Um raro passeio na casa da avó.

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Um raro momento de passeio na casa de minha vozinha. Meus pais foram fazer uma vizita para conversar sobre o suicidio de nosso primo, que era tambem seu vizinho. Vi a primeira vez meu primo toninho, de minha idade. Irmão mais novo do nosso finado primo suicida. Fomos comprar pão juntos. Eu sempre tratei amigos, como irmão. Imagina sendo um primo e de minha idade. Eu já estava com 15 anos completo. Ingênuo. Sem maldade. Grudei no rastro do coleguinha. Sem imaginar nos olhos maldosos ao redor. Calígola* chegou próximo a nós dois, com sorrizinhos sarcásticos: Você ainda não comeu nada hoje Toninho.?? Kkkkkkkkkkkkkkk
Pare!! ninguem aqui é dessas coisas Calígola kkkkkkkkkk

Kkkkkkkkkk Ninguem..... é?
Ninguem aqui tá se fazendo de inocente??

Kkkkkkkkkkkkkkkkk Olha, olha....

-Acabamos de merendar. Fomos comprar pão. A rua era muito escura e distante. E essa chuva nos deixou todos ensopados, né Toninho?

Kkkkkkk Não é disso que ele está falando, rapaz.

Quando cheguei na casa de minha avó, a primeira vez me deparei com Calígola, e seu ódio que ele tinha por mim. Eu não imaginava de onde vinha. Eu achava que era por ele ser católico. Fomos assistir TV em sua casa à noite. Percebi que ele me odiava por causa da morte de alguem, de acordo com suas palavras a meu pai. Eu só ouvia sussurros de sua boca. Derrepente ele começou a falar em palavras audíveis e imsultantes a pessoas que se consideravam crentes. " .....O lugar de todos esses crentes malditos é no inferno."

-Então seu grande amigo irá ao inferno tambem. Ele é crente.

Eu procurava dentro de mim palavras que o deixasse sem argumentos. Eu nåo queria reclamar do ódio com que ele sempre me tratava. Eu lembrava de quando cheguei a primeira vez em sua casa. Eu tinha 10 anos na época. Ele sorria da cara de meu pai, por mim ter como filho. Ele dizia e repetia a todos que chegavam com meu pai para abraçá- lo e vê- lo, pois estávamos no meio da parentela de meu pai. "É gay, Xavier... é gay, Xavier. Não tem como não ser. Não tem como negar. "É gay!!! Kkkkkkkkkkkkkk

Meu pai sorria sem graça e sem jeito. "Fala baixo a mãe dele não pode ouvir." " Nunca mais ela vem aqui se continuarem falando assim dele". "Ela não gosta disso"....

- Pai, e quem é o gay. O que é gay??

Nada não. Ele só tá brincando.

Ele começou novamente a me insultar e a insultar as nossas doutrinas religiosas. " seu pai não é crente como você pensa. Ele apenas finge, para sua mãe não deixá- lo. Ela não sabe nem o tanto de mulher que teu pai come. Né Xavier? Kkkkkkkkkkkk

- Então ele vai pro inferno junto com você!

Como?.... Você não tem medo de levar umas porradas?....

Minha mãe contava aos vizinhos mais intimos e algumas de suas companheiras de fé, os seus sofrimentos no inicio de seu casamento com meu pai. " Mensalina era uma mulher caluniadora. Eu não podia ir à igreja. Ela falava ao Xavier: " tua mulher já foi com o pastor. Foi te colocar chifre" . Meu pai a humilhava, brigava muito e saía com as prostitutas para se vingar. Minha mãe nunca gostou de piadas sujas e obcenas. Ela torturava minha mãe dia após dia com insultos e esculhambaçôes verbais de toda espécie. Meu pai resolveu passear uma vêz no Piauí. Com certeza o óvolo fecundou e minha mãe engravidou, nos primeiros dias de sua ausência. Ele voltou dois meses depois. Minha mãe estava grávida. Eu era, e sou, o fruto dessa gravidêz.

Mensalina e calígola aproveitaram para infernizar a vida de minha mãe. Ela falou que viu minha mãe saindo quase a meia noite para orar na casa do pastor. Ela falava e calígola provava. Meu pai, um homem ímpio confesso, humilhava minha mãe dia e noite. Não queria o filho. Lutava pelo aborto. Minha mãe preferia o filho.... do que o marido, "que não era lá essas coisas" , do que abortar. Ele era do tipo de homem que brigava, humilhava, batia mais não deixava. Minha mãe era do tipo que sofria e não largava. Mas com essa, ela estava disposta a não lutar mais pela salvação do casamento. A vontade dela já era deixá- lo. Ela não aguentava mais. Mas minha mãe queria tambem a vontade de Deus.

Mensalina foi ao médico. Já não aguentava mais as dores. Chegou com o exame comprovado. Estava com um incurável e avançado câncer no útero. Em fase terminal. Pediu humilhada para "aceitar Jesus". Para minha mãe orar. Para minha mãe perdoá-la. Mas ela não foi curada. Ela morreu em profundas dores. No interior daquela época, ainda era pior do que hoje, para um doente terminal de câncer. A resposta de Deus fora dada. E minha mãe continuou com meu pai.

Era essa mesma história Calígola murmurava baixinho ao ouvido de meu pai. Por isso ele me odiava. A morte de Mensalina foi tudo por minha causa.

Falei a todos que estavam presente na sala.

- Quero cantar uma mùsica, posso? Meu pai que já me conhecia bastante, e algumas vezes, já tinha visto o poder de minha língua nessas situações ordenou- me: " cale sua boca. Estamos vendo a novela, não estàs vendo".?

- Ah! Pai. É uma música bem legal, que copiei no caderno, retirada da bíblia. Caligola vai gostar.

Cante, respondeu calígola, impulsionado por sua curiosidade. Pode cantar. Vamos, deixa ele cantar. ...

- Veja Senhor, as palavras de ofenças.
Escuta, oh! Deus...
As palavras do inimigo para mim.....
Se levanta para intimidar.
Dizendi que o Senhor, não me livrarar...

Porei um anzol em seu nariz e um freio na sua boca....

Pela primeira vez, Calígola sentiu medo de suas palavras. Para não perder a amizade de meu pai ele sustentou a vida inteira que viram minha mãe saindo quase meia noite para casa do pastor nos dias de sua viágem. Ainda lembrei nesse dia que minha mãe tinha lhe dado 3 anos de vida. Deu 3 meses ao pastor, e ele morreu. Ainda faltava 1 ano para ele. Meu pai esticou os olhos para calígola e foram para calçada. Pela primeira vez Caligola desligou a Tv na feente de todos. Na calçada Calígola já foi logo falando. Não mexe com esse menino e mãe dele mais. Olha que tu podes morrer mesmo... meu pai falou baixinho. Tu tem certeza que ela foi mesmo esse horário para casa do pastor? Tenho eu tenho. Mais quem sabe ela foi chamada mesmo para orar. Agora tenho certeza que essa mulher jamais te traiu. Ela é uma nulher muito fiel a Deus. Essa aí nunca te traiu não, rapaz. E esse menino tem todas as caracteristica de nossa familia. Já dá pra ver que ele é teu filho.

Eu estava ouvindo sua conversa atrás da parede. Saí de repente e fui surpreendido no caminho por minha vó. Mas ainda deu pra ouvir sua voz falando tambem. " Olha Calígola, se o Xavier morrer vou culpar a você tambem. Nunca mais quero ouvir em nossa casa acusações a esse menino e a minha filha. A Lurdinha é minha filha. E você sabe porque nunca mais fui em sua casa, Xavier.

Calígola falou: Um dia eu vou ser crente.

Não me senti, nem um pingo, vitorioso nesse dia. Eu sentia mais era a dor do despreso por mim. De meu pai, de amigos e de parentes. Antes meu pai não gostava de mim por causa de meus trejeitos e gostos de menina. Agora ele era desconfiado de uma traição de minha mãe e de eu não ser seu filho.

Que mundo é esse meu Deus????

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora