Submissa-1

46K 1.4K 80
                                    

"Esse não é um romance para se inspirar, mas para reconhecer os defeitos dos personagens e NÃO deseja um romance semelhante"

- R. Christiny

''Tem amores que te mostram o céu, outros o inferno, e tem amores que fazem você experimenta dos dois...''

Hoje, talvez o dia mais triste em todo ano, o dia que me largaram na frente do orfanato ou melhor dizendo o dia do meu aniversário, não porque fizeram desse o meu dia, mas porque os meus amados pais colocaram isso na cesta, junto com o lindo nome que me deram, pensando estarem me livrando de um destino triste, coitados, só me lançaram em um pior. Hoje eu completo 18 anos, exato 16 deixada nesse lugar. Cada dia fica mais próximo do dia em que eu possa ser "adotada". O que me assusta cada dia mais, já voltaram meninas dessas adoções e as histórias não eram nada agradáveis, elas dizem que apanhavam e que eram obrigadas a fazerem coisas horríveis, não sei se existe algo tão terrível que viver aqui, mas eu espero fugir logo, aqui ou nas mãos do meu dono. É como devemos chamar os homens que nos levam daqui, de senhor.

— Laura vamos, levanta dessa cama, hoje é o seu dia. — Meu dia, até parece, odeio esse dia. Lá estava a minha pequena de olhos castanhos e cabelos ondulados, me puxando com suas pequenas mãos.

— Elisa são 5:00 da manhã, hoje eu posso acorda as 6:00 fiz todo o meu serviço ontem.

— Levanta, por favor. Tenho uma surpresa para você. — Ela diz tirando a coberta de cima de mim, fazendo com que os meus olhos se abram...

— Você conseguiu me irritar. — Minha irá se foi quando eu vi a Elisa com um sorriso triste segurando um bolinho, tão pequeno e fofo, não contive a raiva por tê-la tratado mal, mas também por ela ter feito um bolo. Eu odeio o meu aniversário e ela sabe. A Elisa chegou dias depois ao orfanato, é um ano mais nova que eu, o que me deixa feliz por que ela não vai ser obrigada a sair pelo menos por enquanto.

— Não faz essa cara. — Digo acariciando seu rosto. — Você sabe que eu não suporto essa data, Elisa.

— Eu sei, Laura. Mas você pode passar a gostar.

— Você é tão ingênua, Elisa. — A abraço tão forte que sem perceber deixo as lágrimas rolarem por meus olhos. — Você sabe que lá fora vai ser pior, que eles não nos terão com amor.

— E se não for, Laura, se alguns nos tiverem?

— Não se deixe enganar por essa ilusão. — Tento falar baixo para que as outras não acordem ou escutem.

— E se quando chegar a hora, você consiga alguém que te traga felicidade?

— Ninguém que compre alguém quer faze-la feliz, talvez não maltrate tanto, mas felicidade isso não, e por mais que eu tenha uma vida razoável lá fora, só serei feliz quando eu destruir isso aqui.

— E você acha que conseguiria, senhorita? — Ouço a voz que me causa arrepios desde os meus primeiros dias aqui, a voz que manda e mesmo meu cérebro negando eu obedeço, a voz que mesmo eu me sentindo forte, me deixar fraca. — Responda-me! — Seu tom de dominadora, é imparcial, mesmo que eu quisesse lutar contra ela, minhas pernas falhariam, fugiriam de mim.

— O disse, senhora? — Minha voz é falha.

— Sonsa! — diz entre dentes e sinto sua mão por sobre meu rosto, com tamanha força, que minhas lágrimas descem sem minha permissão. — Responda, vamos! — Todas já estavam de pé, tentando fazer suas camas para desviar a atenção da conversa.

— Senhora, eu não tinha a intensão de dizer isso. — Minha voz tremia de medo.

— Não foi isso que perguntei, foi?

Lost- Entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora