Capítulo 33

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Lorenzo

- Quem é?

- Socorri sua esposa na estrada e acabei deixa-la no hospital!

Ela estava viva? Viva? Que alivio! Não tinha palavras para descrever o que sentia. Uma ansiedade enorme para vê-la.

Minhas mãos suavam, meu corpo foi tomado por um calor intenso. Precisava ter certeza que ela estava viva, ver seu rosto, tocá-la, beijá-la.

Quando cheguei ao hospital, fui escoltado por uma enfermeira até a enfermaria, mas a cama estava vazia. Meu coração batia freneticamente e pediram que eu aguardasse seu retorno, pois havia sido levada para alguns exames.

Fiquei ali, caminhando de um lado para o outro, espreitando o retorno que tanto ansiava e pousei os olhos na jaqueta apoiada numa pequena cadeira localizada no canto do quarto.

Caminhei lentamente, pegando a peça nas mãos, revirando bolso. O estojo continuava lá!

Imediatamente enfiei no bolso das calcas que usava, que gentilmente foram cedidas por Julio. Como usava uniforme, tinha uma muda de roupa no carro e pude livrar-me daquele roupão. Definitivamente me livraria dessas peças assim que chegassem em casa! Roupão não me traziam bons presságios!

Quando despontou na porta, senti um alivio enorme por estar viva, mas precisei de todo meu controle para não desmoronar na sua frente. Estava irreconhecível, tamanho a violência das agressões.

Não conseguia entender como um homem podia fazer aquilo com uma mulher! Era muita covardia! Era a mãe de seus filhos! Se não estivesse morto, teria prazer em acabar com ele.

Segurei em suas mãos com receio de machucá-la se me aproximasse de seu rosto, sentia seu calor e sua respiração. Precisava daquilo para me convencer que estava viva e comigo.

Não queria que eu a largasse de forma alguma, mas precisei deixa-la rapidamente para agradecer o Sr. Que a ajudou.

Quando retornei, o médico acabara de entrar: - Clara, precisamos conversar!

- Apesar da violência, não houve sequelas internas e está tudo bem como o bebê! Mas vai precisar de muito repouso e acompanhamento!

- Bebê? Perguntamos quase juntos!

- Não sabia que estava grávida? Não sabia se o médico tinha feito uma pergunta ou uma afirmação.

- Está com aproximadamente quinze semanas!

Um filho! Um filho meu! Cheguei perto dela e podia ver a surpresa em seu rosto, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.

- Um filho meu! Clara! Um filho meu! Parecia uma criança que ganha um doce.

- Está tudo bem mesmo com ele? Perguntou Clara com a voz embargada.

- Está sim, mas precisaremos acompanhar! Terá que passar uns dias aqui até que esteja em condições de viajar. Agora vou deixá-los comemorarem a notícia.

Beijei sua mão mais uma vez! Queria tocar seu rosto, mas não sabia se era seguro.

- Lorenzo, estou tão feliz! Um pedaço de você crescendo dentro de mim!

Aquelas palavras me atingiram de uma forma indescritível e não pude mais esperar: tirei o estojo do bolso:

- Você é e sempre será o amor da minha vida. Não posso imaginar minha vida sem você, ainda que por um minuto. Quero cuidar de você e de nossos filhos! Quero ser tudo que você merece! Basta você dizer sim! Passe o resto da vida comigo?

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