Capítulo 17

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Lorenzo

Após alguns minutos, veio a resposta que eu temia: - Foi! Apertei o volante com toda a minha força, podia sentir meus dedos ficando branco.

Quando avistei um motel descente, entrei. Tivemos uma grande dificuldade para entrar, por que Clara estava sem documentos. Então lembrei que nos sistemas da imobiliária tínhamos cópias digitalizadas e consegui entrar após enviar a cópia por e-mail.

Levei-a no colo até o quarto, colocando-a na cama. Fui até o banheiro e molhei uma toalha e comecei a limpar seus ferimos. Limpei a região dos joelhos e quando passei aos pés, gemia e pediu que eu parasse, pois não poderia suportar a dor.

Estava sentada e de repente deitou-se, cobrindo o rosto com os braços.

- Breno tem outra. Vi os dois juntos hoje na festa que fomos. Estavam se beijando intensamente numa varanda escondida. De tudo que podia ouvir, isso era o que menos esperava.

- Deixou-me sozinha quase metade da festa e um de seus colegas de trabalho me fez companhia, embora quisesse correr dali, não tinha o que fazer e não quis ser indelicada. Quando me viu com ele, ficou irado e brigamos. Achei o cumulo suas acusações, principalmente depois do que vi.

- Discutimos feio e em determinado momento se irritou muito, parou o carro na estrada e me mandou descer. Achei que estava brincando, que voltaria, mas não voltou.

- E esses ferimentos?

- Cai na estrada e machuquei os joelhos, além de ferir os pés durante a caminhada.

- A culpa foi minha Lorenzo, devia ter ficado quieta e se acalmado ante de abordar o assunto.

- Clara! Está se escutando? Breno estava com outra e você está o desculpando? Te largou no meio do nada. Podia ter sido atropelada, atacada por algum estuprador. Não tem desculpa para isso!

- Não é culpada de nada! Nada! Diga que me ouviu!

- Eu sei, tem razão! Mas,

- Gritei: - Sem mas, pelo amor de Deus, não arruma desculpas para ele. Fala a verdade, ele te machucou?

- Não! Respondi, me sentindo mal pela mentira.

- Clara, se ele faz alguma coisa para você, me diga. Você não está sozinha. Podia perceber que estava mentindo, mas não queria pressioná-la.

- Lorenzo, foi isso que falei! Não estamos bem há um tempo e foi a gota dagua. Queria ir para casa da minha família, mas não me deixa ir e não me dá dinheiro. Desde que casei, nunca mais pude vê-los.

Estava tão frágil e humilhada por me dizer essas coisas, que resolvi não a pressionar, e agi como se estivesse convencido. – Precisamos limpar seu pé, caso contrário as feridas infecionarão.

- Dói muito. Acho que não aguento.

- Vamos lavar, acho que será menos sofrido. Coloquei a banheira para encher e voltei para pegá-la no colo. Sentei-a na borda e delicadamente mergulhei seus pés, lavando com cuidado. Gemia e chorava, enquanto fazia a limpeza.

Em seguida, lavei seu rosto, limpando a maquiagem espalhada e levei de volta para a cama. Em minutos, dormiu e fiquei ali olhando, querendo tirar toda a dor e sofrimento.

Na manhã seguinte, acordei e pedi um reforçado café da manhã e fiquei ali, esperando ela acordar, enquanto pensava.

Quando acordou, ainda estava uma bagunça, e pude ver uma mancha em seu rosto. Estava puto! Sabia que ela estava mentindo.

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