Capítulo 024

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Quando se tinha dinheiro e contatos as coisas realmente se resolviam com uma velocidade impressionante. Naquele mesmo dia um delegado e um escrivão foram até o apartamento de Alfonso pegar o relatório de Anahí, que impressionantemente não deixou de lado um único detalhe. E não apenas a respeito do acontecido naquela manhã, mas também de todo o abuso que sofreu ao longo dos anos.

Mesmo relutante a garota tinha que admitir que se sentia bem mais leve depois de colocar tudo aquilo para fora. Agora só restava torcer para que Leon fosse encontrado.

Mas o senhor não era tão idiota como muitos achavam. A equipe de Alfonso rodou toda a cidade atrás dele e não encontrou nada. Vasculharam cada canto, cada hipótese que Anahí levantava, e não chegavam a nada. Pelo visto as coisas não seriam resolvidas tão facilmente.

- Você acha que ele vai me deixar em paz agora? – a garota perguntou temerosa depois que os policiais saíram.

- Quando perceber que estão atrás dele não terá alternativa – disse com convicção – se vier até você será preso. Não acredito que ele queira isso.

- Espero que você esteja certo – murmurou e deixou-se afundar no sofá – só quero que essa agonia acabe de uma vez! Vou precisar sair para procurar um lugar para morar e não quero ficar andando com medo dele me seguir. Se não tivesse sido tão impulsiva não teria fechado a conta da pensão.

- Deixe para pensar nisso depois. Só que posso te garantir que a melhor coisa que você fez foi sair daquele lugar.

- Não vamos começar com isso de novo, por favor. Não hoje pelo menos.

- Tudo bem – concordou e sentou ao lado dela, pegando o pequeno pé e começando uma massagem – você acha que já consegue sair? Ou os pés ainda doem muito?

- Doem um pouco, mas nada que não seja suportável.

- Podemos deixar para resolver as outras coisas amanhã, então. O principal já foi feito.

- Quero ver minha mãe hoje. E como é sábado eles fecham as portas um pouco mais cedo, não posso demorar.

- Então se organize que eu levo você.

Por sorte Anahí tinha um namorado atencioso e tão prestativo que às vezes a deixava sem graça. Ainda bem que estava se acostumando com todas as regalias que aquelas qualidades implicavam.

Os dois foram juntos até a casa de repouso e Alfonso fez questão de descer junto com ela e a acompanhou até onde Georgina estava. Era uma espécie de sala de estar, havia poltronas reclináveis, sofás confortáveis e algumas mesas onde vários grupos jogavam cartas e xadrez.

Alfonso ainda não conhecia aquela parte da casa, e a cada cômodo desvendado entendia ainda mais o porque de Anahí viver sempre no aperto financeiro. Tudo ali era de excelente qualidade e a atenção que as cuidadoras davam aos idosos era de se admirar.

- Oi mãe! – Anahí cumprimentou a senhora que estava distraída lendo uma revista.

- Meu amor – sorriu radiante para a filha e levantou, abraçando-a apertado – que saudade.

- Também estava mãe – se permitiu ficar abraçada a mãe por um tempo e depois se afastou – não sei se a senhora ainda se lembra do Alfonso. Ele já esteve aqui comigo antes.

- Claro que eu me lembro – sorriu para ele e o abraçou, pegando o moreno de surpresa – um homem lindo desse a gente não esquece assim tão fácil.

Anahí riu do comentário da mãe e se aproximou dele depois que Georgina o soltou. O abraçou de lado e entrelaçou seus dedos aos dele. A senhora os encarou admirada e sorriu de canto. Pelo visto a filha enfim havia encontrado alguém. E era alguém com uma aparência de ser boa pessoa. Anahí merecia.

All of me - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora