Os pais não imaginam

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Cheguei aos meus 8 aninhos. Na hora de tomar banho comecei a perceber algo diferente em meu corpo. Minha primeira descoberta. Ao ver as outras crianças peladas, casais próximo no meu grau familiar se abraçando eu começava a pensar: O que acontece entre eles quando se abraçam? Automaticamente meu pintinho já estava duro e sensível deliciosamente ao toque. Eu não parava de olhar um homem, quando percebia que a frente de sua calça estava volumoso mas do que das outras vezes em que eu tinha visto antes. Entre um homem e uma mulher, que todo mundo elogiava a beleza, o meu preferido era sempre o homem. Em minha familia, por motivos religiosos, meus parentes próximos masculinos, usavam apenas calça. Um dia, ví um, de calção de futebol.
Nossa! Que pernas lindas... que corpo maravilhoso, pensei. Pensei e exclamei. Olha, pai... Como é bonito o tio ***** usando calção!
Meu pai, que já era desconfiado com essa situção, gritou irado e constrangido. Nunca mais fale isso!
Fui percebendo aos poucos que meu pai possuia uma rejeição velada por mim. Eu simplesmente não entendia o porque de certas coisas e nem o teor de certas conversas, as vezes com minha mãe. Ele era um pai amoroso com outros filhos. As vezes chegava a emocionar por seu gesto com todos. Eu simplesmente era muito desapegado a ele. Ele, alem de não demostrar amor por mim, ainda fazia entender que eu não lhe fazia a menor falta. Minha mãe estava de resguardo, era a sua décima segunda gravidez. Minha avó, dessa vez a avó paterna, sua própria mãe, como já era costumeiro. e não podíamos, por razões financeiras, ter uma empregada doméstica, veio cuidar de nós e nossa casa, enquanto minha mãe se recuperava. Mesmo em seu período de recuperação, minha mãe gostava de colocar a comida na mesa, na hora das refeições. Chegou a hora do jantar. Todos nós rodeávamos sempre ela e o fogão... naquela zoeira infantil. Meu irmão mais velho deu- me um tapinha na cabeça e escondeu - se de mim, pois já sabia que eu ficava bravo. Comecei a chorar. Meu pai sempre procurava um motivo para demostrar sua rejeição e descontentamento comigo, à minha mãe. Ele puxou, imediatamente, o cinto de sua cintura, para dar-me umas cinturãozadas. Minha mãe interveio no momento. Então, ao invés, de me bater, ele bateu de cinto em minha mãe. Deu-lhe umas três cinturãozadas em suas costas. Minha mãe apenas falou:
Pare com isso em nome de Jesus, homem. Como você pode fazer uma coisa dessa na frente de seus filhos e de sua própria mãe, que veio cuidar de meu resguardo?
Ele caiu em sí. Sabia já nesse momento o quanto ofendeu a sua mãe. Minha avó era uma mulher muito educada. Falava baixinho, e tinha minha mãe como sua própria filha. Ela simplesmente falou: Lurdinha, era assim que ela tratava minha mãe. Essa é a última vez que venho em sua casa. Nunca imaginei que meu filho tratasse você dessa forma. Sei que ele nunca foi o marido dos sonhos. Sei de todo seu sofrimento. Mas dessa vez ele ultrapassou dos limites. No dia que ele for em minha casa, o recebo como filho, mas não sinto nenhum orgulho em ter um filho assim. Minha mãe tentou, de todas as formas, consolar minha avó, fingindo que aquilo não era nada. Minha avó ainda falou: Ele devia me dá esse menino, pra mim terminar de criar...Eu sei a causa disso. Minha saudosa vó dormiu a última noite em nossa casa e nunca mais voltou novamente. O tempo passava e com ele chegava a libinosidade. Agora a minha brincadeira, alem das brincadeiras de menina, eu nunca gostei das brincadeirinhas de menino. Comecei a gostar de brincadeirinhas sexuais. Com meninhas e meninhos. Para mim ainda não existia leis, restrições e sexualidade, desde que estivesse escondido dos adultos, claro. A vergonha de palavrões e de meu corpo, aos poucos ia se tornando inexistente, ficando restrita ao olhar das pessoas adultas.

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora