Capítulo 22 - Contra-ataque

157 12 10
                                    

Notas iniciais: Alguém aí com saudades do Alê? Confesso que eu estou com muitas saudades dele e das suas palhaçadas!

Ahh, antes de começar, um agradecimento especial: no último capítulo a leitora Ritinha fez uma análise super bem feita da Gabi. Segundo as palavras dela, a Gabiera como um balão de ar cheio de mais que estourou na hora errada. Super concordei, gente! Eu mesma não poderia ter feito análise melhor. Tanto que a citei logo no início desse capítulo. A-DO-RO quando vocês comentam e contam o ponto de vista de vocês. Há alguns capítulos a Kamih disse que queria LeGabi (ou seria GaLeo? Ai, não lembro! Hahaha) e, embora eu nem cogitasse essa hipótese antes,tá aí está o nosso casal derrubando todos os forninhos com esse contrato bapho!

Portanto, fiquem à vontade para "meter o bedelho" de vocês sempre, viu? Pitacos são mais do quem bem-vindos!

E agora, bora pro jogo do Engana Trouxa (ansiosa, genteeeeee! Hahaha)

___________________________________

Fiquei um tempo encarando a poltrona vazia na minha frente sem saber o que fazer. Será que minha mãe estava falando sério? Será que pretendia mesmo abrir mão da sua superproteção? E se isso de fato acontecesse, como seria minha vida dali para frente? Em uma coisa ela estava certa: eu não sabia fazer mais nada além de dançar. Desde que me conhecia por gente cada minuto do meu tempo foi gasto em esforços para o balé. E agora? O que eu faria?

Subi para o meu quarto com uma sensação estranha. Era como se há poucos minutos eu estivesse cheia de uma raiva venenosa, um sentimento ruim que fez meu sangue ferver a tal ponto que entrei em ebulição, despejando palavras quentes e letais por toda parte. E agora que aquela onda incontrolável passara, não sobrara mais nada. Era como se eu fosse um balão de ar que alguém havia esvaziado. Eu me sentia murcha, vazia...

Parei em frente ao guarda-roupa sem saber o que fazer. Será que eu deveria vestir a malha do balé? Eu e minha mãe já havíamos brigado feio antes e, mesmo assim, os ensaios continuaram como se fossem um território neutro. Resolvi esperar. Joguei minha mochila em um canto qualquer e peguei meu celular para me distrair um pouco. Vi que haviam notificações de novos snaps e abri o aplicativo para conferir as novidades. Um deles era um vídeo do Léo comendo o resto do pudim que a Laís fizera na sua casa. No final, ele lambia a calda que estava no prato, fazendo graça.

Fiquei rindo, imaginando como era possível que um garoto que se mostrava tão seguro de si em determinados momentos fosse capaz de fazer palhaçadas como aquela.

A outra notificação era da Carol. Ela postara a foto de alguns livros novos que acabara de comprar, alguns dos quais eu queria ler. Senti uma pontada de saudade por não ter mais com quem conversar sobre aquele assunto.

Fechando a imagem, soltei um riso amargo. Há menos de um mês, eu estaria no nosso grupo do Whats mandando áudios e mais áudios para descontar a raiva por causa da briga com a minha mãe. Agora eu não tinha com quem desabafar.

Estava ficando difícil enumerar todas as mudanças que estavam acontecendo na minha vida. A cada dia era uma guinada, uma nova situação para se acostumar, uma nova onda para resistir e não permitir que o mar me levasse. Talvez fosse por isso que o meu acordo com o Léo, por mais que parecesse loucura, me soava cada vez melhor. Ele era a tábua de salvação no meio dos destroços de cada parte da minha vida que naufragava.

Não pude deixar de reparar que na época que era amiga da Mari eu recebia muito mais notificações, solicitações de amizade e convites em geral. Agora meu celular andava tão "morto" que até a bateria estava durando mais.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora