Capítulo 33

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- Te amo Victor... - E não consegui escutar mais nada, me entreguei a um sono gostoso...

* Victor *


... Eu não escutava mais nada... - Sophia por favor meu amor não me deixe por favor... eu preciso de você! Eu te amo, fica comigo!

... meu Deus não a leve, por favor...

- Sophia...


* Sra. Helena narrando *


Depois que eles saíram aflitos, entrei na casa de Victor, e me deparei com aquele velho ranzinza e impertinente, olhei friamente para o Cel. Altamiro, como nunca o fizera em toda a minha vida.

Confesso que naquele momento eu estava odiando aquele homem, sentia até náusea por estar na sua frente.

Ele estava sentado tranquilamente a mesa, juntando os papéis que Victor havia rasgado. Eu olhei pra ele decepcionada e muito irritada por perceber sua atitude indiferente e fria.

Ele agia como se não fosse o protagonista daquela situação continuava arrogante e orgulhoso, será que ele não tinha noção do que acabara de fazer?

- Coronel Altamiro por favor, eu preciso conversar com o senhor pode ser?

- O que você quer, defender aquele moleque de novo?

- Não sei porque se dá ao trabalho, esse aí nunca vai se endireitar!

- Ele não precisa Victor é um homem bom, decente e trabalhador, infelizmente, pena que só o senhor não vê. Ele é e sempre foi um menino educado e carinhoso, não sei porque o Sr. cultiva tanto ódio, ele nunca teve culpa do que aconteceu com a Dona Victória.

- Cale essa boca mulher! Não lhe dei o direito de falar assim comigo!

- Então Coronel, o senhor vai ter que achar um modo de me escutar pois eu vou falar, e se o senhor não quiser me ouvir tenho meios de me fazer escutar.

Ele ficou olhando pra mim embasbacado, surpreso com a minha petulância e audácia, vindo de uma ex governanta.

- Quero lembrar-lhe, um pequeno fato que ocorreu a trinta anos atrás, acredito que o Sr. já deve ter esquecido mas eu não, e ultimamente o senhor anda me fazendo recordar com muita frequência, infelizmente.

- O Sr. deve se lembrar do dia em que eu trouxe o Victor para morar comigo, o que aconteceu naquela noite... quando Victor, ainda um bebezinho e chorava sem parar.

- O Senhor sabe que eu sempre o atendia prontamente, mas justo aquela noite, eu demorei um pouco mais, porque estava em outro quarto com o João ainda pequeno que dormia comigo, com febre. O senhor ainda se lembra coronel, como foi que eu o encontrei, quando cheguei ao quarto?

Ele baixou a cabeça,  e sim eu sei que ele se lembrava.

- Pois é! Tenho certeza de que o senhor se lembra perfeitamente, eu nunca consegui esquecer aquela noite. O senhor, por acaso está tentando terminar, o que começou aquela noite? Porque é isso que está parecendo.

- Porque o senhor não deixa Victor em paz? Já não chega a indiferença e o ódio com que o Sr. o trata, ou acha que ele não percebe? Nem pra um cego isso passa desapercebido, não tem uma pessoa nessa fazenda que não percebe o quanto o senhor o destrata, o quanto o senhor é frio, omisso, indiferente, e não contente faz de tudo pra aborrecê-lo, sem mais nem menos.

Victor & Sophia - Vol IIOnde histórias criam vida. Descubra agora