Capítulo 021

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A luz era acinzentada e fraca. Anahí abriu os olhos e viu somente sombras. Provavelmente não passava muito das quatro horas da manhã. Estava no meio da cama, aninhada embaixo de Alfonso e do fino cobertor que haviam dividido na noite anterior. O rosto dele estava enterrado em seu pescoço, mas ela podia ouvir sua respiração e sentir as batidas do coração contra o seu. A pele de ambos estava quente e úmida. Seus dedos se entrelaçavam nos cabelos de Alfonso e o gosto dele continuava em sua boca. Ondas de prazer ainda vibravam em todo seu corpo.

Tentou sair dos braços de Alfonso, mas ele pressionou mais seu corpo sobre o dela e beijou-lhe o pescoço, ainda com os olhos fechados.

- O despertador ainda não tocou – murmurou sonolento – não precisa sair daqui.

- Quero ir ao banheiro. Me deixe levantar.

Reunindo o pouco de força que tinha Anahí segurou os ombros do namorado e o empurrou, fazendo-o resmungar algo e cair de bruços na cama. A garota sorriu da cena e seguiu até o banheiro. Não se surpreendeu ao voltar para o quarto e encontrar Alfonso na mesma posição. Deitou ao seu lado novamente, fechou os olhos e logo pôde sentir os braços de Alfonso envolvendo-a novamente. Se aconchegou a ele e tentou dormir outra vez. Sem sucesso.

A mão do namorado deslizava por suas costas nuas e tudo que ela podia sentir eram os pelos de seu corpo se arrepiando pouco a pouco. Passou os lábios por sua mandíbula e a mão forte de Alfonso aumentou a pressão na base de sua coluna, para, no instante seguinte, comprimir a boca contra a dela. Alfonso usava os lábios, a língua e os dentes devastadoramente deixando Anahí louca e sem saber como reagir.

Alfonso não sabia o que beijar primeiro. Mesmo depois de toda uma noite ainda queria sentir o sabor dela. Beijava seu pescoço, colo e subia os lábios para seu rosto, voltando sempre para a boca quente. A sensação dos lábios de Alfonso contra seu coração fez Anahí agarrá-lo pelos cabelos, puxando-o para mais perto. Ansiava por mais. Sempre por mais.

As unhas pequenas cravaram nos ombros largos quando ele escorregou e chegou a um ponto crítico em seu íntimo. Alfonso afastou um pouco o tronco para observá-la naquele momento. Achou que ficaria louco se não a visse. Toda. Magra, nua, os longos cabelos louros despenteados, os olhos sedutores.

O corpo dela tremia, vibrava. E ele a olhava fechar os olhos e jogar a cabeça para trás. Isso o deixava incrivelmente excitado. Anahí jamais imaginou que o desejo pudesse ser tão delicioso e fatal. Ou que ela, sempre tão recatada, sempre tão cautelosa e desconfiada confiaria cegamente um homem como acontecia com o relacionamento dela com Alfonso. Não sabia. Mas queria aquilo, tudo aquilo. E o teria sempre. Prendendo as pernas em torno dos quadris dele, recebeu-o o mais intimamente possível em seu corpo.

Ele se movia e ela o acompanhava. Não ouviu nada além do grito do próprio coração.

- Bom dia, afinal. – Alfonso conseguiu murmurar algum tempo depois.

- Bom dia – subiu nele e apoiou-se em seu peito, para observá-lo melhor.

- É sempre um prazer tê-la por aqui.

- Fico feliz por isso – sorriu e fechou as mãos alvas nos escuros cabelos dele – pena que o despertador vai tocar e vamos sair dessa bolha – lamentou.

- Se quiser podemos desligá-lo e passar o resto do dia aqui. É só você pedir.

- De jeito nenhum. Vou levantar antes que você me convença a ficar aqui.

Reunindo forças sabe-se lá de onde Anahí levantou da cama e seguiu até o banheiro completamente nua. Sempre sob o olhar atento e faminto de Afonso que permaneceu na cama de barriga para cima e com as mãos abaixo da cabeça.

All of me - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora