Submissa-3

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Eu a seguir em passos lentos, as moletas não ajudavam muito. Assim que chegamos na sala ela me levou até o Malik, meu coração parou, minhas pernas travaram de vez, eu estava em choque ao ver a Vanda parada me olhando, com um ar glorioso, triunfante, ele não estava sendo bom para mim, não como eu imaginava, não como eu desejava, ele tinha me entregado para ela de novo, mas dessa vez a Vanda não permitiria que eu voltasse viva para o orfanato, não, eu acabei com tudo que ela achava seguro naquele lugar, segurança, punições, muros, regras, eu fugir da sua prisão.

Ninguém nunca a tinha desafiado com tamanha audácia e eu a que ela mais deu castigos, e ainda assim não mudava as atitudes, a que ela fingia gosta para manipular da pior forma. Eu não voltaria viva para lá. Quis correr, fugir dali, mas meu pé não saia do lugar, ele me olhava paciente, esperando e analisando cada detalhe que eu deixava passa.

— Laura, por favor?!— Ele mostrou o meu lugar a mesa, de frente a Vanda, não teria jantar que descesse olhando aquela vaca.

— Não estou com fome. — Eu afirmei tentando fugir daquela merda toda.

— Não estou pedindo — Seu sorriso de canto ao pronunciar sua ordem como quem diz um por favor, seu olhar dominante, penetrou minha mente me dando uma certa confiança, como se eu pudesse me lançar de um precipício se assim ele mandasse. Fui até a cadeira, onde ele já esperava por trás dela a puxando para que eu sentasse.

— Conhece a madame Vanda? — Minha voz não saia, então assentir a olhando por baixo, eu estava frita, acabada.

— Muito bem, não é, Laurinha? —Ela queria me intimidar e porra estava conseguindo.

—Eu te odeio, Vanda. — De onde vinha toda a minha afronta, eu não faço ideia, mas já iria morrer mesmo.

— Meninas modos a mesa. — O jantar começou a ser servido e todos os pratos que eram trocados a minha frente nada descia.

— Você precisa comer, Laura. — O Malik tinha um jeito doce ao se dirigir a mim, a todo instante como se eu fosse quebrar ou algo assim.

— Não consigo.

— Por favor. Você tem que comer. — Ele começou bem, mas parece que se deu conta que talvez estivesse sendo gentil demais.

— Não consigo, deve ser os remédios. —Disse tentando fugir do seu olhar penetrante.

—Amanhã vou chamar o dr. Rómulo para ele troca-los. — Como assim amanhã? Eu não iria volta para o orfanato? Minha cabeça girava atrás de respostas que eu não tinha. Ele percebeu minha cara de dúvida e alivio.

— Você vai ficar comigo. — Sentir sua mão sobre a minha apertando de leve, seu toque era bom, quase um sonho. Seu sorriso de lado, perfeito. Eu realmente estava encantada por ele, e agora muito mais.

Após o jantar fomos para sala, ele e a Vanda estavam em silêncio, enquanto goleavam suas bebidas, queria ir para o quarto, dormir, estava cansada de tudo aquilo, foi quando a Vanda se despediu e foi embora, ficamos só nós dois, me deu um certo medo de estar perto dele, não sabia se seria pior ou não que o orfanato.

— E então como está o seu pé? — Ele perguntou, provavelmente tentando quebrar a porra do silencio que tinha se instalado na sala.

— Bem melhor, obrigada. — Eu estava tão contida, como se não esperasse para viver nada pior, o que poderia. A droga daquele lugar era insano para mim. Sem saídas, somente castigo e dor. Física ou emocional eu era porra de uma falha... O Malik parecia a porra de um sonho lindo e droga... eu queria sonhar com aquele sorriso, aqueles lábios, eu não sei por que inferno ele me olhou naquela calçada e decidiu ter pena de mim, me dar a merda da mão, eu só sei que foi o ato mais generoso que eu recebi de um estranho até hoje... Talvez a Elisa estivesse certa e... Bom, nem tudo seria dor...

Lost- Entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora