Capítulo 19 - O jogo da vida

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Notas iniciais: Juro que não queria me atrasar com a postagem, mas "tá" tenso aqui gente. Minha vovó ficou doentinha e precisei viajar para visitá-la. Além disso, a casa está reformando e vocês não imaginam a bagunça que está o meu quarto. Mas, apesar dos pesares, consegui terminar o cap. E ó, já aviso que tem babado! Espero que gostem!

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- Maquiagem: ok; regata por baixo da camiseta do uniforme: ok; dinheiro para o ônibus: ok; lanche da dieta: na mochila. Beleza, tudo certo – repeti em voz alta para mim mesma.

Acordei mais cedo naquele dia para sair antes do horário habitual. Assim que me troquei, desci para tomar café e já pegar as minhas "marmitas lights". Acabei levando bronca da Maria, porque não havia deixado os potes do dia anterior na cozinha. Quando voltei com os "esquecidos" em mãos, outra bronca: "você não comeu o seu lanche. Dessa vez sua mãe vai brigar com você e acaba brigando comigo também, né?".

Nota mental: comer as tais frutas cortadas e jamais esquecer de deixar os potes na pia para lavar. Eu já tinha dona Beatriz para pegar no meu pé, não precisava da Maria assumindo esse papel também.

Pedi desculpas pelo "descuido" e terminei meu café rindo sozinha. Se ela soubesse como meu dia anterior fora "diferente", não ficaria se preocupando com potes e frutas...

Deixei meu copo e prato na pia e subi correndo para terminar de arrumar minhas coisas. Fiz a maquiagem que a Laís me ensinara no dia anterior, passei perfume e pronto. Saí de casa quinze minutos mais cedo para não correr o risco de encontrar o Alê no caminho. Como ele estava preocupado com a minha ausência na escola, usei a desculpa da Dengue para justificar as faltas daquela semana. Ele até se ofereceu para me visitar em casa, mas disse que era melhor não porque não conseguia parar de vomitar.

Uma "vozinha" chata insistia em surgir na minha cabeça para me lembrar que aquelas mentiras não durariam para sempre. Mas tão rápido elas surgiam, eu já as mandava embora. Era uma comparação boba para se fazer, mas eu me sentia como a Caroline de "The Vampire Diaries" quando desligou a humanidade. A vida regrada e perfeita que eu levava não importava mais.

Dessa vez, peguei o ônibus em um ponto mais perto do condomínio. Não queria correr o risco de ser vista por algum aluno do colégio, por isso fiquei por ali mesmo. Com sorte, os funcionários estariam muito ocupados com o movimento da manhã que nem me veriam.

Agora era torcer para que o ônibus passasse logo.

"Bom dia! Vai mesmo para o retiro hoje ou vai dar pra trás"?

Uma mensagem brilhou na tela do meu iPhone. Era o Caio. Revirei os olhos assim que li a frase. Caio e sua incrível petulância...

"Não te falei ontem que ia? Já até estou a caminho".

"Sabia que você ia gostar. Vem comigo que você brilha, Gabi".

"Você se acha a última Coca Cola do deserto, né garoto? Fala sério!", respondi.

"Mas admite: sem mim você ainda estaria perdida na praça sem saber para onde ir", ele retrucou mandando vários emojis com óculos de sol.

"O ônibus está chegando. Daqui a pouco a gente se fala", desconversei só para não dar o braço a torcer. Além disso, o ônibus realmente havia chegado e estava lotado. Ou eu me segurava ou digitava... Os dois juntos não ia rolar.

***

"Qual é a senha?", ouvi a voz do Léo perguntar através do interfone.

- Já chegou o disco voador – disse, me lembrando da resposta do Caio.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora