Lorenzo
Bati diversas vezes na porta e ninguém respondia. Precisava entregar o almoço para Clara a pedido de vovó, que havia saído para uma consulta e não voltaria a tempo.
Tentei fugir da tarefa, por que não queria me aproximar dela. A distância estava fazendo-me bem.
Continuei batendo e como ninguém respondia, forcei a maçaneta e vi que a porta estava aberta. Entrei com cuidado chamando baixo por Clara, pois estava com receio de Breno estar por lá e comecei a ouvir sons que lembravam gemidos. Imediatamente pensei no pior e sem pensar entrei em seu quarto.
Estava no banheiro, ajoelhada junto ao vaso e vomitava sem parar, lutando para manter o equilíbrio e impedir os cabelos de caírem junto ao rosto, parecia tão frágil que fiquei sensibilizado. Não conseguia entender por que não cuidava um pouco dela, por que não a valorizava, afinal era sua mulher, sua família.
Num impulso, agarrei os cabelos que ela tentava controlar e agachei atrás dela, escorando seu corpo. Fiquei ali, até que ela melhorasse e quando finalmente havia acabado, fomos até a pia.
Estava visivelmente abatida e como não havia consultado um médico ainda, fiz o que era necessário e levei-a ao médico.
Constantemente saia com Caio, Guilherme, Barbara e Bianca, pois precisava preencher minha cabeça. Estávamos no café quando chegaram e Caio os convidou para sentar conosco e pensei que recusariam, mas surpreendentemente Breno aceitou. A conversa transcorria tranquilamente, até que começou a gratuitamente provoca-la com insultos desnecessários.
Não tirei os olhos de Clara enquanto ele falava. Tentava segurar as lágrimas que já brilhavam nos olhos. Levantou-se e foi até o banheiro e queria muito, mas muito mesmo levantar e ir atrás dela e quase agi impulsivamente, mas senti quando a mão de Caio apertou minha perna, forçando-me a permanecer ali. Enquanto me segurava, disparou na direção de Breno:
- Breno, que comentário maldoso para fazer da própria esposa, ainda mais nessas condições.
- Só estava brincando. Sei o quanto minha esposa é linda, não foi a toa que casei com ela! O mais importante é que construiremos uma família, eu e minha linda mulher.
Cada palavra era proferida em minha direção. Podia perceber a animosidade em cada uma, talvez não fosse perceptível para outras pessoas, mas estava clara como água.
- Devia cuidar melhor da sua mulher. Por que magoar uma pessoa desnecessariamente?
- Lorenzo, ele só estava mexendo com ela! Já, já ela volta e tudo fica bem. Queria acreditar nisso, mas sabia como Clara era sensível. Quando vinte minutos se passaram, olhei para Caio deixando claro que iria atrás dela. A vantagem de nossa amizade era que nos conhecíamos só pela expressão.
- Babi, pode ver como Clara está? Pediu Caio!
- Traga minha linda mulher de volta para mim, por favor! Falou Breno com aquele cinismo que lhe era peculiar.
Não podia suportar pensar nela, querer cuidar e ver como era tratada. Doía demais querer alguém que eu não podia ter e que na verdade não me queria, pois afinal voltou para ele! Escolheu ficar com ele!
Bianca vivia rondando-me e sempre procurava ser sincero, achei melhor não nos envolvermos mais, ainda que fosse um relacionamento casual, mas acabei cedendo quando vovó foi viajar. Chegou de surpresa, atentando-me de todas as maneiras! Estava na garagem arrumando o carro, quando apareceu completamente nua! Há muito tempo não estava com uma mulher e acabei me entregado ao momento, mas agi como um patife, só conseguia pensar em Clara! Seu rosto, seu corpo!
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Recomeçar
عاطفيةClara viu todos seus sonhos desmoronarem à medida que conhecia o perfil de seu marido, um homem dominador, ciumento e violento. Tudo que ela queria era a liberdade para recomeçar ao lado dos filhos, mas com a certeza que o amor não passava de uma il...