Capítulo 016

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A casa de repouso onde a mãe de Anahí estava era mais aconchegante do que Alfonso imaginava. Olhando para aquele ambiente ele enfim entendia todo o esforço que a garota fazia. A mensalidade ali não aparentava ser muito barata, por isso ela trabalhava tanto.

Georgina estava sentada em um canto mais afastado do vasto jardim. Repousava sobre uma cadeira acolchoada e tinha os olhos fechados. Parecia relaxada e bem feliz.

- Mamãe!

Anahí se aproximou e já foi logo chamando pela mãe. Quando a senhora abriu os olhos Alfonso não pôde deixar de notar o azul profundo que eles eram, assim como os de sua... Afinal, o que Anahí era sua? Não sabia dizer.

- Meu amor!

O sorriso dado por Georgina era idêntico ao da garota. Ninguém teria como negar que eram mãe e filha.

- Como a senhora está? – perguntou ao mesmo tempo em que se acomodava ao lado da mãe. Alfonso permaneceu em pé esperando ser apresentado – Este é Alfonso. Alfonso, esta é minha mãe Georgina.

- Muito prazer senhora.

O aperto de mão trocado entre os dois foi breve. Georgina o olhou com atenção e depois desviou os olhos para a filha. Anahí nunca havia apresentado ninguém a ela. Homem, mulher, criança... O que fosse. Ela era uma garota muito sozinha. Nunca havia aprovado isso, por isso olhou com tanta fixação para Alfonso. Se a filha tinha tido o trabalho de apresentá-lo a ela não era por nada.

- Como está mamãe? Como foi a viagem?

Anahí tratou logo de metralhar a mãe com perguntas. Sabia o que ela estava pensando e não se sentia preparada para responder aos questionamentos dela.

- Foi ótima. Estou muito feliz que tenha achado um tempo para visitar a velha aqui.

- Pare com isso – riu e abraçou a mãe de lado – foi um mês um pouco corrido, mas as coisas já estão melhores. – preferiu omitir a parte do pé para não preocupá-la em vão já que estava recuperada e sem o gesso.

- Vai voltar a me visitar mais vezes?

- Claro que sim! Morri de saudade.

Percebendo que as duas precisavam de um pouco de privacidade Alfonso se afastou delas e caminhou pelo jardim, sem ir muito longe. Colocou as mãos nos bolsos da calça e deixou que sua mente viajasse. Estava adorando a estadia de Anahí em sua casa. Há muito tempo não tinha uma companhia tão presente em sua vida. Tinha até esquecido o quanto era bom chegar cansado do trabalho e ter alguém com quem pudesse conversar.

Pena que logo a garota iria embora. Não queria isso, só que também não podia lutar contra a ordem natural das coisas. Anahí não iria querer ficar em sua casa de favor. Jamais. A conhecia há pouco tempo, mas já sabia como sua mente funcionava. A contra gosto admitiu que no lugar dela agiria do mesmo jeito. Ora, o relacionamento deles sequer tinha um nome definido, como poderiam pular todas as etapas e já morar juntos?

- Alfonso? – ouviu Anahí chamá-lo – mamãe quer se despedir de você antes de irmos.

- Tudo bem. Vamos lá.

Ele segurou com firmeza sua mão e a acompanhou até onde Georgina estava. A senhora parecia mais relaxada e feliz do que quando chegaram.

- Obrigada por trazer minha menina até mim – Georgina sorriu para ele e ofereceu sua mãe para que ele apertasse – pensei que teria que esperar mais um mês até vê-la novamente.

- Fiz com o maior prazer – retribuiu o sorriso e deixou que seu braço envolvesse Anahí pelos ombros.

- Tchau mamãe. Ainda essa semana volto para vê-la. Prometo.

All of me - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora