15. O presente

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Capítulo 15

It's time to begin, isn't it, I get a little bit

Bigger, but then, I'll admit

I'm just the same as I was

Now, don't you understand

That I'm never changing who I am

It's time - Imagine Dragons

°

°

°

- sinceramente, eu não sei como eu ainda aguento os teus distúrbios - confessei vendo Alasca tentar levar um cookie de sua testa até sua boca.

- tá vendo? Eu falei que era uma cilada virar amiga dessa coisa - Dan faloi rindo tanto que suas bochechas pareciam dois tomates.

- calem a boca, quero me concentrar - ralhou a loira enquanto tentava dar um tapa cego em nós dois, mas felizmente errando feio.

O sol já havia desaparecido há bastante tempo, ficamos a conversar por horas e horas, e nem percebemos que o mundo lá fora continuava em seu fluxo normal.

Passei meu dedo indicador pela borda da minha xícara de chá e observei a falange ficar corada por conta do calor transmitido.

Contar o caos que estava minha vida para meu velho amigo Daniel não foi tão difícil quanto eu imaginei, talvez porque as conversas com ele sempre fluíam naturalmente, sem momentos tensos e perturbadores, até mesmo para mim, que vivi toda aquela história.

No fim até consegui rir algumas vezes com as piadas totalmente sem nexo que ele soltava e das brincadeiras de irmãos entre ele e Alasca.

- CONSEGUI! QUEM É A MAIORAL AGORA HEIN HEIN? - berrou a garota loira enquanto dava uns saltos estranhos.

- que façanha, merece um prêmio - resmunguei revirando os olhos.

- só se for o prêmio de maior retardada do ano - rebateu Daniel, abrindo um sorriso cínico e irônico.

- invejosos! Vocês não sabem apreciar meus talentos - acusou ela com a boca cheia de cookie.

- termina de comer primeiro, seu porca - mandei, rindo de seus caretas.

-porca é o...

DING DONG

Deixei os dois falando com as paredes e sai correndo até a porta, para tentar chegar antes de algum empregado. É, eu sempre faço isso. Por que? Porque talvez eu tenha algum neurônio mestiço de poodle com pastor alemão, então logicamente eu tenho que analisar todas as visitas que chegam em minha casa. Finjam que isso é normal, por favor.

Por conta do meu bom porte físico, cheguei quando Lincoln já estava fechando novamente a porta.

- nunca consigo - falei frustada, enquanto soprava os fios de cabelo que caiam sobre meus olhos.

- parece que temos um presente para minha criança preferida - meu mordomo comentou com um ar divertido.

- para mim? - perguntei animada, enquanto dava alguns pulinhos entusiasmados.

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