Capítulo 33 - Só dance a dança

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Notas iniciais: Depois de um Fest Show inflamável, o cap 33 está mais "morninho", mas cheio de informações importantes para os próximos capítulos. Espero que gostem! <3

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Uma montanha-russa que vai pra cima, para os lados, pra baixo e com vários loopings. Augustus Waters que me perdoe, mas minha vida andava mais cheia de reviravoltas do que novela mexicana. Se bobeasse, eu seria capaz de ouvir a Thalia cantando uma música de fundo para embalar minha trágica vida amorosa.

Virei para o lado na cama e cobri a cabeça, como se assim pudesse evitar que meu velho e nada simpático monstrinho viesse me visitar. Afinal, apesar de ser domingo de manhã, eu não estava nem um pouco no clima de alguém me atormentado para ouvir minha voz de sono.

Mas, é claro, que aquela frágil proteção não seria o suficiente. Menos de cinco segundos depois, meu celular começou a tocar. Ignorei o barulho insistente, porém a pessoa do outro lado resolveu que não iria desistir.

Na sétima tentativa, acabei cedendo e atendendo ao telefone.

- Alô - disse, sem a mínima empolgação.

- Nossa, finalmente! Achei que tinha morrido!

- Alê, alguém já te disse que você é insuportável? - falei, encarando a tela do celular. Eram, exatamente, oito e quarenta e cinco da manhã.

- Não. Já me chamaram de lindo, maravilhoso, inteligente, divertido...

Desliguei a ligação e joguei a cabeça contra o travesseiro.

O skatista não desistiu. Esperei até o quinto toque para atender de novo - Não deu pra perceber ainda que não quero falar com você?

- Às vezes eu sinto falta da época que você era uma boneca de porcelana - meu amigo respondeu em tom de reclamação - Para de ser chata, Gabi. Eu preciso falar com você...

- Vai fazer chantagem emocional, mesmo? - me fiz de durona, mas me sentei na cama e encostei a cabeça na cabeceira, pronta para escutá-lo.

- Poxa Gabs, você é a única pessoa que pode me ajudar nesse momento - o skatista choramingou.

- Meu Deus, mas o que aconteceu, afinal? Dona Melissa resolveu te transformar em um filho "coxinha"? - brinquei, querendo descontrair. Eu sabia que o pior pesadelo do Alexandre era a mãe tentar fazer dele um mauricinho tipo Caio.

- Para com isso, menina! "Tá" louca? - respondeu de pronto - Na verdade, tô querendo saber se a Laís falou alguma coisa de mim - sua voz falhou um pouco, deixando clara a sua ansiedade.

- Aaah, é isso? Não... Ela nem tocou no seu nome - falei fazendo voz de desinteressada, só para provocá-lo.

- Sério? - precisei prender a respiração para não cair na risada, tamanho foi o desespero dele.

- Claro que não, né? Qual é, Alê? Cadê aquele cara que tira onda com todo mundo, aquele cara descolado? - continuei provocando.

- Perto da Laís ele não existe. Gabi, você já reparou o tanto que ela é gata? Sem falar que ela é toda cheia de estilo e inteligente. Fico sem saber o que fazer perto dela... Na verdade, estou achando difícil ela querer alguma coisa comigo - confessou meio sem graça.

- Ai Alê, deixa de ser bobo! Não tem nada a ver isso. Primeiro que você também é bonito, legal e engraçado. E segundo porque ela está pensando a mesma coisa que você...

- Que ela é muita areia pro meu caminhão? - disse como se fosse uma criança querendo confirmar algo com a mãe.

- Não, seu bobo! - acabei rindo do seu jeito - Ela está pensando que é você que não quer nada com ela.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora