26. Telefonema

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Capítulo 26


We set out on a mission to find our inner peace


Make it everlasting, so nothing's incomplete


Rather Be - Clean Bandit

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C

erta vez, li em um livro do Stephen King, uma frase, que na época foi irrelevante para minha vida, mas que naquele momento complicado, fazia total sentido em minha cabeça.

"Quando as pessoas estão sozinhas, elas fazem coisas que irão se arrepender depois"

Oh, céus, aquela pequena frase ecoava repetidas vezes em minha mente.

O que eu estava pensando quando inventei um plano como esse? Me embebedei numa poça de fantasia e pensei que iria dar tudo certo.

Minha queda em cima da dura realidade foi bastante ruim, foi o que me fez acordar e perceber que além de ter feito uma besteira grandiosa, também levei uma pessoa que não tinha nada a ver - relativamente - com toda aquela situação, para a total merda.

E então, com apenas um plano mirabolante e impulsivo, eu consegui ser sequestrada, junto ao meu quase-futuro-esposo. Que maravilha!

Havia alguma coisa que poderia dar mais errado ainda? Peguei-me pensando sobre tal hipótese.

Não via a hora de Zayn acordar, o rapaz mais parecia um morto, numa posição que nem uma bailarina conseguiria fazer.

Não conseguia identificar se haviam se passado alguns minutos, ou vários, ou talvez horas. Meu relógio interno era extremamente ruim sem uma orientação. E naquele espaço indefinido de tempo, entre a hora que eu acordei afobada até o momento em que Zayn também acordou, muitas coisas haviam acontecido, ou talvez, tentativas. Mas, eu havia conseguido algumas informações privilegiadas, como por exemplo, o nome dos três patetas: Mark era o nome do homem do beco, Chris, o que fez a abordagem no ônibus, e Will o outro, que lutou com Zayn. Fiquei muito tempo decorando o nome deles e me senti satisfeita com meu desempenho, mas não o bastante para me deixar minimamente feliz.

Naquele momento o clima estava tenso, meu corpo tremia levemente, não sabia se era por causa do frio ou do medo. Certamente, era por causa dos dois.

Saber que um daqueles homens já havia feito uma coisa ruim comigo, me fez ficar ainda mais temerosa diante àquela situação, se é que era humanamente possível ficar mais do que eu já estava.

Não conseguia entender qual era o motivo para tanta implicância. Nunca na minha vida eu havia o visto antes, tinha plena certeza.

Ódio gratuito? Talvez.

Várias hipóteses passaram pela minha cabeça, porém minha intuição me dava uma resposta concreta e coerente. Entretanto, eu não queria acreditar nela.

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