Capítulo 21

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Lorenzo

O tempo passava e continuei ali, esperando por qualquer oportunidade. Quando fugiu, eu e vovó ficamos loucos, preocupados em como estava vivendo, em que lugar, os perigos que corria e movi céus e terra para encontrá-la.

A essa altura Breno já havia acionado um advogado e pedido a guarda de Luigi, alegando sequestro, mas fui mais rápido e a trouxe de volta, antes que o pior acontecesse.

A cada tentativa e erro de Clara , eu aperfeiçoava meus planos. Corrigia o percurso que me lavaria ao meu objetivo. Consegui que ela trabalhasse e a contratei na imobiliária, porém procurava ser cauteloso e me afastar o máximo possível, pois sabia que minha presença provocava a ira de Breno e queria protege-la.

Quando ficou grávida pela segunda vez, chantageei Breno novamente e mantivemos todos em segurança e por mais estranho que possa parecer, acompanhei o nascimento e escolhi o nome do bebê: Giovanni, escolhi pelo significado "agraciado por Deus". Os mesmos sentimentos se instalaram em meu peito, acho que ainda pior, por que acompanhei toda a jornada até o bebê nascer e ainda ajudava nos cuidados com Luigi.

Recusei diversas oportunidades de trabalho para expandir meus negócios, pois não queria me ausentar dali, as pessoas me questionavam se não me ajeitaria com alguém e construiria minha família, mas não conseguia. Abri mão de tudo e permaneci ali, esperando pelo momento certo.

Quando vovó morreu, fiquei mais obstinado em executar meus planos. Sabia que ela não estaria mais ali para protegê-la e honraria minha promessa à vovó. Um guerreiro não desiste nunca, espera pela hora certa.

A hora certa havia chegado!

DEZ ANOS DEPOIS

Na manhã seguinte, acordei e fiquei observando Clara dormindo. Estava ansioso por que sabia que na noite anterior uma barreira, ainda que pequena, tinha sido rompida. Precisava repensar minhas atitudes e lembrei das palavras de vovó ditas há muito tempo: ame-a, como for possível, trate-a bem, aproveite cada momento!

Comecei a percorrer minha tatuagem com os dedos e uma saudade de vovó inundou-me. Sentia tanto sua falta! De repente senti a mão de Clara percorrendo a tatuagem, os movimentos eram quase sincronizados.

Olhei para ela e coloquei minha mão sobre a sua: - Bom dia!, respondeu com uma voz de sono maravilhosa e se espreguiçando: - Bom diaaa! Estou curiosas sobre sua tatuagem, o que significa?

- Uma longa história. Um dia conto! Está com fome?

- Hum hum.

- Tomamos café juntos e depois fiz novos curativos. Liguei para a imobiliária informando que trabalharia de casa, pois não podia e não queria deixa-la sozinha.

Perto do almoço, não sabia bem o que comeríamos, pois não era muito hábil em cozinhar, sugeri saímos para comer.

- Lorenzo, não estou com disposição para sair. Podemos comer qualquer coisa aqui mesmo.

- Tem alguns congelados, mas isso não é alimentação adequada para você.

- Um dia só, não matará ninguém.

- Preciso pensar em como faremos. Vou tentar arrumar uma cozinheira!

- Podia pedir que alguém entregasse a comida aqui, o que acha? Assim não precisávamos ter outra pessoa estranha aqui.

Podia sentir seus receios e concordei imediatamente. –Acho que é uma ótima ideia.

- Clara, quer ligar para os meninos?

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