Capítulo 22

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Lorenzo

Era praticamente a realização de um sonho de dez anos: leva-la para almoçar, fazer compras, ir ao médico, cuidar dela, trabalhar juntos, compartilhar as refeições. As três últimas semanas foram fantásticas.

Tudo que eu sempre quis, mas ainda precisava vencer as barreiras físicas, porém sabia que se me apressasse corria o risco de pôr tudo a perder.

Quando me pediu ajuda para lavar o cabelo, fiquei radiante e aproveitei a oportunidade para persuadi-la a tomar um banho de piscina. Nossa, como pensava nisso!

Fiquei parado diante da piscina, contendo minha ansiedade. Chegou tímida e sabia que estaria cismada pelas cicatrizes, mas quando pediu para ajudá-la a amarrar o biquíni, ficando ali de costas para mim, quase perdi o controle.

Busquei as tiras, encostando as pontas dos dedos por suas costelas e costas propositalmente. Queria agarrá-la, beijá-la e minha excitação era evidente. Para não constrange-la, me atirei na piscina, no intuito de acalmar meu amigão.

Todo meu esforço foi em vão, principalmente quando a tirei da beirada da piscina e nossos corpos se juntaram como nunca. Acariciava seu corpo com as pontas dos dedos e quase ri quando mostrou preocupações com as marcas, que era a única coisa que não pensava no momento. Os seios rijos por causa do frio contra meu peito, as pernas lisas esfregando contra meu quadril.

Queria arrancar aquelas peças dela e beijá-la em todas as partes, ali naquela piscina. Eu fantasiava muito, todos esses anos minha criatividade armou cenários que um cineasta morreria de inveja.

Quando mergulhou os dedos em meus cabelos e falou próximo a minha orelha, levei-a para o meio da piscina, decidido, acabaria com meu sofrimento, pois sabia que ali sua fulga estaria dificultada, porém sem mais nem menos, pediu que eu devolvesse ela para a borda e partiu.

Fiquei ali sem saber o que aconteceu e também não podia sair atrás dela, por que estava tão excitado que seria impossível não notar. Após me acalmar, parti em direção a seu quarto e já estava no chuveiro, ainda de biquíni.

- Clara, posso entrar? Falei parado no batente da porta do banheiro que estava aberta.

- Tudo bem. Pode só lavar meus cabelos rapidamente?

- Posso fazer sem pressa, não tenho compromisso nenhum.

- Mas é melhor acabarmos logo com isso.

A rejeição me esbofeteou. Meu humor mudou da água para vinho.

- Ok. Serei o mais rápido possível. Realizei a tarefa em silêncio e quando terminei sai sem falar nada.

Demorou muito para sair do quarto e eu logicamente fui espancar o saco de pancadas. Ficou parada por uns minutos olhando eu bater e sentou no aparelho para pernas.

Estava de shorts e blusa e encaixou as pernas no aparelho, abrindo e fechando sem parar. Enquanto batia, olhava de relance os movimentos repetidos que fazia, como se estivesse brincando.

- Acha que posso fazer algum tipo de exercício? Quebrou o silêncio.

Parei de bater o olhei para ela, que permanecia empurrando o aparelho, abrindo e fechando as pernas.

- Pode exercitar as pernas e andar na bicicleta ergométrica. Acho que a bicicleta é mais segura que a esteira, devido ao seu equilíbrio.

- Vou começar amanhã. Acha que posso aprender a lutar? Queria ficar mais forte e aprender a me defender.

- Acho perfeito. Amanhã treinaremos juntos.

Levantou e partiu em direção ao quarto, sem falar mais nada.

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