Capítulo 42 - Maktub - Parte 1

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Notas iniciais: Eu sei que demorei pra postar... Mas a boa notícia é que esse cap é bem decisivo. A partir daqui caminhamos para a reta final e para a conclusão dessa história. Não é à toa que o nome é Maktub, uma palavra árabe que significa "estava escrito". E sim, já estamos no clima das arábias porque o aniversário da Gabs vai começar. Será que a maldição das festas vai continuar?

Então, como diria o Nando (já, já, vocês vão entender): "Essa é a mistura do Brasil com o Egito. Tem que ter charme pro cap ficar bonito..."

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O burburinho do público aumentou e as luzes se acenderam. Meu pai se levantou e me ajudou a segurar o Alê. Eu continuava segurando um dos seus braços e pedindo para que ele se acalmasse.

Vi minha mãe vir correndo dos bastidores e se juntar ao Miguel. A essas alturas, o Fernando já estava ao lado do nosso amigo no palco, os dois de mãos dadas.

- Gabi, me ajuda a tirar ele daqui - Marco Sérgio pediu. O olhar do meu amigo estava fixo no rosto do rapaz que ofendera o Mig. Eu nunca tinha visto o skatista tão bravo.

Saímos do auditório e paramos no saguão de entrada. Atendendo a pedidos do meu pai, corri na lanchonete comprar água para o Alê. O corpo do meu amigo tremia e ele estava muito pálido, os olhos arregalados.

Quando voltei, ouvi a música recomeçar no interior do teatro. Poucos segundos depois, vi a Beca, Carol e a Laís passarem pela porta.

- O Miguel está dançando? - perguntei espantada.

- Ele não queria muito, mas o Nando foi incrível. Ficou ao lado do Mig, explicando que o dom dele é como se fosse uma estrela que precisa continuar iluminando o mundo, mesmo que algumas pessoas escolham ficar na escuridão - Rebeca contou com a voz um pouco emocionada.

- Ele também disse que nós sempre estaremos aqui para ajudá-lo e que não tem porque sentir medo. Foi muito fofo. Queria muito que vocês tivessem visto! Nando foi falando com calma até o Miguel se sentir confiante de novo - a Carol completou - Por isso viemos chamar vocês. Vai ser importante o Miguel ver que estamos todos lá para apoiá-lo.

- Se vocês quiserem entrar, eu fico aqui com o Alê - a Lala ofereceu para mim e para o meu pai.

- Vem cá, amor. Faz massagem em mim - o skatista choramingou - Cara, eu não sabia que bater em alguém doía tanto! Parece que alguém deu vários pauladas na minha mão. Está doendo demais!

- Isso é para você aprender que não devemos tentar impedir a violência com mais violência - meu pai chamou sua atenção de maneira carinhosa, se é que isso é possível...

- Eu sei, mas aquele cara é escroto demais! Ele não pode ficar tratando as pessoas do jeito que bem entender, como se fosse o dono do mundo - eu nunca tinha visto o meu amigo tão alterado. Ao mesmo tempo que aquela reação me preocupava, também me fazia gostar ainda mais do meu futuro "irmão postiço". Ele era o tipo de pessoa que não media esforços para proteger quem ama e mais uma vez havia provado o quanto era leal e justo.

- Alê, o que aconteceu? Você não está bravo desse jeito só por causa de hoje, né? - aproveitei para perguntar, olhando fixamente para ele. Ele apenas desviou o olhar e se calou, deixando ainda mais claro que havia algo que não queria contar.

- Meninas, por que vocês não voltam lá para dentro? Como a Carol disse, é importante que o Miguel veja que não está sozinho - meu pai pediu, usando o seu melhor tom de "cara gente boa e educado" - Aliás, o garoto que falou aquelas bobeiras ainda está lá dentro?

- Não. Os seguranças pediram que se retirasse. Eles usaram a saída de emergência. Acho que não queriam chamar a atenção - Laís explicou, um dos braços ao redor do meu amigo que continuava fazendo drama por causa da sua mão.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora