Quem vê cara não vê coração

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Eu corria na sala com a loirinha e meu irmåo. Estávamos brincando de He-man e Sherra. Eu disputando com a loirinha quem seria a melhor She-ra. Chegou a diretora em nossa casa para uma de suas costumeiras vizitas. O assunto era o de sempre: minha irmã, não estou mais conformada com essa igreja. Que cultos frios. Deus não opera mais em nossa igreja. Os irmãos sonolentos. Esse pastor está muito devagar com a construção desse templo. Entra dinheiro e mais dinheiro. Ofertas e mais ofertas. Olha, eu simplesmente não acredito nesse pastor. Vamos orar irmã Lurdes, para que Deus nos revele quem está em pecado. Alguma coisa esse pastor faz que Deus não "opera" nessa igreja. Alguem no púlpito entre os que se ascentam lá em cima está em pecado. Mas desconfio mesmo é desse pastor. Minha mãe nåo tinha noção da sagacidade dessa irmã. E nem sabia tambem do adultério que o pastor ha dias vinha mantendo com uma das jovens do louvor.
A diretora e seu esposo presbitero não deixava o pastor em paz. Estavam sempre infurnado na casa pastoral, marcando reuniões na igreja. Tomando a frente de tudo e elogiando o pleito pastoral atual. Então ela apenas dizia: é minha irmã. Vamos orar. Estamos no fim dos dias. Jesus está voltando. Ele vem buscar um povo santo. O pastor admirava muito uma jovem. Que voz maravilhosa ela tinha. Uma moça pobre e obediente. Uma jovem da qual ninguem tinha o que reclamar. Nåo usava "vaidades". A igreja alegrava -se com seu cântico. Quando tinha uma festa evangélica, como de costume, uma igreja, de uma localisação, sempre convidava a outra. vinha o convite, e, qunado o pastor lia o convite da outra igreja, já deixava bem claro. Eles não querem que Ana* falhe. Pois ela é indispensável. Entåo aos sons de glória Deus e aleluias todos já estávamos ansiosos para visitar a outra congregação. Nós, crianças, já imaginávamos na viágem de caminhão, no quanto íamos brincar nos riachos do interiorzão e nas hospedágens dos outros irmãos. Enquanto que os adultos pensavam nas pregações de pastores diferentes, em milagres e maravilhas que iam presenciar ou queriam receber. Chegávamos de volta da festa, que era a coisa mais deliciosa para mim. Voltávamos a vida normal. Os jovens e os responsáveis pela congregação sempre falando mal um do outro. A beleza do cultos e das festas sempre ocultando quem gosta ou não gosta de alguem. Escondendo as horríveis briguinhas internas e o "puxa tapete" que existe nas igrejas. Quando a guerra começava contra o outro a principal arma era a vida particular. Mulher nenhuma: crianças, jovens ou adultas, asavam calça, shorte ou bermuda. Não cortavam o cabelo, não faziam sobrancelhas, manicure ou usavam maquiágem. Os homens apenas calças. Então nesse quesito que é bastante visivel, ninguem tinha o que reclamar do outro. Mas a vida amorosa e sexual é cruel. Filha de irmão fulano de tal está namorando escondida com descrentes.... acho que fulana de tal não é mais virgem... ainda vem a briga por namorados(as).
A disputa pela liderança envolve tudo isso e mais um pouco... Um dia o pastor levou urgentemente ao médico sua netinha. Ela tinha engolido um prego. que ficou alojado no intestino. Mas chegando no hospital foi constatado a cura. O exame de raio-x era a prova. Ele mostrava a todo mundo. Minha mãe ficou ainda mais crente da santidade e fidelidade do pastor. Já ia chegar o fim do ano, 1997. momento em que os pastores mexia com toda liderança da igreja. Minha mãe estava entrando em um dos momentos turbulentos de sua vida com meu pai. Quando nossa vida financeira começava a melhorar meu pai não deixava pra menos. Gostava de comemorar logo com uma amante. Ele já estava tendo uma, em um dos interiores, onde ele fazia suas vendas de confecções. A diretora confidente jà sabia de tudo. Consequentemente tambem o pastor jà sabia. Mais o importante para o pastor era o exemplo de minha mãe e o amor que as irmãs companheiras, do circulo de oração, jà estavam nutrindo por ela. Quando a diretora percebeu que seria inevitável a troca de diretoras e a escolhida seria minha mãe a ocupar sua vaga, ela chegou em nossa casa com um sério comunicado: Irmã Lurdes. Você sabe que eu nunca aprovei o pastorado desse adúltero. Eu tenho certeza do adultério dele. Eu não aguento mais isso. Eu me sinto em pecado tambem em encobrir. Eu choro todos os dias com esse sofrimento. Vamos orar irmã Lurdes, para que Deus me dê forças. Eu vou iniciar hoje mesmo o baixo assinado para levar ao pastor presidente. Todos da igreja vão assinar, pois ninguem suporta mais esse pastor. Minha mãe acreditáva piamente na fidelidade do pastor e que a diretora estava enganada a respeito dele. Que seu baixo assinado era sincero e suas lágrimas justas. Mas ela estava dando ouvidos a fofocas. Um dos jovens da congregação viu um dia o pastor entrando sozinho no banheiro de seu quintal juntamente com Ana. Primeiro entrou Ana. Alguns minutos deçois entrou o pastor. E esse jovem contou isso apenas à diretora e seu esposo presbitero. Que depois de ter derrubado do púlpito outros presbiteros sonhava em derrubar o pastor. Pois esse era o seu cargo mais almejado. Se tornar o pastor da congregação. A diretora e o presbitero ficaram com a faca e o queijo nas mãos. A diretora não falava como soube do adultério. O pastor quando já estava sabendo do adultério de meu pai, veio falar com minha mãe. Suas palavras foram de conforto a ela. Minha mãe seria sempre em sua mais alta conta. E ele estava decidindo se a poria como dirtora do circulo de oração. Minha mãe estava com pena do pastor. De seu amor pelas ovelhas. De sua luta pelas almas perdidas. Ela queria falar com a diretora e o pastor juntamente, para que ele mostrasse à diretora que o que ela ouvia dos outros a seu respeito era uma fofoca sem fundamentos. Pois quando ela falava do pastor à minha mãe ela falava no coletivo: me falaram que ele está adulterando. Então ela aproveitou o momento falou dos sentimentos da diretora e do quanto ela estava sofrendo por isso. Inclusive do baixo assinado. A primeia atitude do pastor foi uma cara de preocupado. Apenas pediu minha mãe para orar e prometeu que falaria com a diretora. Ele falou então com a diretora. O que ela mais queria aconteceu. Agora minha mãe seria uma mulher fofoqueira e suja aos olhos do pastor. E, quem sabe até, seria espulsa da congregação.

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora