Alfonso não dormiu naquela noite. Estava sentado na varanda de seu vasto apartamento observando o tempo frio lá fora. Bebericava um pouco de vinho e pensava no quanto sua vida estava vazia e monótona. Na verdade, não estava tanto. Desde que Anahí apareceu deu uma reviravolta em sua mente que ele nem ao menos sabia como explicar. O seu jeito delicado e determinado realmente o encantou. Seu corpo pequeno de aparência frágil, que aparentava poder quebrar os ossos com um simples aperto, era mais forte do que muitos que se viam por aí. Ela era encantadora. E necessitava dele.
Teve que se controlar muito para não chamar a polícia depois que saiu de seu apartamento. Estava realmente preocupado com o que aquele homem poderia fazer a ela. E o irritava saber que com certeza ele já havia feito algo. E algo muito grave por sinal. A lembrança do frágil corpo tremendo não saiu de sua mente e lhe trazia a terrível sensação de impotência. Era essa parte que ele odiava. Irritou-o e nem sabia o porquê. A última coisa que queria era que ela sentisse medo. Isso atiçou seu instinto protetor.
Christopher poderia realmente estar certo ao dizer que ele estava interessado nela. No começo, talvez, não quisesse admitir, por isso alegava apenas curiosidade, mas passado o tempo foi obrigado a aceitar que Anahí o fascinava. Por isso não podia dormir, estava muito preocupado com ela para conseguir relaxar. Já havia ligado para Jack, o segurança que designou para ficar em seu apartamento de plantão, um par de vezes a fim de saber como estavam as coisas. Tudo na mais perfeita calma e nem isso o fazia desligar a mente. O tal Leon, a ferida em sua barriga, seus olhos cansados... Nada disso saia de sua cabeça e o deixava mais disposto a desvendar cada um daqueles enigmas de Anahí.
Os dias foram passando em uma velocidade absurdamente rápida. Anahí bem que tentou negociar os alugueis atrasados de seu apartamento com o proprietário, mas o homem mostrou-se irredutível em sua decisão. Caso não pagasse os débitos em uma semana estaria na rua. Mesmo recebendo seu salário não era suficiente para pagar a mensalidade da mãe e todas as dívidas que estavam se acumulando, então a solução encontrada foi oferecer seus serviços para todo mundo, não se importando de ter que trabalhar de madrugada e sobreviver a base de café.
Então não era de se estranhar que estivesse na casa de Christopher às 5 horas da manhã terminando a limpeza. Mesmo não concordando e achando um exagero da parte dela, o rapaz aceitou que Anahí passasse a noite trabalhando por lá apenas para ajudá-la. Soube de seu ferimento na barriga e mesmo não acreditando que ela estivesse totalmente recuperada deixou-se levar por suas necessidades.
- Calma Anahí, já está quase terminando.
A loura repetia para si em um sussurro enquanto passava o esfregão pelo chão da cozinha. Era seu segundo dia de trabalho intenso e já se sentia esgotada. Mas não podia fraquejar. Não agora. A noite cuidaria de Sophia e Scoot e talvez isso lhe permitisse ao menos alguns momentos de pernas para cima.
Infelizmente o trabalho na Herrera Enterprises estava pior do que nunca. Olivia não largava de seu pé e a colocava para fazer os piores serviços. Nesses momentos, mais do que nunca, sentia falta das interferências de Alfonso. O chefe estava viajando e fazia um bom tempo que ela não o via. Mas ele estava voltando, deduziu isso quando Christopher havia pedido-lhe que na noite seguinte limpasse o apartamento do amigo, pois ele estava terminando de resolver todas suas pendências.
- Acho que já está de bom tamanho Anahí – a voz de Christopher ecoou pelo cômodo, tirando-a de seu devaneio.
- Já terminei tudo.
- Ótimo! Troque-se e venha comigo. Vamos tomar café na padaria da esquina antes de irmos para o trabalho.
- Não quero incomodá-lo, senhor.
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All of me - AyA
RomanceA vida de nossa jovem protagonista nunca havia sido fácil. Durante toda sua infância e adolescência viu a mãe fazer o impossível para que nunca lhe faltasse absolutamente nada. E agora era sua vez de retribuir tanta dedicação, mesmo que isso a obrig...