All of me - AyA

Capítulo 017

Quando Olivia enfim liberou Anahí para seu merecido descanso a loura rapidamente se dirigiu para a copa dos funcionários antes que a chefona mudasse de ideia. Não podia arriscar. Não se surpreendeu ao ver o lugar praticamente vazio, muitos de seus companheiros já haviam almoçado e voltado ao trabalho. Como sempre ela era a ultima a fazê-lo.

Foi até seu armário atrás de sua bolsa pegar as bolachas que havia ali quando uma caixa muito bem embalada roubou sua atenção. Ela estava sobre a mesa e tinha um cartão. Bom, não faria mal algum dar uma olhadinha para ver a quem estava endereçada não é verdade? Não era como se estivesse invadindo a privacidade de alguém.

Seus olhos arregalaram consideravelmente quando viu seu nome escrito ali em letras garrafais. Hesitante, pegou a caixa nas mãos e a observou com cuidado. Poderia haver outra Anahí ali. Não conhecia todos os funcionários, era impossível.

- Deixaram isso para você, Anahí. – o senhorzinho que cuidava do portão de saída dos funcionários informou. Ele passava por ali naquele momento, vindo do banheiro.

- Para mim? Mas quem? – questionou sem entender o que estava acontecendo.

- Não faço ideia.

Deixando-a sozinha com suas duvidas, o senhor saiu. Anahí não pensou duas vezes antes de abrir a caixa. A surpresa que sentiu ao ver aquele suculento prato de bife foi impagável. Quem, em pena consciência, mandava comida para as pessoas como presente? Abriu o cartão com rapidez e mesmo que não conhecesse aquela assinatura o agradecimento ali feito deixava obvio quem era o autor. O jovem senhor que havia ajudado horas antes.

- Bom – começou a falar sozinha – se ele me deu isso quer dizer que posso comer.

Não demorou muito para que ela sentasse e devorasse a comida que o senhor havia enviado. Estava faminta e só o cheiro maravilhoso daquela refeição fazia seu apetite aumentar.

- Preciso de você no primeiro andar.

Olivia adentrou a cozinha e atrapalhou o pequeno momento de paz da garota. Ela parou com o garfo a caminho da boca e encarou a superior com atenção.

- Mas eu ainda estou almoçando.

- Sua comida terá que esperar – fez pouco caso – preciso de você lá. Agora.

- Preciso comer. Estou com fome. – Anahí não era o tipo que rebatia ordens, mas naquele momento não conseguiu se segurar. A implicância, sem motivo, de Olivia estava começando a irritá-la.

- Não quero ter que repetir, Anahí – disse impaciente – levante daí e suba até lá. Agora.

A garota teve que respirar fundo antes de acatar a ordem dada. Mas, não sem antes guardar o resto da comida que estava em seu prato. Pelo visto ela acabaria se transformando em um jantar.

Não sabia mais quanto tempo aguentaria toda aquela pressão. Queria mais que aquilo. Merecia mais. A oferta de Alfonso surgiu diversas vezes em sua mente naquele dia. Teria que arranjar um tempo de se qualificar e tirar Olivia de seu pé. Procurar emprego em outro lugar estava fora de cogitação. Ali era onde tinham os salários mais altos, até para a função dela era uma quantia considerável. Seus gastos que eram exorbitantes demais.

Alfonso não era um homem paciente quando se tratava de negócios. Atrasos e desculpas eram raramente tolerados. Fazia com que seu humor fosse esfriando lentamente até transformar-se em um completo bloco de gelo. Sua raiva glacial era bem mais perigosa do que a raiva explosiva. E seus concorrentes e possíveis investidores sabiam muito bem disso. Um olhar congelado e uma frase petrificada podiam fazer o alvo de sua ira tremer.