Capítulo 28 - Déjà vu

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Notas iniciais: Heeey, gurias! Como estão?

Primeiramente, FELIZ 2016! Que esse seja um ano de muita paz, sucesso e amor para todas nós.

Em segundo lugar, estão preparadas para a festa do Caio? Só digo que vai ter bapho, e dos bons! Vem ler! Primeira parte está mais morninha, mas esse é um ponto importante da historia! A partir daqui a coisa pega fogo de vez.

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A semana passou em um estalar de dedos. Na terça-feira à noite jantei com meu pai no hotel onde ele estava hospedado. Foi uma despedida que não teve bem cara de despedida. Era como se ele estivesse indo viajar, mas estaria de volta antes do que eu pudesse piscar os olhos. Mário Sérgio comentou por cima que havia almoçado com a dona Melissa naquele dia e fiquei imaginando as chances dele mudar de ideia e resolver ficar no Brasil. Como disse o Alê, ainda era cedo para perder as esperanças...

Na quarta, os professores anunciaram uma semana de provas e simulados, o que acendeu a luz vermelha na minha cabeça. Eu nunca estivera tão mal em relação a notas e, pelo que tudo indicava, após aqueles testes a situação ficaria ainda pior. Na quinta, meu grupo de trabalho de artes anunciou que já tinha tudo esquematizado para a gravação do clipe. Tudo o que eu precisava era dizer sim, porém consegui enrolar os três para ganhar mais tempo.

Eu ainda precisava pensar sobre o que meu pai dissera sobre definir o que queria para minha vida e descobrir quais eram os meus portos seguros, mas acabei passando a sexta-feira inteira concentrada em escolher a roupa que usaria na festa do Caio.

No meio de toda essa agitação, não falei muito com o Léo. Trocamos algumas mensagens ao longo da semana, mas nada comparado ao que era antes. Percebi que ele estava um pouco distante, mas não quis pressioná-lo. Não deveria ser fácil terminar um namoro de tantos anos, mesmo que ele estivesse insatisfeito com a relação. Além do mais, o nosso contrato dizia que eu não deveria me meter nesses assuntos pessoais. A minha parte nessa história era estar linda para curtir a festa, de preferência junto com ele. E era exatamente isso que eu iria fazer.

Acordei no sábado cheia de expectativa. Comuniquei minha mãe que iria sair à noite, mas ela fingiu não se importar. Só disse que eu deveria pedir permissão para o meu pai e que ele havia deixado uma quantia em dinheiro que valeria como minha mesada. Sempre que precisasse, ela me daria uma certa quantidade e me informaria o quanto ainda tinha para gastar. Ou seja, uma espécie de banco improvisado.

No começo da tarde o Alê apareceu na minha casa. Estava sentada na minha escrivaninha fuçando algumas coisas inúteis na internet, como o Facebook da Mari e da Carol, quando ele entrou no meu quarto sem pedir licença e já foi se jogando na cama.

- Que horas você vai para a festa do Caio? – já foi direto ao assunto.

- Primeiro: como você entrou aqui? Segundo: como você já vai chegando no meu quarto desse jeito? E se eu estivesse fazendo algo que ninguém pudesse ver? Terceiro: você não suporta o Caio, porque vai na festa dele? – deixei meu notebook de lado e girei a cadeira para ficar de frente para ele.

- Quantas perguntas, Gabriela. Isso é um interrogatório? – me lançou um olhar irônico querendo me provocar.

- Ou você me responde, ou te jogo da sacada. Você que sabe – fiz cara de marrenta.

- Sabe, às vezes sinto saudades da época que você era uma bonequinha indefesa – deu um meio sorriso, que me irritou ainda mais – Tá, não precisa fazer essa cara. Respondendo suas mil questões: sua mãe abriu a porta para mim e entrei porque sabia que você não estava fazendo nada demais. E mesmo que estivesse, mais cedo ou mais tarde eu ia ficar sabendo, então não faz diferença. E, por último, não gosto do cara, mas festa é festa, né? Não posso perder essa – abriu outro sorriso amarelo, todo convencido de si.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora