloquei minhas mãos no meu rosto, tentando fazer com que as lagrimas parassem de cair. - Se não fosse por meu desejo estúpido de ir naquela praia, ele ainda estaria aqui comigo, foi tudo culpa minha o que aconteceu com ele. - Eu já berrava.
Sentia uma dor insuportável, não uma dor carnal que você sente quando corta o dedo, mas sim uma dor na alma, havia desaparecido para sempre a melhor parte de mim, e eu não pude fazer nada. Eu chorava como se não houvesse mais nada para aleviar aquela dor. Thomaz me puxou para o seu colo, mas sem dizer nada, só acariciava minhas costas e meu cabelo. Não se ouvia nada a não ser o meu choro, ficamos ali, parados, ele me acariciando e eu chorando por um bom tempo.
Eu nunca tinha contado isso pra ninguém, só minha família sabia disso e eles nem se quer tocavam no assunto quando eu estava por perto, pois sabiam que eu não aguento. Mas por incrível que pareça eu queria contar isso a Thomaz, eu me senti segura quando ele me pegou para seu colo, com uma criança pequena, eu só tinha essa segurança com papai, e agora, com ele.
Depois que minhas lágrimas cessaram eu continuei: - Papai e eu.... - Fui interrompida.
- Ei, não precisa me contar mais nada, tá? Não sabia que era tão difícil para você isso. Me desculpa, foi intrometido de mais Tha. - Ele me olhou sério, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Eu... Eu quero te contar até o final. - Olhei pra baixo, quando levantei o olhar, ele me olhava fixamente como se quisesse saber o motivo de eu querer contar isso a ele. Mas ele não disse nada, só confirmou com a cabeça e eu continuei: - Papai e eu estávamos a caminho da praia quando paramos em um semáforo, tudo parecia ótimo, eu e ele conversavamos sobre alguma coisa que não me lembro, nós dois dávamos gargalhadas até que o momento feliz foi interrompido com papai sento arrancado do carro e sendo jogado na rua, eu estava em desespero, não sabia o que tava acontecendo... Até que foi arrancada por um homem forte e jogada no meio fio batendo minha cabeça com força, senti sangue escorrendo da minha cabeça e uma dor insuportável, e antes que eu caísse na escuridão, ouvi papai me chamar e três tiros. - Fechei os olhos e deitei minha cabeça no peito de Thomaz que por sua vez entrelaçou seus braços em torno de mim.
Já não saiam mais lágrimas dos meus olhos, pois tudo que tinha que chorar já chorei, só havia agora um vazio em mim que antes eu fazia questão de ignorar mas agora não tinha como, pois ele tinha vindo a tona.
- Ei pequena. - Thomaz me chamou me tirando do vazio.
- Thomaz, eu nunca contei isso para ninguém, só minha família sabe disso e agora você... - Antes que eu pudesse terminar de falar, senti os lábios de Thomaz nos meus, foi um beijo diferente, ele não era atrevido, safado ou qualquer outro. Ele era apaixonado.
Me entreguei aquele beijo, me entreguei a ele... Depois que nossos lábios se separaram ele me puxou para si: - Minha pequena, há se eu soubesse quem foram esses filhos da puta que fizeram isso com você e seu pai.
- Eles já tiveram o que mereciam. Mas podem pudenir quem for, eu sempre vou ser a culpada do meu pai ter ido embora...
- Ei, ei Thay. Não diga isso, você era só uma criança. Não conheci sei pai, mas aposto que ele não gostaria de ver a filha dele se culpando por um crime onde ela também foi a vítima. Pare de se culpar, você era só uma criança. Promete pra mim que não vai se culpar mais?!
- Prometo. - Confirmei. Eu ia comprir o que havia prometido. - Eu não terminei de te contar, mais agora eu só quero ir pra casa.
- Ok pequena, quando quiser terminar eu estou aqui, ok? - Ele me perguntou.
- Ok.
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Gente vocês querem esse capítulo na visão do Thomaz? Me falem! Haha. Ah! O que vocês estão achando da historia, falem também. E super importante. Bjs :*
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A Baixinha E O PlayBoy
RomanceThay, uma garota que já perdeu uma pessoa muito importante de uma forma horrível, encontra o amor naqueles olhos escuros como a noite de Thomaz. Thomaz, um garoto popular, um verdadeiro PlayBoy que faz tudo o que bem entende para se esconder dos se...