Uma grande novidade

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Minha mãe falou na hora da janta: amanhã você irá a escola. Você já está ficando grandinho. Sua professora será a Cleonice. Ela já veio me avizar. Eu brincava com os livros de meus irmãos mais velho, via as crianças passarem em frente nossa casa nos dias de aula. Eu era apaixonado por lápis de cores. Não desgrudava de minha irmã mais velha enquanto ela estudava. Eu já sabia o abc de có. Mas ainda não sabia diferenciar as letras. Eu já ia fazer 8 anos. Minha mãe não me colocara antes na escola por que eu era muito raquítico. Pra mim foi um grande acontecimento. Cheguei na escola o primeiro dia, ansioso para começar. Nessa época, éramos alfabetizados pela carta do abc. A professora chamava os alunos, de um por um, e repetia com eles, seguidamente, as três primeira letras do alfabeto. E eu estava muito ancioso pra que chegasse a minha vez. Primeiro aprendíamos as letras depois chegava a vez das sílabas. Quando chegou a vez de aprendermos a familia do "C", a professora notou algo difente em mim. Gelson, um "c" e um "a", sóletra-se: "ca". . Um "c"e um "o", soletra-se "co''. Repita comigo para não esquecer. Um "c" e um "u", soletre... não posso professora, eu não posso falar isso! A professora simplesmente sorriu. Meu filho, "cu" não é um palavrão. É a última síliba da familia do "c", você está aprendendo. Você tem que pronunciar a sílaba. Ah não professora... é pecado falar isso. Estou na frente de todo mundo. Eu não vou falar... meu filho isso não é uma vergonha. Vamos lá, repita! Com muita vergonha e muito medo de está pecando pronunciei vergonhosamente, sem graça e o mais baixo possível. "Cu" professora... ela sorriu mais ainda. Não precisa ficar vermelho. E eu respondi. É porque sou crente professora... comecei a conhecer os coleguinhas. Eu só queria sentar próximo ao Serginho. Ele nem me conhecia e eu já tratava ele como irmão. Achava a cor do seu rosto e seu cabelo muito bonitinho. Eu não era garoto de correr, brincar em sala de aula. Minha felicidade era ajudar os coleguinhas na tarefa. Especialmente o Serginho. Em 6 meses de aula eu era o único que já sabia ler e escrever parcialmente. A professora chamou minha mãe para me mandar logo para a primeira série. E eu já estava me sentindo o menino mais feliz do mundo. O meu dia e minha noite resumia-se em pensar na primeira série e ler alto pra todo mundo ver. Em troca de elogios, claro. Na primeira série, na sexta feira. Logo na primeira semana de aula, a professora passou um trabalho. Eu tinha que colar em uma folha de papel sem pauta, a figura mais linda que eu encontrasse. Quando minha professora passava um trabalho escolar em que eu nescessitasse de ajuda, eu não deixava mais ninguem em paz. Corria atrás de todo mundo o dia todo. Eu sempre queria fazer o mais rápido e lindamente possivel. Recorri nesse dia à ajuda de meu pai. Eu queria, porque queria... e era ele que estava disponível nessa hora. Ele falou então: Pegue as revistas de cosméticos da AVON, de sua mãe. Qual a figura mais linda? Escolha. Revirei, revirei... página por página. Tinha mulheres de lingérie, vestidas, vidros de perfumes, brinquedinhos, uma variedade de coisas bonitas. Mas a coisa mais linda que eu achei foi a fotografia de um homem. Meu pai me deu todas as opiniõs e opções, mas eu queria era aquela fotografia. E eu ainda falava inocentemente para meu pai: Esse homem é muito bonito, é o homem mais bonito que já ví. Ele siplesmente tentou tirar aquela idéia de minha cabeça. Mas eu queria porque queria, somente aquele lindo homem da fotografia. E ele falou vai, pega a tesoura, recorte e cole. E eu passava horas e horas adimirando meu trabalho em sua frente. Sem imaginar em que meu pai estava realmente pensando.

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora