Capítulo 26 - Um velho conhecido

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Notas iniciais: Aviso aos navegantes: estamos chegando ao final da segunda fase, o que significa que acontecimentos BA-BA-DOS estão por vir. Nesse cap eles já começam a se desenrolar. Preparem-se para sofrência, dramas e reviravoltas no maior estilo novela mexicana porque, olha... estou inspirada com as chegadas das minhas férias, viu?

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Acordei no dia seguinte ouvindo os passarinhos cantando ao longe. Imaginei que eles estavam aproveitando os últimos dias de calor nas árvores à beira do lago, curtindo o sol ainda não tão forte das primeiras hora da manhã.

Sentindo uma preguiça boa, me virei na cama, ficando de bruços e abraçando o travesseiro. Ainda com os olhos meio fechados por causa do sono, vi a pulseira que o Léo me dera em cima do meu criado mudo. Estiquei a mão e a segurei entre os meus dedos. Eu não estava a usando para não chamar muita atenção, principalmente do Alê, embora quisesse muito exibi-la por aí como um troféu.

Fiquei olhando para aquele acessório que era o "símbolo" do nosso trato e, de repente, fui tomada pela vontade de ter o Léo mais perto de mim. As regras do nosso contrato, a cada dia que passava, estavam se transformando em limites difíceis de respeitar. Eu desejava poder chamá-lo a qualquer horário no Whats, vê-lo quando bem desejasse ou, até mesmo, fazer coisas bobas, como usar a pulseira sem medo que alguém descobrisse a nossa relação secreta.

Voltei a me virar na cama, me escondendo embaixo do edredom como se aquele pedaço de tecido fosse capaz de me proteger do mundo.

Fechando os olhos, relembrei a noite anterior, dos abraços e beijos, da música que ele compartilhara comigo, das conversas e brincadeiras. Lembrei do cheiro e do jeito firme que me segurava - sem deixar de ser carinhoso e respeitoso – e do calor do seu "sorriso de verão".

Estendi um dos braços na cama, como se assim ainda pudesse voltar ao dia que ele estivera ali junto comigo. Lembrei da nossa conversa na ocasião, quando ele me falou que eu era um pássaro que voaria para muito longe ainda. Ainda com essa conversa com a cabeça, peguei meu celular no criado mudo e abri o Google. O Léo estava certo quando disse que meu nome significava "enviada de Deus". Mas o dele não batia. A pesquisa dizia que Leonardo queria dizer "valente ou forte como um leão".

Ignorando o nosso trato – de primeiro chamá-lo pelo nome, esperar ele dizer se estava sozinho para só então continuar a conversa – mandei uma mensagem no Whats.

"Da onde você tirou que seu nome significa "presente de Deus", Leonardo?"

Apesar de ser oito horas da manhã de um domingo, ele respondeu em menos de cinco minutos depois.

"Acordou pensando em mim, é?"

Fiquei sem graça com a resposta. Não era minha intenção dar na cara que ele estava dominando meus pensamentos. Pensei em dar uma desculpa para aquele súbito interesse, mas mudei de ideia. Afinal, que mal havia em confirmar que estava pensando nele depois que o garoto sacrificou uma festa com os amigos para ficar comigo?

"Acordei e vi sua pulseira em cima do meu criado-mudo. Aí, não sei porquê, lembrei dessa conversa dos nomes. Mas pesquisei no Google e vi que está errado. Na verdade, Leonardo significa forte como um leão".

"Ah, está pronta para descobrir um segredo meu?"

Segredo? – repeti em voz alta, as sobrancelhas enrugadas.

"Que tipo de segredo? Vai me contar que, na verdade, é um E.T.? Porque se for isso, eu já desconfiava".

Digitei, tentando descontrair, mesmo que estivesse tensa para descobrir a resposta.

Voar outra vezOnde histórias criam vida. Descubra agora