Capítulo 29

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- Calma paxão, não fique assim, você não pode passar nervoso... - E rapidamente me acolheu em seus braços. - Se você quiser eu não vou pronto, não é nada urgente mesmo eu posso adiar, mas não fique assim por favor.

Me mantinha colada junto ao seu peito, meu coração disparado e meu pulso acelerado, não estava entendendo o meu comportamento, não havia motivo pra toda essa aflição, mas eu estava, e muito! Era uma sensação desconfortável e muito ruim, que eu não conseguia explicar.

- Por favor paxão não fique assim, procure se acalmar, o médico avisou Sophia, eu estou aqui com você meu anjo, nada vai acontecer. - Eu nem me mexia, apavorada, tremendo sem saber porque. O que me proporcionava um pouco de paz ao meu coração aflito eram seus olhos cheios de ternura, sua voz doce e o calor do seu corpo.

- Desculpa amor não sei o que é... mas por favor, não vá até lá por favor...

- Tudo bem paxão eu não vou, fique tranquila. - Me aninhou em seu colo, cobrindo-me de carícias fazendo com que eu me sentisse amada e protegida, apertando-me junto dele, todo meigo, preocupado, isso me confortava.

Não tenho ideia do tempo que fiquei aninhada em seu peito, mas sei que não foi pouco, porém Victor em nenhum momento fez menção em me tirar de seu colo enquanto ele teve certeza de que eu estava realmente mais calma. O pavor inicial havia passado, também acolhida em seus braços não havia como não passar, porém a angustia no peito permanecia.

- Está melhor paxão? - Assenti, mesmo não sendo totalmente honesta, eu só não queria preocupá-lo com uma coisa que não existia.

- Meu anjo não se preocupe, não vou sair do seu lado tá bem, depois mais tarde se você estiver bem, podemos dar uma volta, ir até o laboratório, ou ver os potrinhos que nasceram, disseram que são lindos, tudo bem?

- Sim pode ser... mas... você pode ficar só mais um pouquinho comigo amor, por favor! - Eu continuava agarrada a ele, com a mesma sensação daquela noite.

Ele deu um sorrisinho cheio de ternura, continuando a me embalar, me enchendo de carícias, ele não queria demonstrar mas sei que também ficou preocupado.

- É claro meu anjo, posso ficar o tempo que você quiser... - Nisso ouvimos a ventania lá fora, que indicava que cairia um temporal, ele me apertou ainda mais, logo depois a chuva começou a descer em profusão. Os galhos da árvores próximas a casa açoitavam as janelas com força, como se estivessem lutando para entrar. Com jeitinho ele me deitou novamente na cama, me aconchegou junto dele e nos cobriu com o edredom. A chuva descia abundantemente, mas refugiada em seu peito acolhedor ouvindo as batidas regulares de seu coração fui relaxando mais e mais.

- É acho que vamos ter ficar por aqui mesmo, como você está paxão?

- Bem melhor, obrigada. - Mas não me atrevia a sair do seu aconchego. Ele inclinou seu rosto procurando pelos meus olhos. Tocando suavemente com a ponta dos dedos, desceu o contorno do meu rosto.

- Sophia olhe pra mim. O que aconteceu paxão? Quer ir embora, está passando mal, quer ir ao médico, a gente vai agora é só falar.

- Não mor, não é nada com o bebê ele está bem, eu não sei explicar Victor, é mais uma sensação... um vazio no peito, uma aflição, não sei, pode ser ainda reflexo do que aconteceu por lá... não sei.

Ele respirou fundo, me trazendo para perto dele, beijando minha testa.

- Não tem problema meu anjo relaxe, eu fico aqui com você, eu só quero vê-la bem tá bom? Depois eu peço para o João passar aqui, e a gente resolve as coisas que der por aqui mesmo, melhor assim? - Concordei grudando nele.

Victor & Sophia - Vol IIOnde histórias criam vida. Descubra agora