Capítulo 32 - IN-FLA-Má-VEL - parte 2

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Notas iniciais: Capítulo demorou, mas saiu! Aleluia!

E ó, como diz o título, está inflamável. Espero que gostem!

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Nervosa. Era assim que eu me sentia. Ok que eu estava decidida a não ser mais uma pessoa tão frágil, mas a primeira prova de fogo precisava vir assim, tão rápida?

Saber que o Edu iria ao show e ficaria no mesmo camarote que eu mudou completamente os meus planos. A ideia era ir, assistir ao show, me divertir, dançar... Resumindo: aproveitar o momento e esquecer um pouco da vida. Porém, enquanto me arrumava, a única certeza era de qual roupa usar: camisa jeans com as mangas dobradas e alguns botões abertos, saia preta assimétrica e bota de cano baixo da mesma cor. A Laís me incentivou a fazer uma make mais suave nos olhos e ousar no batom escuro e estava decidida a seguir os conselhos. Vinho foi a cor escolhida para a ocasião.

Fiquei pronta cinco minutos antes, o que era praticamente um milagre. O combinado era ir até a casa do Alê e pegar uma carona com ele. Dessa vez dona Melissa não tinha liberado o carro. Ela nos levaria até a porta do show e voltaríamos de táxi.

Fiquei sentada em frente ao espelho tentando imaginar como seria esse reencontro. Eu deveria ser simpática? Deveria me fazer de "otariane" e fingir que nada aconteceu? Deveria ignorá-lo? Para complicar, eu ainda tinha que ajudar a Laís e o Alê a fazer as coisas do "jeito tradicional".

Ai, Deus! Como lidar?

Respirei fundo para tentar me acalmar. Olhei mais uma vez meu reflexo no espelho. Aquelas eram as perguntas que a antiga Gabi faria. Mas e a nova Gabi, aquela que não tinha mais medo de se quebrar, como ela agiria?

Levantei, decidida e sai do quarto. Gritei um tchau para dona Beatriz apenas para manter o costume e fui para casa do Alê. Cheguei lá de cabeça erguida e confiante. A nova Gabi não tinha mais medo do que aconteceria, porque sabia que o mais importante não era impedir a queda e, sim, ter força para se levantar. E isso estava mais que provado que eu tinha.

- Que milagre! Gabriela Navarro está pronta no horário! – o skatista já abriu a porta fazendo gracinha.

- Deixa de ser chato, garoto! – falei enquanto entrava na sala.

- Nossa, como ela está linda! Adorei, Gabi! – dona Melissa me elogiou quando fui cumprimentá-la – Não está maravilhosa, meninos?

- Está mesmo – ouvi uma voz conhecida concordando.

- Oi, Edu! Tudo bem? – cumprimentei de longe com um meio sorriso no rosto.

- Tudo certo – respondeu também com um sorrisinho sem graça no rosto.

Bom, para um primeiro contato, estava ótimo! Educada e cordial na medida. Só poderia torcer para que o resto da noite continuasse do mesmo jeito...

- E aí, vamos logo? – Alê começou a acelerar todo mundo, como sempre.

- Nossa, tá ansioso para o show, né? Por que será? – foi a minha vez de provocar.

- Bonequinha, lembra que você está no meu camarote. Melhor você me respeitar, hein? – ele se fez de bravo tentando me assustar.

- Ai Gabi, nem liga! O camarote é meu também, caso meu filho querido tenha esquecido. E você é minha convidada de honra – dona Melissa piscou para mim – E agora vamos, antes que o Alexandre tenha um enfarte. Olha, depois quero saber o motivo de tanta pressa, viu?

- Não sei porquê, mas acho que esse motivo tem nome, sobrenome e, inclusive, estará nesse show hoje – Edu disse de modo despretensioso.

- Digo mais, o motivo estará no nosso camarote – completei.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora