A semana passa lentamente, sem notícias ou vestígios de James.
- Calma querida, ele pode estar, ocupado, ou com problemas, não sei – Si diz, me animando, quando olho para meu celular, e checo meu perfil na internet, pela milésima vez.
- Eu achei que ele fosse diferente, Si. Eu te contei como ele foi legal, e carinhoso. E agora ele some, assim?
Esperei, todos os dias, por um sinal dele. Andei pelas ruas, olhando para todos os lados, na esperança de vê-lo, mas é como se ele tivesse sumido do mapa. Mas eu me recusei a ir atrás dele. Até crédito coloquei em meu celular no caso de ele me mandar alguma mensagem, mas nada aconteceu.
- Bom, hoje é sexta-feira, e eu costumo sair com meu namorado, mas se quiser eu cancelo com ele, e você fica lá em casa comigo comendo chocolates e reclamando da vida – Si sugere, e me lança um sorriso encorajador.
Percebo que esqueci o nome de seu atual namorado. Na verdade nem sei com quem ela está no momento. Mas não deixo isso transparecer.
- Acho melhor não, mas obrigada mesmo assim. Minha mãe ficaria uma fera comigo, pois segunda eu cheguei mais de onze horas em casa – eu digo, e só de lembrar da noite maravilhosa que tive na segunda quando por fim conheci James, sinto meu estomago afundar.
Na hora do almoço, vou até a praça central, que tem sido meu segundo lar. Fico sentada, no banco que agora eu considero mágico, por ter sido o local onde eu passei horas na companhia de James, e onde senti seus lábios pela primeira vez. Como meu sanduíche lentamente, me amaldiçoando por ter me aproximado desse cara. Até que vejo Luna, a amiga dele, e antes que eu possa me censurar, me vejo chamando seu nome.
- Oi, Luna – eu grito, e quando ela se vira pra mim, não vejo aquele olhar tão receptivo, como no dia em que fui ao seu trabalho descobrir algo sobre o James. Ela caminha até mim, enquanto faz um coque perfeito em seus cabelos alaranjados. Penso no meu visual, eu devo estar medonha. O vento não dá trégua então meus cabelos devem estar totalmente desgrenhados. Bom, ninguém precisa saber que eu me sinto uma mendiga perto dessa garota com suas calças jeans descoladas e botas maravilhosas. Então eu me empertigo no banco, e sorrio para ela.
- Oi, Eve – ela responde, e fica em pé, com os braços cruzados.
Paira um silencio constrangedor no ar. Meu sorriso fica congelado, enquanto os lábios dela, pintados de vermelho não fazem menção em se mexer.
- Servida? – pergunto, e aponto para meu sanduiche pela metade.
Ela meneia a cabeça para o lado, antes de soltar uma lufada de ar.
- Porque você não diz o que quer, logo? – ela dispara.
- O que... ? – começo, mas ela me interrompe, chegando bem perto de mim, me encarando.
- No mínimo você quer saber mais alguma coisa sobre algum amigo meu – ela diz, rígida.
- Olha você está entendendo tudo errado – gaguejo, tentando me explicar.
- Não perca seu tempo, eu sei sobre vocês terem ficado. James não está na cidade, mas talvez volte hoje.
Instantaneamente sorrio. Mas logo volto a ficar séria.
- Olha, você parece ser uma garota lega, mas não se iluda com ele. Aposto que ele não te contou algumas coisas bem importantes – ela diz, e desfaz seu coque perfeito, para começar a fazer outro.
- Que coisas? – pergunto, estremecendo involuntariamente.
- Isso só cabe a ele, decidir se quer ou não te contar. Tenho que ir agora.
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Esta não é uma história de amor
RomanceEve é uma adolescente comum. Sem grandes perspectivas acerca do futuro, ela leva uma vida monótona, e secretamente se pergunta se um dia alguém irá se interessar por ela. Até que um dia, de uma maneira nada convencional ela se vê estranhamente atraí...