Uma paixão gay fulminante

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Eram 2hs. Uma tarde escaldante como é naturalmente aqui na região amazônica. Eu era atendente de uma pequena lanchonete e sorveteria. Eu estava feliz, muito feliz em meu trabalho. Chegou um rapaz acompanhado de sua esposa. Ele pediu-me um sorvete. Sua esposa ficou mais ou menos um metro e meio de distância, olhando o menu de preços e sabores, que ficava pendurado na parede. Ele fitou os olhos no meu. Olhando profundamente, sem desviar, com um leve e lânguido sorriso nos lábios. Sua esposa percebeu e foi embora sozinha com seu sorvete. Ele esperou por último para receber o seu. Virei as costa para pegar o seu sorvete no freezer. Ele aproximou- se de mim. Colocou a mão em meu ombros, acariciando levemente. Encostou seu membro em meu bumbum, e falou: Sirva-me bem. Gostei de você! Simplesmente fiquei em chamas. Meu corpo entrou em ebulição. Ele com seus olhos claros, cor de mel, emoldurado por um rosto moreno e bem dezenhado. Me enlouqueceu de tezão. Caprixei no sorvete. Ele pegou de minhas mãos, acariciando as, e sempre com os olhos dentro do meu. Agradeceu o sorvete. Pagou a conta e foi embora. No outro dia, ele voltou novamente. Dessa vez desacompanhado. Apresentou- se:
Meu nome é Narciso. E o seu? Respondi com um mixto de nervosismo e tezão ao mesmo tempo. Meu nome é Gelson. Ele falou prazer Gelson! Eu posso ser seu amigo?
Muitos homens, clientes, conhecidos me tratavam bem e alguns até queriam transar comigo. Mas nunca, nenhum tinha pedido para ser meu amigo. Era uma grande novidade para mim. Eu tinha como amigos todas as pessoas que me respeitavam. Eu era funcionario único de meu trabalho e considerava todas as pessoas ao redor, clientes e vizinhança, como amigos. Eu já não tinha vida social há muito tempo. Eu mantinha um certo distanciamento intencional das pessoas, apesar de tratálos bem. Eu respondi a ele: claro que pode. Então ele começou a tomar liberdade e levar adiante seu principal intento. Ele perguntou- me: e aí Gelson, você é gay? Eu perguntei: parece? Ele respondeu. Realmente não tem como você negar. Se algum homem convidar você para transar você vai? Falei a ele. Eu acho que ainda não estou preparado. Então ele admirou-se. Como? Quer dizer que até agora você só transou com mulheres? Não. Respondi. Eu nunca transei com ninguem. E quantos anos você tem? Respondi: Tenho 26 anos. Nossa você é de minha idade, admirou-se,  ele. Haja mão meu amigo! Eu nunca me senti a vontade falando de minha vida sexual com ninguem. Ele começou a insistir para que eu transasse com ele logo de inicio. Eu nunca tinha transado, nunca tinha tido um namorado. Era muito nova aquela idéia de um homem pedindo para ser meu amigo. Falei a ele então, já querendo por um fim em sua chuva de cantadas e em uma iminente paixão, por um galanteio, de um lindo homem. Criei corágem e reuni forças, que eu não sabia de onde eu tinha tirado: Olha cara: Você é muito bonito. Gostei de você tambem... Mas eu gostaria que você viesse aqui para conversar assuntos apenas de  interesse comercial e,  apenas, na hora que meu patrão estiver. Ele é uma ótima pessoa, gosta de fazer amigos, mas ele é muito desconfiado com  funcionários. Você sabe como é patrão... Ele irou-se. Achou que eu não tinha gostado dele, achou que eu apenas estava dando um fora. Ele peguntou- me energeticamente: como você tem corágem de tratar uma pessoa que  gostou de você, está lhe querendo e convidando com educação?  Quem é você para falar comigo assim? Respondi sem pensar e tambem com uma vizivel irritação: Eu sou o que sou. Foi uma grande surpresa para mim o tom e autoridade com que falei. Ele surpreendido por minha resposta e reação retrucou deboxadamente, sarcasticamente. Ah, quer dizer que você é Deus? Lembrei da história de Moisés. Falei a ele: não, quem dera eu fosse Deus... Mas no momento não dar para ter nada com você. Ele começou a insistir novamente. Cara, já sei qual é a tua. Você tem medo de assumir e de se apaixonar. Olha, falou ele novamente. Se você se apaixonar será melhor ainda. Eu não sou gente ruim. Você verá como sou bom. Até amanhã. Ele foi embora então para sua casa.

