3. Velhos cúmplices

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Capítulo 3

I think I've had enough

I might get a little drunk

I'll say what's on my mind

I might do a little time

Cause all of my kindness

Is taken for weakness

Four Five Seconds - Rihanna, Paul McCartney, Kanye West

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Havia duas semanas desde o jantar em minha casa, e desde aquele dia eu tive que manter contato com os Malik. Bom, na verdade, só com a Trisha, minha talvez-futura-sogra. Ela fazia questão de me ligar quases todos os dias. Ela era incrivelmente engraçada e terna comigo. Ao contrário de seu filho, que sempre que podia me tirava do sério. Todos os dias me perguntava o que eu tinha feito para merecer um ser desses na minha vida. E ainda mais: o que Trisha fez para merecer um traste desses como filho.

Realmente, ela é uma mulher vitoriosa, que apesar de ter uma praga dentro de casa, está todos os dias sorrindo abertamente. Isso é admirável.

E por falar em mães fantásticas e filhos abomináveis, eu estava me preparando para ir à casa de uns desses tipos.

Recebi uma mensagem com o endereço meia hora antes do horário marcado.

Vesti uma skinny azul e uma camisa de listras com mangas, uma sapatilha branca e deixei meu cabelo solto. Peguei meu celular e minha mochila e sai do quarto, com uma certa relutância.

- Lincoln, meu bem, vou estudar na casa dos Malik. Provavelmente vou demorar, então avise pros meus pais, por favor, oki? - falei dando um abraço nele, que retribuiu timidamente.

Lincoln já era da família, começou a trabalhar conosco quando eu nasci, então era meu segundo pai. E apesar dele próprio não se achar parte da família, sempre que eu podia, mostrava-lhe o seu grande valor para mim.

- Tome cuidado menina Lia, até mais - falou ele abrindo a porta pra mim.

Fiz um cumprimento exagerado, que fez ele rir. Sou uma das únicas pessoas nesse mundo que consegue arrancar um riso de Lincoln, e eu me vanglorio por causa disso.

- Até logo, meu bem - falei acendando para ele.

Dispensei o motorista, pois a casa dos Malik era perto da minha. Uns quatro quarteirões, acho eu.

O clima estava nublado e a chuva ameaçava cair em cima de mim a qualquer momento, então apressei meu passo.

Avistei um atalho, mais precisamente um beco, que dava para a rua de Zayn, então resolvi cortar caminho por lá.

Cheguei bem rápido na residência de Trisha e me dei um tempinho para observar o lado de fora da casa. Me encantei. Tinha um jardim esplêndido, um caminho de pedras e a casa era de um branco reluzente, que só aumentava a grandiosidade e magnitude da casa.

Apertei a campainha, e bastou aquele toque para ouvir a voz de alguém atrás da porta, e logo depois o som da tranca sendo aberta.

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