Delicioso perido escolar

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Chegou o primeiro dia de aula, de minha primeira série. Muitos alunos novos na sala de aula. Nova professora, novos coleguinhas. Sempre fui um devorador de novidades, tagarela pra caramba. E o carinho das professoras por mim iniciava logo nos primeiros dias. Na hora da leitura, tarefas e provas, eu sempre queria chegar na frente e tirar as melhores notas. Rapidamente eu virava o xodó da escola. Minha mãe só ganhava elogios nas reuniões. E pra mim, esse era o meu grande mergulho no mar de rosas de minha. Nada melhor do que receber elogios de uns alunos e inveja de outros. Eu simplesmente, me sentia o máximo e fazia a manutenção do meu ego escolar, todos os anos, demostrando minha aplicação em todas a matérias e nunca recebendo uma nota vermelha no histórico. Quando cheguei a terceira série tive que mudar de escola, para minha felicidade. Só havia vagas na escola mais distante da cidade. A escola mais próxima era do ensino particular. Fui matriculado na escola dos meus sonhos. Uma escola grande, cheia de salas. Minha antiga escola tinha apenas duas salas de aula. Eu sonhava com a grande escola, que meus irmåos mais velhos falavam. Tinha um porem. A distancia da escola. O caminho perigoso por causa do trânzito. Ficava ha mais de 2km de minha casa. Eu tinha que atravessar a cidade todinha, subir três grandes ladeiras e, ainda, me desviar dos carros em um trânzito desorganizado. Quase chegando o período das férias de junho fui atropelado por um carro. Meu colega atravessou a rua, comprou laranjas, de um vendendor ambulante, e me ofereceu uma. Corrir para chegar até ele, sem olhar nem para direita e nem para esquerda. Mas não foi grave para mim. Meus dois irmãos mais velho que eu, me juntaram do chão, recolheram meus cadernos, minhas sandálias que sairam os cabrestos no momento do atropelamento. Sapatos era um luxo distante. Eram sandálias de dedos, mais barata que as havainas, nosso calçado diário e para qualquer ocasião.... reuni meus dois irmãos e pedi deles segredo absoluto do ocorrido. Pedi, pelo amor de Deus, que minha mãe não soubesse. Eu morria de medo de ficar sem estudar. Perder um dia sequer de aula era uma coisa incomcebível. Meus irmãos foram muito bonzinhos comigo. Prometeram não falar... e não falaram. Cheguei em casa não tirei a camisa. Os arranhões foram nas costas e ao lado da bacia, onde ninguem veria, caso eu estivesse vestido, pensei. Eu estadava a tarde, a aula terminava as 17hs. Eu chegava quase 18hs de volta a minha casa. Fui direto para o quarto. Deitei- me. E só ouvia minha mãe perguntar: Você não vai jantar... porque está deitado essa hora... Você está com febre... o que aconteceu que você chegou da escola, só se deitou e não levantou mais????. Eu só respondia não é nada. Com muita relutancia em abrir a boca. Permaneci no quarto. Não levantei de minha rede para nada até que dormi..No outro dia eu ainda estava abalado. O medo de ir a escola, atravessar a rua ficou por muitos dias. Aos poucos fui acostumando novamente. Os ferimentos iam sarando aos poucos, as pessoas da familia comentando o meu novo hábito de não tirar mais a camisa... e um colega, único do bairro que sabia o segredo, falando na frente de todo mundo, para meu desespero e arritimia cardiaca: E o pampa branco, hem... o que é essa história de pampa branco? Foi o carro que me atropelou.. eu amarelava, acerelava a mil o coração, tremia as pernas e as mãos, implorava baixinho em seu ouvido: Para com isso, ninguem pode saber. Mas o Edivaldo era mal. Estava sempre repetindo em minha frente. Desde criança nunca mais o ví, e tambem nunca o esquecí. Éramos vizinhos de uma familia evangélica, as três familias evangélica do bairro. Por isso, éramos como uma única familia. A irmã conceição e o irmão Antônio José, convidaram a igreja para um aniversário em sua residência. Veio a maioria dos crentes à sua casa nesse dia. Inclusive os que nos conheciam, trabalhavam na rua principal e presenciaram o acidente. Siplesmente começaram abraçar minha mãe, apertar sua mão e falar para ela: Mais irmã Lurdes, Deus realisou um grande milagre. Simplesmente pensamos que seu filho tinha se quebrado todo. Ia direto ao hospital. O carro vinha em alta velocida. O barulho do freio foi ensurdecedor. O carro o jogou ha uns três metro de distancia. Ele se levantou trêmulo, assustado demais e apenas saiu andando. Minha mãe totalmente alheia ao acontecimento. Começou a indagar aos vistantes. Mas minha gente e quem foi acidentado assim. E eles simplesmente começaram a descobrir o segredo que eu guardava a sete chaves. Foi aquele seu filho branquinho. O menorzinho que passa todo dia enfrente a loja no final da escola.. mas você ainda não sabe? Seu filho morreu e ressuscitou! Eu o reconheci na hora e só falava para meus funcionários: gente, esse menino é filho da irmã Lurdes, da minha igreja. Minha måe, no final do culto, apenas me chamou e disse: vem aqui tira essa camisa meu filho. Eu já sei que Deus te deu um livramento. As pessoas da igreja viram tudo. Nunca mais esconda uma coisa dessa de mim... Deixe eu ver suas costas... Tirei a camisa e só um dos ferimentos ainda estava sarando Acabou o nervosismo. O segredo tambem. Em minha grande casa havia o quarto só dos meninos. Um quarto que comportava os 8 meninos. Não havia banheiro interno em nossa casa. Quando a gente acordava para urinar tinha que ir ao quintal. Uma certa noite acordei. Levantei para ir ao quintal, mas não senti mais minhas pernas. Eu não estava mais podendo andar. Amanheci o dia assim. Os vizinhos começaram a saber da situação, a perguntar minha mãe: O que está acontecendo com o.Branco, dona Lurdes? Deixe-me olhar esse menino. Minha mãe só falava. Ele amanheceu sem poder andar. Mas hoje é sábado, o hospital não está atendendo. Tô esperando o pai dele chegar, se não funcionar aqui na segunda, vamos à Santa Inês. Chegou a irmã Lurdinha (sinto, hoje muita saudade dela). Mi'a irmã esse menino ontem estava pulando e correndo com meus filhos e hoje amanhece desse jeito. Meu pai do céu, o que é isso..Ele é vacinado contra paralisia infantil?? Minha mãe falou: é sim, irmã Lurdinha. Mas tô confiante em Deus. Deixa o Xavier chegar. Vou levar ele pra Santa Inês. No outro dia chegou meu pai. Ele fazia vendas no interior e sempre chegava no domingo. Ele chegou à noite. E pela manhã na segunda. Dentro do quarto,ao lado da minha cama, vi a discursão dentro do quarto. Meu pai recusando-se em me levar ao médico. Ele queria mais é que eu não andasse nunca mais. Mas depois da discursão e das ameaças de minha mãe de uma separação, ele pego-me. Colocou-me na garupa da bicicleta e foi comigo ao hospital. Fiquei uma semana sendo medicado, internado. Depois de três meses eu já estava começando a correr sem tropeçar nas pernas.

A Face negra da santidade.  O amor de Deus por um pecadorOnde histórias criam vida. Descubra agora