All of me - AyA

Capítulo 025

Alfonso estava ciente de tudo que indiretamente estava exigindo de Anahí. Ser namorada de um magnata como Alfonso Herrera já era por si só uma responsabilidade que muitas mulheres gostariam de carregar. Mas mesmo assim uma responsabilidade que nem todas estão preparadas para assumir, mesmo que já seja da alta sociedade e esteja acostumada com todo o glamour que aquela vida exigia.

Quando se vinha de baixo e vendo aquele estilo de vida apenas pelos bastidores a coisa tomava um rumo completamente diferente. Por isso era totalmente compreensível o receio de Anahí em ser julgada. Tudo bem que aconteceria uma hora ou outra, mas ela precisava estar preparada para aquilo, e não ser jogada na cova do leão de supetão, como teria acontecido naquela noite se ela não tivesse negado a sugestão de Alfonso.

Poucas pessoas sabiam que eles eram um casal. Não era segredo que haviam se aproximado e mantinham uma relação, agora se eram apenas amigos ou namorados ninguém sabia. Apenas supunham. E esse pequeno fato já era suficiente para deixar a loura receosa quando estava junto aos companheiros de trabalho, com medo que lhe apontassem o dedo. Imaginem só se soubessem de toda a história como ela realmente é?

Anahí não tinha certeza se saberia lidar com aquilo. Mas, se quisesse realmente seguir ao lado de Alfonso teria que se acostumar e enfrentar todos aqueles obstáculos que há tanto tempo vinha evitando.

Esse pensamento a fez tremer nos braços do moreno. Haviam se desentendido por algo inevitável. Por um medo bobo. Demorar mais tempo para conhecer os sogros não o fariam gostar dela. Não faria com que eles ignorassem toda a bagagem que ela carregava. Era estúpido pensar que alguma hora estaria preparada para o julgamento que viria. Nunca estaria.

- Fui uma idiota - lamentou e afundou ainda mais o rosto no peito de Alfonso - estou apenas adiando o inadiável. Eu nunca vou estar preparada para isso, tenho apenas que enfrentar e pronto. Se você quiser podemos ir vê-los.

- Não, não vamos fazer nada hoje. Você tem direito de ficar receosa, de ter seus medos... Mas não consigo aceitar que você se coloque tão para baixo assim. Você é muito esforçada, mais do que muita gente que já conheci. E está batalhando para mudar de vida e continuar dando uma qualidade de vida maravilhosa para sua mãe. Isso é motivo de orgulho, mais do que uma conta bancária recheada.

A garota não falou, mas o fungado que ela deu permitiu a Alfonso deduzir que ela chorava. Isso o fez apertá-la mais em seus braços e embalá-la como faria com um bebê.

- Não chore meu amor - sussurrou contra os cabelos dela antes de pegá-la no colo e a carregar em direção ao quarto. Como se quisesse se proteger Anahí enfurnou o rosto no pescoço dele e deixou que ele tomasse as rédeas da situação.

Anahí permitiu-se chorar como a muito não fazia. Mas não apenas por aquilo, mas tantas coisas aconteciam e ela ia reprimindo tudo que chegava uma hora que não mais suportava guardar. Então aproveitou o momento e deixou-se desabafar. E o fazer nos braços de Alfonso era tão confortável que ela sequer quis soltá-lo quando ele a depositou na cama.

- Shh, eu vou voltar. Vou apenas pegar um pouco de água para você.

- Não quero - conseguiu dizer com a voz trêmula e fraca.

- Tudo bem, tudo bem - a acalmou e deitou ao seu lado, abraçando-a - vou ficar aqui com você. Pode chorar o quanto quiser.

Ele não precisou dizer duas vezes para que ela o fizesse. Deixou-se desabafar ali e curtiu os pequenos carinhos que ele fazia em seus cabelos e cintura. Era reconfortante senti-lo. O moreno permaneceu em silêncio até que a sentiu mexer-se e passar a mão pelo nariz.