Fui dormir esquecendo- me dos ocorridos do dia. Ouvia apenas o barulho do ventilador em meus ouvidos. Eu estava sozinho mas traquilo. Derrepente senti uma enorme pancada em minha cabeça. Como se alguem tivesse me dado uma machadada. Acordei atordoado. Eu nunca tinha sentido medo do escuro. Mas fui tomado por um terror horrivel. Corpo todo arrepiado. Agonizante. Era a segunda vez que isso havia acontecido comigo. Eu estava tomado de pavor. Um imenso medo de ficar sozinho. Eu não tinha a quem chamar. Eu estava dormindo sozinho, no segundo andar da lanchonete. Olhei para o relógio. Era 00:01hs. Reiniciei meu trabalho pensando nele. O homem,  que achei que nunca iria incomodar meus sentimentos, não saia mais de meus pensamentos. Eu pensava em seus olhos claros, emoldurados por um rosto moreno e bem desenhado. Perguntava-me: Será se ele ainda volta? Porque tratei ele daquela forma? Não conseguia mais esquecê-lo. Eu estava simplesmente apaixonado. Sonhando com um delicioso momento junto dele. Imaginando ele pedindo outro sorvete. Torcendo para o sol não ir embora. Chegou três clientes desconhecidos no lanche. Um homem alto, branco, olhos azuis, calça e camisa brancas, bengala na mão, chapéu de coro. As mulheres vestidas casualmente. Pediram- me três sorvetes. Servi-os tranquilamente. O homem olhou nos meus olhos profundamente e saiu. Sairam sem pagar a conta. Um outro cliente já conhecido perguntou- me: Eles pagaram a conta? Respondi a ele. Não. Estranho. Fiquei com medo de pedir que pagassem. Vou repor o valor no caixa. Então o cliente perguntou novamente: Você os conhece? Respondi: Nunca os ví. E ele falou-me. Esse homem estranho é um pai de santo. E eu que nunca tinha presenciado e nem procurado saber os hábitos e a maneira de um pai de santo se vestir perguntei- lhe: Como o senhor sabe? E o cliente falou- me: Por sua maneira de vestir. Não dei bola mais para esse ocorrido. Meus pensamentos agora só pertenciam a uma pessoa. Meus pensamentos e a ansiedade para revê-lo, tocar novamentem suas mãos e outras coisas mais. Era só o que queria naquele momento. Até que em fim ele chegou: Ele falou: E aí, como estás? Respondi-lhe: Estou bem. Ele falou: me com muita educação: desculpe- me por ontem. Eu devia não ter tocado em sua vida pessoal. Meu coração estava acelerado. Mas não deixei minha ansiedade por ele ser percebida. Respondi-lhe. O mal educado sou eu. Eu é que lhe peço desculpas. Gosto de jantar na feira à noite. Geralmente vou acompanhado de algumas pessoas aqui da feira. Se você quizer nos acompanhar estás convidado. Ele falou: Estou ha 8 meses desempregado. Não estou jantando fora de casa. Então ofereci- me imidiatamente. Não se preocupe com isso. Ele então falou: Está bem. Com certeza irei. E foi assim todas as noites. Eu o amava mais do que tudo. Mas a corágem de me declarar e me entrgar simplesmente não aparecia. Eu sonhava todos dias com esse momento. Eu pensava em minha mãe e seu sofrimento por ter um filho homossexual. Eu pensava em meu sofrimento por ser gay e não ter corágem de realisar os meus desejos. Eu fazia o máximo para continuar indo à igreja em que nascí. Eu vivia cheio de culpa e de ódio de mim mesmo. Eu era o ser humano mais infeliz que existia no mundo. Eu tinha um profundo desejo de morte, e, compensava esse desejo com a solidão e a indiferença. Simplesmente me sentia indígno. Eu pensava comigo mesmo. Esses irmãos nunca pecaram como eu. Eles tem a sorte não lutar contra o mal que tenho. Eles não precisam se esconder. Como é fácil a maneira como eles acessam a Deus. Eu ouvia o som de línguas estranhas, a alegria deles em orar em outras linguas, os saltos que davam de alegria o grito de suas bocas glorificando a Deus. Eu pensava comigo mesmo: Enquanto eu não confessar todos os meus pecados detalhadamente desde a primeira vez, eu jamais serei assim. Deus não ouvirá minha voz enquanto eu for esse gay mizerável. Alem dessa terrivel guerra interior eu estava, agora, dominado por uma paixão. E o rancor por mim mesmo, pela igreja que me maltratava estava, agora, sendo direcionado a Deus novamente. Pois eu já tinha sentido um forte rancor por Deus antes de tudo isso. Pode parecer loucura tudo que falarei nos próximos capítulos. Eu acredito no que ví, vivi e ouvi.

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora