Capítulo 27

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Lorenzo

Sabia que ela estava feliz, principalmente com a promessa de retorno dos meninos, mas algo ainda não me deixava tranquilo. Quase nunca tomava a iniciativa ou demonstrava qualquer sentimento, apesar de retribuir meus carinhos. Quase nunca falava que me amava! Exceto pelos primeiros dias em que nos entendemos!

Na verdade, comecei a questionar se tivesse outras opções, ficaria comigo. Queria que ela realmente me quisesse! Estava um pouco arrependido de a ter colocado nessa situação, mas pensando em mantê-la protegida, tive certeza que agia bem!

Senti meu celular vibrar no bolso e vi que Julio chamava. Quando atendi, informou que Clara queria sair e pediu permissão para leva-la. Fui enfático em não autorizar!

- Por que ela quer sair?

- Precisa comprar algo.

- Veja o que precisa e compre você mesmo! Além do mais não tem dinheiro algum com ela.

Desliguei intrigado. Por que queria sair? Não permitiria!

Quanto mais o tempo passava, mas incomodado eu estava com aquela ligação. Será que? Não, não podia ser!

Não tentaria qualquer tipo de contato com Breno! O pensamento começou a invadir minha mente como água, em todos os cantos a insegurança ecoava. Será que procuraria por ele ou tentaria algum contato?

Peguei meu celular para acabar com essa angustia: - Julio, por favor, pode colocar Sra. Clara na linha?

- Claro, só um momento. Vou procura-la.

Mais de cinco minutos depois, retornou ofegante na linha.

- Sr. Lorenzo, não estou encontrando D. Clara em lugar nenhum.

- Olhou no pomar? Gritei! Foi o primeiro lugar que me ocorreu, já que foi lá que se escondeu com sucesso em nossa última briga. Tantas coisas passando em minha cabeça, mas a principal delas era medo...Ainda no telefone, entrei no carro e comecei a percorrer o caminho para casa.

- Não está lá também! Não entendo! Só sai para pegar meu almoço, logo depois que liguei para o Sr.

- Vá até a cidade Julio, chegará primeiro que eu! Tente localizá-la e se não estiver em perigo, não deixe que ela te veja.

- Sim Sr!

Vinte minutos depois, Julio ligou: - Sr. Lorenzo, ela está bem! Está no açougue!

- No açougue?

- Sim, no caixa agora!

- Mas ela não tem dinheiro!

- Pelo visto tem sim!

Estava puto! Literalmente e furiosamente puto! Havia dito que não queria que fosse a lugar algum sozinha. Por que era tão desobediente?

Quando estacionei no local que Julio mencionará, já estava fora de controle. - Onde está?

- Está na padaria agora!

Caso saísse da padaria em direção a casa, precisaria passar por um prédio em construção, onde havia uma caçamba de entulho e fiquei ali parado, de uma forma que não pudesse me ver.

Andava distraída com algumas sacolas em punho e quando ultrapassou totalmente a caçamba, segurei-a por trás e tapei sua boca.

Assustou-se e tentava a todo custo se desvencilhar, mas segurei forte. Neste momento Julio já chegava com o carro e puxei-a para dentro.

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