Capítulo 3

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Clara

Olhei no relógio: 5h da manhã! Precisava embalar os doces ainda e estava exausta!

As 6h  já estava tudo pronto: eu e as crianças arrumadas e doces embalados. O transporte chegou, me despedi dos meninos e parti para o Buffet.

Consegui realizar a entrega e ainda chegar no horário na imobiliária. Estava especialmente feliz! Tinha que acreditar que as coisas iam dar certo!

O dia passou voando e quando me dei conta, já era hora de ir para casa esperar meus filhotes!

Resolvi sair uns cinco minutos antes e passar na padaria, afinal fazia tempo que eu mesma não proporcionava uma surpresa para eles. Comprei uma barra de chocolate para cada um e fiquei esperando ansiosa por eles na porta de casa.

Assim que eles desceram, avistei Breno atravessando a rua. Vinha com um buque de flores enorme!

Não podia acreditar na cara de pau dele: há mais de seis meses que não aparecia para ver os filhos! Chegar com aquele cinismo, ainda por cima, carregando flores.

-Papai!Papai! Os dois se penduraram nele e não sabia se me alegrava com a cena, afinal sabia a falta que o pai fazia a eles ou se já lamentava pelo cheiro de encrenca no ar!

-Oi meninos! Como vocês cresceram! Papai estava com muitas saudades!

Não pude deixar de virar os olhos. - Pude notar quanta saudade sentiu... falei baixo!

- Clara, você está linda! Até que enfim emagreceu!

-Entrem crianças! Falei firme.

- O que você quer aqui?

- Trouxe essas flores para você. Queria conversar!

- Não temos nada para falar...

Não tive tempo de continuar, pois ele já estava entrando junto com os meninos. Como não podia expulsá-lo, a contragosto me troquei o fui fazer o jantar.

A conversa seguia animadamente na sala e por um momento, agradeci por ele ter aparecido. Giovani principalmente sentia muita falta de Breno, por mais complicada que fosse nossa relação.

Estava distraída na pia, quando senti alguém pegar meu cabelo com muita força! O puxão foi tão forte, que perdi o equilíbrio.

Olhei o rosto de Breno, estava transtornado! Virou meu rosto e colocou as mãos em minhas bochechas, apertando com muita força.

- Foi por isso que você se separou de mim, sua vagabunda! Para sair com o vizinho né?

- Do que você está falando? Murmurei...minha cabeça estava doendo muito e Breno puxava meu cabelo com mais força.

- Agora seu amante paga até lanche para os meus filhos. De repente levou a mão à cabeça e disse com desespero: espera! Por que você quis colocar nomes Italianos nos nossos filhos?

Senti a mão vindo em direção ao meu rosto...a força do tapa foi tanta que fiquei um pouco tonta!

Luigi estava na porta, com o olho arregalado. Fiz um sinal para ele, conforme combinamos tantas vezes e ele saiu correndo, para refugiar-se com o irmão.

Olhei a panela em cima da pia e não pensei duas vezes, arremessei a panela com toda a minha força contra sua cabeça e corri. Corri o quanto pude! Entrei no quarto e estava fechando a porta, quando ele me impediu com a mão.

Tentava a todo custo empurrar sua mão para fora, mas ele era muito mais forte. Então senti o movimento contrário: ele começou a puxar minha mão para fora e meu braço ficou entre a porta.

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