Capítulo 30

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Sentamos a mesa, e tomamos um café delicioso que o meu mozão fez pra nós.

- Paxão daqui a pouco a mãe vai trazer uma sopa gostosa pra você. - Sorriu segurando minha mão.

- Tudo bem, agora até passou a fome. Mas eu vou comer não se preocupe! - Apontei pra sacola em cima da mesa de jantar. - Ah você encontrou o presente, o que era? É para o nosso filhote? Eu quero ver, posso?

Os dois se entreolharam, remexendo desconfortáveis na cadeira.

Ele segurou minha mão e sorriu.

- Ah aquilo... não... não é nosso paxão, é de uma amiga do João que mora em outra fazenda, eu não sei porque entregaram aqui. - João confirmou impaciente.

- Desculpa Sophia, eu vou falar com o pessoal da portaria, não sei porque não deixaram com a mãe, não tinham nada que trazer minhas encomendas para sua casa, desculpa.

- Sem problema João. 

Victor abriu um sorriso encantador, assim como o João, mas sabia perfeitamente pelas suas expressões que estavam me enganando, tudo bem deve ser alguma surpresa, talvez? Olhei bem em seus olhos e assenti sorrindo, tentando acreditar. 

- Mudando de assunto paxão, sábado é aniversário do César, acho que você se lembra dele... Ele vai fazer um churrasco na chácara e nós iremos tudo bem? Assim aproveitamos pra verificar os últimos detalhes para o casamento.

- Sim claro. Sorri mais ainda.

- Ah legal então deu certo de vocês se casarem lá Vitão?

- Sim o César deu carta branca João, já está tudo confirmado inclusive com o Juiz, você vai com a gente sábado?

- Não sei Vitão, você sabe nós... – Ele deu uma olhadinha sem graça pra mim. – Se eu conseguir adiantar uma parte do trabalho que está atrasado, eu vou sim. Por falar nisso já vou andando, mais tarde eu volto e trago os contratos. Tchau Sophia. - Levantou-se rápido dando um beijinho na testa e foi saindo com Victor logo atrás. Ficaram lá fora conversando mais um pouco, enquanto eu peguei a sacola vazia e levava para a área de serviço, ainda tentando imaginar o que seriam aquelas caixinhas.

O dia se arrastou lentamente e mesmo com todo empenho de Victor e até do João, passei o dia todo com aquela sensação estranha em meu coração. Quando menos eu percebia estava agarrada em Victor, e pra variar, minha fome me abandonou, a única coisa que parou em meu estômago foi um pouco de sopa que a senhora Helena mandou.

Ela e o João vieram nos fazer uma visita à noite, foi quando comecei a me sentir um pouco melhor. Tanto Victor quanto a Sra. Helena disseram que eu estava muito abatida, talvez por que havia vomitado quase o dia inteiro.

A noite não foi das melhores, agitada, não conseguia dormir, talvez porque eu tivesse repousado muito durante o dia devo ter perdido o sono.

Tinha saudades de ficar em frente o lago, meu lugar favorito quando estava assim meio esquisita. Mas não queria preocupar o Victor por isso não saí, sem falar que ainda ameaçava chover e caso ele acordasse como aconteceu agora pouco, ele ficaria assustado se não me encontrasse por perto.

Fiquei enrolada em uma manta na varanda, olhando a piscina e os pingos da chuva que começavam a cair novamente.

Aquela sensação ainda estava presente, eu fiz de tudo para distrair, não queria me sentir assim, então rezei em silêncio para que nada de ruim acontecesse com Victor...

Acordei e estava na nossa cama com Victor ao meu lado se mexendo muito, logo depois começou a resmungar alguma coisa e se debater, chamei-o mas ele não acordou. Ele começou a agitar-se mais ainda.

Victor & Sophia - Vol IIOnde histórias criam vida. Descubra agora