Capítulo 015

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Seria de se espantar que o médico tivesse liberado Anahí com apenas uma ligação, mas aceitou adiantar a consulta para dali a dois dias e analisar a situação da garota para ver se seria possível ela sair andando por aí. Ela obrigou-se a se sentir satisfeita com aquilo, afinal, para quem já tinha aguentado até ali dois dias não eram nada. Como ainda dependia totalmente de Alfonso precisava avisá-lo da mudança de planos. Guiou a cadeira até o escritório e o encontrou com a porta aberta e Alfonso andando de um lado para o outro, falando ao celular.

- Remarque Cora - instruiu - não posso sair de viagem agora. Você pediu que Olivia analisasse isso? Depois de todos esses dias só agora ela veio reclamar que o quadro não está completo? Peça para que ela me ligue, não irei até aí hoje. Qualquer emergência sabe onde me encontrar.

Anahí esperou que ele terminasse a ligação para poder entrar no aposento. Ignorou a breve parte que ouviu e preferiu não pensar que o assunto que Olivia queria tratar com ele estava, de certa forma, relacionado a ela.

- Está tudo bem? - Alfonso questionou quando notou o olhar vago da garota.

- Sim, só queria avisar que minha consulta com o ortopedista foi antecipada para daqui dois dias. Como ainda não fui liberada para sair por aí como gosto achei que deveria avisá-lo.

- Claro, claro. Eu acompanharei você, não se preocupe com isso.

- Obrigada.

Era obvia a intenção dela de sair do escritório, mas Alfonso foi mais rápido e levou a cadeira até um luxuoso sofá que estava mais ao canto. Ele não perdeu tempo antes de passar o braço pelas costas dela e o outro por baixo de seus joelhos, colocando-a muito bem acomodada no acento, apoiando o pé ainda imobilizado sobre a mesa de centro, para depois sentar-se ao seu lado. Anahí não questionou ou reclamou, apenas o observou por alguns segundos.

- Eu gostaria muito que você não se sentisse tão incomodada aqui. Não estou te acolhendo por pura caridade, Anahí. Eu gosto de você e gosto de saber que você está bem. E segura.

- Isso tudo ainda é muito para mim - começou a se justificar - é muito bom saber que tem alguém preocupado comigo e tentando sempre me ajudar. Só que não é o comum, entende? Não estou acostumada a ter toda essa atenção.

- Então acho bom que se acostume logo, não pretendo deixá-la de lado. Já falei.

- Só um pouco mais de tempo, certo?

Alfonso observou a linda loura com um sorriso suave a sua frente. A imagem lhe proporcionou um arrepio rápido e agradável, e seu próprio sorriso cintilou em resposta.

- Espero que não demore.

O contato entre os lábios que aconteceu ali foi inevitável. Ele a envolveu em seus braços, e ela se enlaçou em seu pescoço como podia, diante da posição em que se encontrava. Suas bocas se esfregaram, recuaram, se esfregaram de novo. Foi ela quem entreabriu os lábios para receber os dele.

Anahí não podia negar que estava fazendo o possível para não permitir que aquele desejo acontecesse. Tinha sido cuidadosa o bastante para não desejá-lo. Pelo menos até aquele momento. De repente, ela percebeu que o queria ao seu lado. Queria aqueles braços musculosos a envolvendo, a pressão que o corpo dele fazia sobre o dela. Queria sentir aquele calor que ele transmitia com apenas um beijo.

- Não me afaste de você, Anahí.

Aquele pedido feito no meio de um momento como aquele deixava a loura zonza. Ela não queria afastá-lo, muito ao contrário. Só conseguia pensar em puxá-lo para mais perto. Alfonso percebeu isso e gostou de sentir aquele momento de entrega.

All of me - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora