Capítulo 12 - Dobrando a aposta

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Notas iniciais: Todo mundo pronto para o Grito de Carnaval do Gueto? Só digo uma coisa: o capítulo está babado, confusão e gritaria! Aproveitem e lá embaixo tem recadinho, ok?

***Dedicado especialmente para Kamis que aguentou firme a espera e não me matou! Hahahaha

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- Atrasada como sempre, né Gabriela? – Marília já foi logo me acusando assim que entrei no Gueto. Porém, mesmo se fingindo de irritada, ela não conseguiu disfarçar o olhar de surpresa ao me ver. Ponto para mim! Pelo jeito minha superprodução estava funcionando.

Antes de responder, lancei um olhar rápido na direção delas. A Mari estava bonita como Rainha Elsa – sua maquiagem estava perfeita. Eu seria capaz de apostar que não fora ela quem fizera. A Nathy estava de bruxa enquanto a Mel havia escolhido uma fantasia de Sininho. Mais sem originalidade impossível... - Sim, mas eu tenho um bom motivo. A Cá não comentou da viagem de uma última hora que minha mãe inventou? – me justifiquei mais por etiqueta do que por vontade. A minha paciência com a Marília já estava por um tris.

- É ela comentou – a loira informou em tom de desdém – A sorte que a Natália e as outras meninas vieram ajudar, porque com você a gente nunca pode contar, né?

Nunca pode conter comigo? Como assim? Eu sempre ajudava a organizar todas as festas e ficava para limpar a bagunça que sobrava no dia seguinte. Isso sem falar em todas as vezes que ela se meteu em enrascadas e eu sempre ajudava com a maior boa vontade. Quem a Marília era vir jogar na minha cara algo daquele tipo?

- Vem, Gabs. Se elas já fizeram o trabalho duro, melhor pra gente. Assim você não precisa estragar a sua roupinha de sereia – Alê puxou meu braço com um sorrisinho cínico no rosto. Vibrei por dentro com aquela resposta. Com uma única frase ele colocou a Mari em seu devido lugar.

- Na verdade, tenho uma missão para vocês dois – Carol interferiu para tentar quebrar o clima – Preciso que alguém me ajude a pendurar aqueles enfeites ali – apontou para uma caixa de papelão que estava em um canto.

- Opa, é pra já! Eu te ajudo – Alê se ofereceu de pronto. Peguei a caixa e saímos para o corredor, conversando animados enquanto o Alê subia em um balde e pregava cartolinas recortadas em formato de máscaras de Carnaval nas paredes e pendurava linhas com pedaços coloridos de papel. Tudo era muito divertido, combinando com o clima da festa.

Quando terminamos, pegamos uma cerveja e ficamos lá fora conversando. Eu não estava afim de voltar para dentro e encarar o mau humor da Mari. Enquanto a Cá reclamava do Caio e o Alê ouvia, dava conselhos e, claro, não perdia a chance de criticá-lo, eu me dediquei a descobrir por onde andava o Edu.

Descobri que ele e a mãe foram buscar o pai no aeroporto e já aproveitaram e passaram na casa do irmão. Dependendo do horário que eles chegassem em Guarema, ele viria para a festa. O carioca começou a comentar sobre o pai e o irmão e acabei mudando de assunto, guardando minha ansiedade para mim. Apenas cruzei os dedos e torci para que tudo desse certo...

***

Lá pelas dez horas, o Caio e sua turma chegou, iniciando oficialmente o Grito de Carnaval do Gueto. Como os pais da Carol haviam viajado para a praia, estávamos liberados para ligar o som em volume máximo. Pegamos os petiscos na cozinha e liberamos as bebidas que a empregada da casa havia comprado – como não tínhamos idade suficiente, fizemos um acordo com a Neide: ela comprava as bebidas e nós a deixávamos levar uma parte para casa.

Tentei me animar e entrar no clima da comemoração, mas não tinha jeito. A cada dez minutos eu olhava o celular esperando uma nova mensagem do Edu. Já fazia um tempo que ele havia parado de me responder e achei melhor não insistir. Não queria bancar a chata que fica falando que nem uma tagarela mesmo sabendo que ele está em um jantar com a família.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora