Capítulo 30

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A pedido de muitos, encontrei algo bem parecido...

Pessoal, a imagem acima é o mais parecido que consegui achar de um rinyus. Muito embora ele não possua essa forma humanoide e possua garras e mandíbulas enormes. A face lembra mais um urso, do que o retrato acima. Ele anda apoiando as patas dianteiras quando quer. Mas acho que o que o inimigo do Homem Aranha acima, chega  muito perto do que pensei... O nome, eu esclareço (e juro!) que foi a mais pura e absoluta coincidência. ;) bjoooo

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Os dois estavam vestidos com uma roupa de couro que impedia de arranhar a pele ao se embrenharem pela mata. Na bota, também do mesmo material, existiam duas ponteiras retiradas de espadas, que ao serem pressionadas num mecanismo interno se projetavam para fora tornando possível montar animais ferozes com potencial para gerar equilíbrio ao mesmo tempo em que a ferida não seria letal. Em se tratando de um rynius aquilo era uma pena. Passaram a pasta verde por todo o corpo. Uma meleca grudenta. Jimmy achou por bem não perguntar do que se tratava e onde Magda teria conseguido aquilo, limitando-se a obedecer Kilayra quanto à ordem e a cor.

O bicho que procuravam possuía muitas particularidades. A tonalidade de seu pelo era incrivelmente negra, o que dificultava vê-lo à noite. Alguns diziam que tinha magia de proteção natural contra o fogo. Outros que suportaria as baforadas de um dragão. E ainda os que contavam histórias de que aqueles animais caminhavam sobre o sangue de dragão e que isso circulava em suas veias. Mas Jimmy não acreditava. Nunca tinha encontrado um rynius em sua vida. Costumava ser agradecido por isso. Mas aquela realidade estava prestes a mudar. Sua alimentação baseava-se em carne, e a humana lhe era a preferida. Os pelos curtos, lisos e com um couro cascudo formavam uma carapaça em torno dele, como uma ferida sendo cicatrizada. Não era um bicho bonito, longe disso. O rynius era assustador, com suas garras afiadas e seus dentes muito finos. Nos seus mais de dois metros, quando se colocava em pé, ele lembrava um andar de gigante, embora caminhasse a maior parte do tempo usando as quatro patas. Seu território era delimitado e dentro de um raio de distância apenas poderia existir um único animal. Exceção dava-se ao período que ele migrava para a região da fêmea mais próxima para o acasalamento. Sempre que isso acontecia, vinham dois machos que lutavam pelo direito de procriar. O fato é que na melhor das hipóteses, existiria um rynius em Montherran naquele período, mas se esse fosse um rynius fêmea, poderiam estar caçando um trio e tanto. Caçar aquela espécie era um desafio imenso. Não era comum que isso ocorresse, mas vindo da princesa, nada poderia ser considerado como surpresa.

O maior perigo era que apesar do tamanho era silencioso e se estivesse muito próximo da sua presa seu abraço seria mortal. O que podia ser considerado exótico era o chifre no meio da testa. Não fosse isso, seria impossível montar o animal. A única utilidade que havia para o chifre era que servisse como apoio para o maluco que tentasse montá-lo. Estavam prestes a fazer isso, os dois malucos à noite na floresta! Mas não havia como negar que aquele chifre era intimidador. O animal atacava com garradas e dentadas, e uma vez no chão, próximo ao monstrengo, era tecnicamente impossível sobreviver. Correr era inviável, tendo em vista a rapidez do oponente. Medir força, impraticável, tratava-se de um gigante. Magia não funcionava, pois o monstrengo era imune. Em resumo: seu aspecto assustador, sua habilidade e atributos físicos desencorajavam aos que ficassem tentados a caçá-lo pela natureza ímpar de seu couro e a carne saborosa e abundante. Então, concluindo: o chifre também servia para deixá-lo mais feioso, posicionado em algum lugar na escala entre o medonho e o tenebroso. A única maneira de matá-lo era colocando uma armadilha com cheiro de fêmea no cio e rezar para que os machos mais próximos daquele local não chegassem ao mesmo tempo.

A Senhora do Caos - A Viajante e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora