Capítulo 3 - Decidida

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Nunca estive tão feliz em uma segunda-feira. Geralmente esse dia da semana é depressivo. Ao menos para mim. Porém hoje eu me levanto antes mesmo de o despertador tocar. Tomo um banho na agua fria ao invés da quente, para ficar bem desperta. O que eu me arrependo logo em seguida, pois estamos no inverno. Me visto rápido, calço um par de tênis, é claro, e corro para o ponto de ônibus ainda mastigando meu pão. No trabalho as horas passam em câmera lenta, e nem os assuntos divertidos de Si, conseguem me distrair.

- O que você tem, menina? – Si me pergunta, quando estou pegando minha bolsa para sair, e ao passar por sua mesa, acabo esbarrando em suas coisas e derrubando tudo.

Sorrio, e começo a pegar suas coisas do chão.

- Me desculpe amiga, é só que... – começo.

- Eve, querida – Sidney diz e toca gentilmente meu braço. – Você conheceu um garoto, não é? Você está um pouquinho diferente nesses últimos dias.

Então eu assinto. Preciso contar para alguém. E de repente desato a falar, sobre como aquele garoto que eu sequer sei o nome fez eu me sentir só de me olhar, como eu fugi como uma estúpida, da chance que tive de falar com ele, e como agora preciso fazer algo, como ir atrás da amiga dele, que provavelmente gosta dele, para descobrir ao menos o seu nome. Quando termino de falar, suspiro, e já me preparo para ver a expressão de incredulidade no rosto de Si, mas ao invés disso ela me olha sorrindo.

- O que foi? - pergunto na defensiva.

- É uma linda história, e tem tudo para dar certo – ela responde. – Ande logo, vai falar com essa garota e veja se descobre algo sobre ele. Mas não dê a entender que está interessada, pois se ela gosta dele como você diz, não vai facilitar as coisas para você.

Pisco, atônita.

- Si, você não vai me chamar de louca?

Ela parece ofendida, quando me responde.

- E porque eu faria isso? Tá, eu sei que você sente algo dessa magnitude por alguém aparentemente estranho, mas isso é o amor, lindinha. Loucura é não ir atrás do que a gente quer.

Fico parada, digerindo suas palavras e percebo que faz todo o sentido.

- Me deseje sorte – digo, enquanto lhe dou um beijo no rosto.

- Você não precisa de sorte, se esse garoto for o seu destino – ela diz, e pisca para mim.

O caminho do escritório até a loja que a tal garota trabalha, é bem curto. De modo que quando chego lá, não sei ao certo o que vou falar. E para minha sorte, ou azar, é a própria que vem me atender. Devo admitir que ela tem um belo sorriso, roupas descoladas, e um cabelo muito legal. Olho no seu crachá, e vejo seu nome. Luna.

- Oi querida, no que posso ajudar? Hum, eu me lembro de você, de algum lugar – ela diz, toda simpática. Talvez seja fácil arrancar alguma coisa dessa garota.

Me armo do meu melhor sorriso.

- Oi, é, Luna. Eu sempre venho aqui, comprar tênis – digo, e aponto para meus pés, para mostrar meu par de tênis que comprei recentemente aqui.

- Verdade! – ela exclama e bate palminhas – você tem que ver a coleção nova que acabou de chegar, tem um tênis da Madbull roxo que é a sua cara.

Antes que eu possa perceber, ela segue pelo corredor, me forçado a segui-la. Como eu desconfiava, a conversa entre nós duas flui muito rápido. Luna fala bastante, mas eu não consigo uma brecha para tocar no assunto do garoto. Por fim, acabo comprando o tal tênis roxo, que é realmente lindo, e constato que sairei da loja sem nenhuma informação útil. Até que ela mesmo toca no assunto.

Esta não é uma história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora