Capítulo 34 - Se é pra tombar...

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Notas iniciais: ...Tombei! Sim, o capítulo demorou, mas saiu! E, como o título já avisa, está tombando forninhos. Daqui em diante é só tiro, porrada e bomba nessa história, hein? Estão preparados?

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Nando

Nossa, não vejo a hora de mostrar o clipe para a sala amanhã! Estou ansioso!

Beca

Certeza que vamos receber uma excelente nota!

Alê

E quem é que está preocupado com nota, Rebeca? Eu quero mesmo é que o clipe bombe. Aí depois coloco no meu canal para aumentar as visualizações...

O grupo no WhatsApp do nosso grupo da escola não parava de apitar. Enquanto meus amigos estavam ansiosíssimos para apresentar o clipe para o resto da turma, eu estava em pânico.

Onde eu estava com a cabeça quando topei aquela loucura? Era sério mesmo que eu achava que poderia dar a volta por cima mostrando para todo mundo o quanto eu fui boba e imatura?

Bloqueei a tela do celular, cansada de ver a empolgação dos meus amigos. Meu coração batia acelerado. Eu precisava me acalmar. Afinal, não tinha mais nada que eu poderia fazer. A apresentação seria no dia seguinte e, a não ser que um milagre acontecesse, não haveria como impedir que a sala inteira conhecesse o meu lado da história.

Peguei o celular novamente e comecei a assistir algumas postagens no Snap para tentar me acalmar. Porém, sem que eu me desse conta, acabei vendo sem querer um vídeo do Léo com a Vanessa.

Atirei o celular do outro lado da cama, mais irritada do que antes. Sentindo o corpo pesado, como se tivesse levado uma surra, levantei e fui até a minha estante. Escondido atrás de alguns livros havia um pequeno "arsenal" para combater meus momentos de ansiedade e estresse: vários pacotes de balas Finni.

Abri a primeira embalagem e devorei o conteúdo automaticamente, uma bala atrás da outra, até que o pacote acabou e precisei abrir o segundo. Eu colocava os doces na boca e os engolia como se aquele fosse o remédio para todas as minhas dores. Era como se o açúcar tivesse um efeito calmante sobre mim.

E, realmente funcionou. Por cinco minutos eu me senti dona de mim novamente, sem preocupações com a apresentação e sem mágoa do Léo.

Só que, aos poucos, fui sentindo a calma indo embora, como se fosse um balão de ar se esvaziando. E aí uma velha amiga bateu a minha porta: a culpa. Ela me encarava com seus olhos afiados, como se dissesse "você sabe o que tem que fazer". Sua postura séria passava um recado silencioso: não ouse me desafiar.

Sem escolha, lá fui eu para o banheiro colocar todas as balas, ansiedades e culpas para fora.

O único lado bom dessas visitas era que, depois de tudo, eu ficava tão esgotada que não queria mais pensar. Tudo o que eu desejava era mergulhar naquele oceano escuro e deixar que a maré me levasse para onde quisesse.

***

- Bom dia, turma! Hoje, como combinado, é o dia de conhecer o olhar de vocês sobre as canções que escolheram para trabalhar - o professor Gabriel entrou na sala com seu jeito calmo e descontraído - Confesso que estou ansioso para saber o que vocês aprontaram. E, aí? Quem será o primeiro grupo?

Os CDF's que sentavam no outro canto da sala foram os primeiros a se manifestar. Empolgados, eles usaram o projetor da sala para nos mostrar uma animação em 3D. A música escolhida fora Numb, do Linkin Park.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora