Capítulo 23

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Lorenzo

Quando minha boca cobriu a dela e correspondeu ao meu beijo, me entreguei aquele sentimento que me afetou por tantos anos.

Minha língua invadia sua boca com uma fome devastadora, queria tudo, senti o gosto doce de sua boca, a maciez dos lábios. Estava excitado demais, minhas mãos trilhando aquele corpo perfeito.

Jurava que podia ouvir as batidas do meu coração. O misto de amor, desejo e luxuria guiavam meus atos e correspondia a cada caricia, acariciando meus cabelos, as mãos suaves passando em meu rosto. Acomodei minha perna entre suas coxas, sentindo a quentura através do short. Quando forçou a pélvis em minha perna, perdi o juízo, parti para uma caricia mais ousada e imediatamente impediu-me de continuar.

Fiquei frustrado, mas a respeitaria, nunca a tomaria através da força: - Espera, pedi para você parar, não para ir embora! Fica aqui comigo.

- Desculpe, não estou pronta para isso.

Saber que não havia me rejeitado, mas estava com medo mudou tudo. Esperei dez anos, podia esperar um pouco mais. Clara seria minha, finalmente!

Na manhã seguinte, fiquei um pouco decepcionado, pois em minhas fantasias românticas iniciaríamos um relacionamento, mas não foi o que aconteceu. Fugiu de mim e não me deu ao menos um beijo de bom dia.

No meio do dia, meu ego estava mortalmente ferido. Beijá-la só serviu para aumentar meus sentimentos e o desejo que nutria por ela. Só conseguia pensar que devia ter se arrependido!

Fui arrancado de meus pensamentos por uma ligação de Carmen, pois Giovanni estava chorando e pedindo pela mãe. Meu coração partiu e ver a expressão de dor em Clara quando consolou o filho. Me arrasou!

Ficou muito tempo sentada, mirando a piscina, os olhos tristes. Imaginei que se eu estava com saudade dos garotos, a dela devia ser bem pior.

Andei até ela e parei diante da espreguiçadeira onde estava sentada, olhou pro céu:

- Está uma noite linda e estrelada!

- Está mesmo! Uma lua extraordinária também.

- Sabe o que falta aqui?

Fiquei curioso: - Não tenho nem ideia, mas estou curioso.

- Uma rede! Adoraria deitar em uma rede e admirar as estrelas. Essa varanda é perfeita para uma rede!

- Sabe Lorenzo, fico aqui olhando para essa linda casa e me pergunto por que estamos aqui neste anexo? Por que não usou a casa?

- Por que aqui tem câmeras em todos os cômodos e a casa é mais difícil de controlar, é muito maior.

- Há, entendi! Consegue checar sua refém com mais facilidade. Pareceu uma piada, e vi que estava tentando disfarçar seu sofrimento.

Podia ver os olhos brilhando pelas lágrimas não derrubadas. - Clara, estive pensando e no final da semana, partiremos para encontrar os meninos.

- O que? Iremos até eles?

- Isso, acho mais seguro do que trazermos eles de volta. Pulou em meu pescoço, beijando meu rosto.

- Obrigada, não imagina o quanto ficarei feliz.

Fiquei arrasado, beijou-me no rosto depois do que aconteceu, mas disfarcei.

No outro dia pedi que Julio providenciasse uma rede para colocar na varando e no fim da tarde, já estava lá.

Deitou admirando as estrelas, mas entrei e me afastei. Estava muito difícil aceitar minha derrota. Não sentia nada por mim!

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