Capítulo 24

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Lorenzo

Quando o teste deu negativo, me senti aliviado. Não queria passar novamente por aquela situação, pois por mais que eu amasse os meninos, ver outro filho de Breno crescer no ventre de Clara me lavaria a loucura.

Foram dois assuntos que me desestabilizaram: não conseguia parar de pensar na morte de meu pai e embora tivesse magoas, nem ao menos pude me despedir, pois quando retornamos, o enterro já havia ocorrido e a possível gravidez de Clara fez com que pensasse em Breno tocando-a. Imagens apareciam em minha mente, fomentando raiva e ciúmes.

Não estava com disposição para conversar e vi que Clara se esforçava para entreter-me, mas queria ficar um pouco sozinho. Apesar de amá-la, aquela situação era muito nova para mim, viver o tempo todo com alguém.

Deitei e fiquei no quarto pensando, não conseguia dormir. Devia desistir desse plano idiota, estava vivendo em função de uma mulher que não me queria. Enquanto nada tinha acontecido, era fácil suportar, mas beijá-la e abraça-la mudou tudo, minha tolerância foi reduzida. Não queria mais forçar a situação e Clara não demonstrava nada e nunca tomou qualquer iniciativa.

Estava decidido a pôr um fim naquilo, mas foi surpreendido por Clara batendo na porta do meu quarto e pedindo para ficar comigo. Deitou comigo, me abraço, acariciou meus cabelos, mas não passou disso.

Minha decisão foi abalada, tomou a iniciativa de ir até ali e achei que podia ser um sinal, precisava me enganar e aproveitei feliz poder dormir agarrada a ela, parecia um cachorro que salta ao ganhar um osso!

Acordei sentindo algo quente em meu short e vi manchas em minhas roupas e de Clara. Engraçado como a cabeça influencia nessas coisas, bastou fazer o teste e sua menstruação apareceu.

Quando avisei a ela, vi que ficou constrangida, mas sinceramente não me importava em nada, era uma coisa muito natural para mim. Troquei os lençóis enquanto ela tomava banho e depois lavei minha roupa no chuveiro.

Mais tarde, enquanto jantávamos fui interrompido por Julio, informando que alguém estava procurando por mim e quando retornei, Clara havia sumido.

Procuramos em todos os lugares, mas não conseguia encontra-la e comecei a ficar tenso, imaginando se Breno tinha a encontrado. Conforme o tempo passava, fui entrando em pânico.

Já estava ligando para minha equipe de segurança, quando entrou como se nada tivesse acontecido. Queria saber onde ela estava e descarreguei minha tensão, sendo surpreendido por uma série de agressões e malcriações. Não conseguia entender o que tinha acontecido, mas quando disse que eu era como Breno, foi mais do que eu podia suportar, eu não podia mais fazer aquilo comigo.

- Fiz isso? Como? Anda, explica! Tudo o que fiz foi viver para aquela mulher.

- Não posso mais fazer isso comigo Clara! Não posso mais esperar por qualquer migalha e me satisfazer. Te amei em silêncio todos esses anos, mas desisto.

Sai sem olhar para traz e ouvi ela me gritando: - Lorenzo, espera!

Não queria mais ouvir nada, não queria mais insistir, entrei no carro e parti sem olhar para traz. Ia arrancar aquela mulher do meu coração!

Entrei no meu apartamento e tudo o que queria era esquecer, mas só conseguia lembrar dos dias que ela passou ali e fiquei ali, sozinho...queria tanto alguém naquele momento, queria minha vó. Não tinha ninguém!

A campainha não parava, o som era ensurdecedor então resolvi atender, quando abri dei de cara com Caio:

- Cara, se não abrisse ia arrombar essa porta. O que está acontecendo? Mandou aquela mensagem para eu ver como Clara estava e não atendeu. Liguei milhares de vezes, já estava ficando assustado.

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