Capítulo 5

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Clara

- Clara hoje você terá alta! Lorenzo comentou empolgado.

- Lorenzo, muito obrigada por tudo! Nem sei como agradecer! Você foi um anjo para nós!

- Não tem que agradecer. Hoje você irá para o meu apartamento. Os meninos já estão lá com a Dona Teresa e não quero protestos de sua parte. Sei bem como você é teimosa Clara!

Não tive nem como discutir! Estava com muita dor, os remédios me deixavam sonolenta e Dona Teresa estava cuidando dos meninos com muito amor.

-Sem protestos!

- Muito bem! Vou precisar dar uma saída para resolver algumas coisas e volto para te buscar. Você vai ficar bem?

- Não vou fugir! Prometo!

Quando Lorenzo saiu, fiquei pensando em quais seriam meus planos quando saísse dali. Agora com o braço machucado, estava perdida.

Após duas horas, estava liberada e Lorenzo chegou para me buscar. Escoltou-me até o carro e sentei no banco da frente ao seu lado.

Quando Lorenzo entrou, ainda lutava com o cinto de segurança, mas com uma mão só, estava impossível.

Senti quando mãos fortes apoiaram em minhas pernas e foram em busca do cinto de segurança, concluindo de forma tão simples uma tarefa que me pareceu tão difícil.

Quando prendeu o cinto, seu rosto estava tão perto do meu, que podia sentir seu perfume! Ele cheirava a banho! Sempre limpo, perfumado e apresentável.

Quando chegamos ao seu prédio, fiquei encantada com tanta beleza e refinamento! O prédio era de um extremo bom gosto, desde a entrada até o estacionamento.

Desci do carro, observando tudo ao meu redor. Pensando se o apartamento ainda estava em pé após três dias com Giovanni e Luigi como hospedes.

Conforme o elevador subia, meu coração acelerava. Que saudade dos meninos! Nunca havia ficado separada deles!

Assim que a porta abriu, dois querubins esperavam por mim. Com olhos brilhando de lágrimas! Mal havíamos nos falado nesses dias!

Foram muitos abraços e beijos! Eles estavam muito bem cuidados!

- São excelentes meninos! Você faz um ótimo trabalho com eles! Disse D. Teresa.

- Obrigada Dona Teresa! Por tudo! Por cuidar tão bem deles!

Olhei ao redor e o apartamento era realmente muito bonito, sóbrio, neutro, sua decoração era bem masculinizada, praticamente não havia enfeites, os moveis eram quase todos brancos.

A sala era cercada por janelas de vidro com uma grande varanda que estava inacessível, bloqueada por sofás. Pressenti que era por segurança para os meninos, afinal não era um apartamento adaptado para crianças e apesar de estarmos no terceiro andar, achei prudente a decisão de bloquear a passagem.

Continuei observando a sobriedade, não havia cores e nem fotos. Tudo era muito impessoal, mas de extremo bom gosto e por um momento me senti num lar.

- Filha, fiz uma sopa para você, mas imagino que queira tomar um banho para retirar esse cheiro de hospital.

- Quero sim! Nossa! Lorenzo preciso ir até em casa, pegar algumas coisas para mim! Como você fez com os meninos?

- Clara, fica sossegada! Passei na sua casa e peguei roupas, brinquedos e as mochilas deles. Achei chato mexer nas suas coisas, então acabei não pegando nada para você, mas a Teresa comprou produtos de higiene.

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