No dia seguinte permanecíamos em silêncio, aconchegados um no outro aguardando sentados no sofá do amplo saguão do Hospital, apreensivos esperando o Dr. Rubens o chamar.
Victor queria aparentar tranquilidade mas sabia que era só fachada, no fundo ele estava muito ansioso e preocupado. Com minha cabeça apoiada em seu peito, ouvia as batidas regulares de seu coração e lembrando que por pouco ontem não tivemos nossa primeira discução.
Eu fiquei muito nervosa quando ele me contou como ele havia passado mal, e pior ainda não tinha vindo ao médico, mas então quando ele me explicou, me contorci por amuada.
"- Sophia se você não me aceitasse de volta eu... bem... não via razão para continuar..." Aquela frase quebrou minhas pernas, e o mínimo que eu podia fazer era cobri-lo de beijos, e foi o que eu fiz, e só não fomos além porque não conseguimos ficar sozinhos.
...
O Doutor Rubens, escutava atentamente Victor descrever seus últimos dias e principalmente o mal súbito que tivera quando ele recobrou a memória.
Victor parecia ainda mais teimoso e displicente, não se incomodando com as recomendações que o médico havia feito.
Examinou-o cuidadosamente solicitando inúmeros exames, só que pra isso Victor teria que permanecer internado ao menos um dia.
Preocupado, pediu que evitasse todo estresse, pois sua pressão arterial havia se elevado muito.
Ele continuava não dando a mínima importância as solicitações, então o Dr. Rubens achou prudente mantê-lo internado, e se tudo corresse bem após os exames o liberaria.
Victor que até agora se mantinha apreensivo porém calmo, simplesmente surtou!
- Não! De jeito nenhum. Ninguém vai me prender num hospital novamente! – E já foi ficando de pé, irritado. - Chega de Hospital, eu estou bem!
- Victor se você não ficar pode ter um AVC, ou outra coisa pior é isso que voce quer? Deixar sua família, a pessoa amada, - Olhou pra mim. - novamente angustiados? Você é uma bomba relógio, pronto para explodir.
Victor bufou, reclamou, exasperado, dizendo que estavam exagerando.
Porém o Dr. Rubens rebatia determinado, com uma série de argumentos, explicou o quão grave foi seu quadro, e o quanto ele ainda exige cuidado. Victor ficou chocado, surpreendendo-se.
- Entende agora a necessidade Victor? Um dia aqui, pode significar uma grande diferença para o resto da sua vida... caso venha a acontecer alguma coisa mais grave, você quer ariscar?
- É você quem decide, só que, se você sair daqui, eu lavo minhas mãos, não poderei mais ajudá-lo! – O Dr. Rubens era um médico de poucas palavras, altamente recomendado, não havia outro mais competente para cuidar dele, sabíamos que ele estava em boas mãos.
Victor ficou assustado, acho que até agora ele não teve relamente a noção do quanto seu estado ainda inspirava cuidados.
- Victor, por favor só mais um dia, por mim. - Pedi a ele com carinho e muito preocupada. Olhou pra mim e cedeu, decepcionado.
- Tudo bem doutor, mas um dia e só!
Dr. Rubens não prometeu nada, providenciando a guia de internação.
Todos nós estávamos preocupados, eu e ele frustrados por não podermos ficar juntos.
Liguei para o Eric avisando que estava no hospital, pois eu não o vi mais desde ontem, quando Victor chegou pra me ver, ele parecia bem aborrecido. Contei-lhe tudo o que tinha acontecido, inclusive da necessidade dele ficar internado. Sua reação ao telefone, não foi nem de longe a que eu esperava. Ele foi frio e indiferente, achei até que ficou irritado com a notícia.
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Victor & Sophia - Vol II
Roman d'amourVictor sabe bem o que ele quer. E agora mais do que nunca vai atrás do que ele mais ama, Sophia! Ele está disposto a largar tudo por ela! Mas será que Sophia deixará que ele se afaste do trabalho de uma vida? E Susan, vocês não acham que ela está m...